sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Cruzeiro teria lavado R$ 3 milhões do PCC em negociação de jovem promessa, diz jornal

                                                             




Revelado pelo Santos em 2018, o atacante Diogo Vitor subiu para o profissional com status de grande promessa do futebol brasileiro aos 19 anos, principalmte após marcar um gol decisivo em clássico contra o Corinthians. Pouco depois, no entanto, sua carreira entrou em declínio completo ao ser flagrado no exame antidoping por uso de cocaína. Suspenso do futebol profissional por um ano e meio, teve seu contrato suspenso e passou a depender financeiramente de seu empresário, William Agati. As informações foram veículadas inicialmente pela Revista Piauí.

 

Após o período de afastamento, Diogo Vitor tentou retomar a carreira no Corinthians, mas não chegou a jogar. Em 2021, o empresário negociou sua transferência para o Cruzeiro, em um acordo que chamou a atenção das autoridades. Ao invés de receber pagamento pelo jogador, Agati transferiu R$ 3 milhões ao clube mineiro por meio de sua empresa, a F1rst Agência de Viagens e Turismo. Poucos dias depois, o Cruzeiro devolveu R$ 1,58 milhão para contas ligadas ao empresário. Vale lembrar que a passagem de Diogo pela Raposta ficou marcada pelo atleta não ter entrado em campo durante os seis meses em que esteve na Toca da Raposa.

 

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a transação foi uma operação de lavagem de dinheiro, com recursos obtidos no tráfico de drogas. Entre 2019 e 2021, segundo a investigação, Agati movimentou cerca de duas toneladas de cocaína para a Europa, utilizando portos brasileiros e um jato executivo. Além disso, ele teria ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e participado de um esquema para resgatar o narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, de uma prisão em Moçambique.

 

Em nota, o Cruzeiro afirmou que a atual gestão da SAF do clube, que assumiu em maio de 2024, desconhece a transação e se colocou à disposição das autoridades. O ex-presidente do clube, Sérgio Santos Rodrigues, negou qualquer irregularidade e disse que a negociação envolveu apenas um empréstimo financeiro de Agati ao Cruzeiro, sem relação com a contratação de Diogo Vitor. “Não houve compra de passe [do atacante], não. Foi pedido uma oportunidade [dada] para o Diogo tentar voltar a jogar”, afirmou.

 

A Polícia Federal prossegue com as investigações e apura a relação entre a venda do jogador e a lavagem de dinheiro. Agati foi preso em janeiro de 2025, após permanecer foragido. Seu advogado, Eduardo Maurício, nega as acusações e afirma que seu cliente é um empresário legítimo. “As acusações são ilações sem fundamento”, declarou em nota.

Com Matheuzinho recuperado, Vitória se reapresenta de olho no Jequié

                                                                       

Depois de um dia de descanso após vencer o Ferroviário na última terça-feira (11), o elenco do Vitória retomou os treinamentos para se preparar para o duelo contra o Jequié, neste domingo (16), às 16h, no Barradão, pela 8ª e penúltima rodada da primeira fase do Campeonato Baiano.

 

A boa notícia da atividade foi a presença sem dores do meia Matheuzinho, que sentiu um incômodo na coxa na última partida, mas participou dos trabalhos sem restrições. Mesmo recuperado, o técnico Thiago Carpini, após a vitória diante do Ferroviário, ressaltou que Matheuzinho já vinha sentindo o incômodo há uma semana e pode ser poupado para o duelo deste domingo.

 

Os únicos atletas que começaram o último jogo e não fizeram o chamado "recovery" foram o volante Ronald e o atacante Janderson, substituídos no intervalo. Eles se juntaram ao restante do elenco para participar de um trabalho de força liderado pelo preparador físico assistente Diego Almeida. Na sequência, houve treinos técnicos, com passe, posse de bola com transição e jogo em campo reduzido, já sob comando do treinador Thiago Carpini.

 

Ainda lesionado, o volante Ricardo Ryller fez um treino separado após mostrar boa evolução do quadro de desconforto muscular. Com 15 pontos em sete jogos, somando quatro vitórias e três empates, o técnico Thiago Carpini lidera o Campeonato Baiano e está invicto há 15 partidas, desde 9 de novembro do ano passado. O Rubro-Negro pode garantir a classificação para a semifinal do Baianão neste final de semana, com um empate diante do Jequié, 5° lugar da competição. 

Papa Francisco é hospitalizado para tratar de bronquite

                                                                                 



   O papa Francisco, de 88 anos, foi hospitalizado para exames e tratamento de bronquite, afirmou o Vaticano nesta sexta-feira (14).

 

"Nesta manhã, ao final de suas audiências, o Papa Francisco foi internado no Policlinico Agostino Gemelli [em Roma] para realizar alguns exames diagnósticos necessários e para continuar seu tratamento de bronquite, que ainda está em andamento, em um ambiente hospitalar," disse a Santa Sé, em comunicado.
 

O papa vinha mantendo sua agenda diária de compromissos e realizando reuniões na residência do Vaticano, onde mora. Na quarta-feira (12), ele se reuniu com a primeira-dama brasileira, Rosângela da Silva, a Janja, e nesta sexta, encontrou-se com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, antes de ser hospitalizado. Na terça, ele fez uma aparição em vídeo no popular festival de música Sanremo da Itália.
 

Na missa de domingo (9), o sumo pontífice havia pedido ajuda para terminar de ler sua homilia devido a "dificuldades respiratórias".
 

Na quarta-feira, ele pediu novamente a um auxiliar que lesse para ele. "Deixe-me pedir ao padre que continue lendo porque ainda não posso com minha bronquite. Espero que da próxima vez eu possa", disse o pontífice de 88 anos pouco depois de iniciar a mensagem.
 

Embora Francisco tenha pulado a leitura da parte principal de sua mensagem semanal, ele permaneceu presente durante a audiência de uma hora e falou brevemente em vários momentos durante a reunião. No final, ele saudou peregrinos italianos e pediu novamente que rezem pela paz no mundo.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Vitória anuncia contratações de Lucas Braga e Lucas Halter

                                                                           


            

Na noite da última quinta-feira (6), o Vitória anunciou mais dois reforços nesta janela de transferências da temporada 2025. O meia-atacante Lucas Braga, ex-Santos, e o zagueiro Lucas Halter, ex-Botafogo, agora oficialmente fazem parte do elenco rubro-negro comandado pelo técnico Thiago Carpini.

 

 

 

Revelado pelo JMalucelli-PR, Lucas Braga tem 28 anos, e estava no Santos. Em 2024, o jogador atuou pelo Shimizu S-Pulse, da Segunda Divisão do Japão, via empréstimo do time da Vila Belmiro. No ano passado, Lucas fez 36 partidas, com oito gols. O ponta-esquerda chegou ao Santos em 2020 e ao todo fez 202 jogos pelo clube. Em 2025, o jogador fez  três partidas pelo Alvinegro da Vila Belmiro. 

 

Já Lucas Halter, de 24 anos, atuou por Athletico-PR e Goiás, além do Botafogo, clube em que fez duas partidas em 2025. No ano passado, o jogador atuou 39 partidas pelo Fogão, com dois gols e uma assistência.

 

No total, o Leão já anunciou 14 jogadores nesta janela de transferências, que fica aberta até o dia 28 de fevereiro. Vale a pena lembrar que o Vitória também tem acerto encaminhado com o lateral-esquerdo Jamerson, que chega do Coritiba. Na liderança do Baianão com 12 pontos, o Rubro-Negro volta a campo neste sábado (8), contra o Porto, às 18h30, no Barradão, pela 7ª rodada do certame estadual.

 

Confira abaixo a lista de reforços em 2025: 

 

Gabriel - Goleiro (Coritiba)
Zé Marcos - Zagueiro (Juventude) 
Lucas Halter - Zagueiro (Botafogo)
Hugo - Lateral-esquerdo (Botafogo) 
Claudinho - Lateral-direito (Criciúma) 
Jamerson - Lateral-esquerdo (Coritiba)
Val Santos - Volante (Paysandu) 
Ronald - Volante (Criciúma) 
Baralhas - Volante (Atlético-GO)
Thiaguinho - Volante (Juventude) 
Bruno Xavier - Ponta direita (Ituano) 
Wellington Rato - Ponta direita (São Paulo)
Lucas Braga - Ponta esquerda (Santos)
Fabrício Santos - Ponta esquerda (Levante) 
Carlinhos - Centroavante (Flamengo)

Terceiro Turno: Adolfo Menezes é reeleito na presidência da AL-BA, mas até quando?

                                                                     


            
A presidência da Assembleia Legislativa da Bahia teve a confirmação, nesta segunda-feira, da recondução do atual presidente, deputado Adolfo Menezes, para mais um mandato à frente da Casa Legislativa. Com amplo apoio dos deputados, partidos e bancadas, Adolfo conseguiu 61 dos 62 votos possíveis na disputa, mostrando ser um presidente bem quisto e que quando falamos de costuras por apoios políticos, sabe realizar os pactos como ninguém. Apesar disso, uma pergunta fica no ar: até quando?

 

Por quanto tempo será presidente é um questionamento baseado em definições de Cortes superiores. Com o Supremo Tribunal Federal (STF) admitindo apenas uma reeleição para o mesmo cargo em todas as Casas Parlamentares do país, o caso de Adolfo pode ser enquadrado na questão. Com isso, o único adversário de Adolfo na disputa, o deputado estadual Hilton Coelho, do PSOL, pediu à Justiça baiana a anulação da candidatura, além da promessa de uma ação direta de inconstitucionalidade que pode pôr fim ao mandato de Adolfo. Com isso, novas eleições podem ser convocadas.

 

Mas, como esse impedimento pode mover peças no tabuleiro político da Assembleia? O PSD perde espaço na chapa majoritária do governo em 2026? A AL-BA fez parte de um acordo maior entre o governo e o PSD?

 

Confira tudo isso no terceiro turno desta semana. Com edição de Igor Barreto, o podcast está disponível no nosso site todas as sextas-feiras, sempre às 8h10, e nas principais plataformas de streaming: SpotifyDeezerApple PodcastsGoogle PodcastsCastbox e TuneIn.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Centro de vigilância da Sesab deve ser entregue no 2º semestre no Hospital Espanhol, em Salvador

                                                                           



O centro de vigilância da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) pode ter uma nova previsão de entrega em Salvador. Prevista para acontecer ainda no primeiro semestre de 2025, o novo local agora deve ser inaugurado no começo do 2º semestre. 

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, a titular da pasta, Roberta Santana, apontou que, após estudos, alguns departamentos vinculados à vigilância de saúde serão estruturados no ambulatório do Hospital Espanhol, localizado no bairro da Barra, na capital baiana. Segundo Roberta, alguns desses órgãos da vigilância, que estão separados atualmente, funcionarão no mesmo local. 

 

“A gente tinha aquela estrutura que era um ambulatório ali do lado. Então fizemos um estudo e nós decidimos fazer uma decisão acertada do governador Jerônimo [Rodrigues] de estruturar aquele prédio para concentrar a vigilância, que ela hoje estava em prédio separado, só otimiza recursos, melhora a eficiência e da gestão”, anunciou a chefe do órgão. 

 

De acordo com a secretária, o local passa por obras e reformas, tendo esta nova previsão para o início da segunda parte deste ano. 

 

“Então a expectativa é no início do segundo semestre entregar essa obra, e já a gente vai poder inaugurar com o governador Jerônimo, um Centro de Vigilância tão importante para a nossa saúde”, revelou Santana. 

 

Entre os departamentos que funcionarão no espaço estão a Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado da Bahia (Divisa), a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). 

 

A nova área do complexo de vigilância deve reunir ainda toda a Suvisa quanto o Centro de Atenção à Saúde (CAS), que funciona na região do Iguatemi, conforme já tinha antecipado a secretária ao BN. 

 

“A Suvisa vai [ser transferida] de forma integral. A gente vai deixar apenas a superintendente com um lugar fixo também lá no CAB, para poder estar alinhado e ter um ponto também de estrutura. Mas toda a vigilância vai ser reunida lá [no antigo Hospital Espanhol]”, afirmou Roberta à época.

 

RELEMBRE A MUDANÇA 
As especulações da transferência de diretorias foram iniciadas em agosto do ano passado. Apurações do Bahia Notícias mostraram que a Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado da Bahia (Divisa), a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) seriam instaladas de forma oficial e com perspectiva de funcionamento integral na unidade de saúde.  

 

Atualmente algumas das unidades citadas funcionam no Centro de Atenção à Saúde (CAS), na região do Iguatemi, e o CIEVS atende no Centro Administrativo da Bahia (CAB), dentro da estrutura da Sesab, onde funciona a atual sede da Suvisa. 

 

Ainda no Iguatemi, funcionam também a Divisa e da Divep, a Centro de Referência Estadual para Assistência ao Diabetes e Endocrinologia (Cedeba), Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred), Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi) e a Escola de Saúde Pública da Bahia (ESPBA). 

 

O local funciona como uma espécie de complexo, reunindo os diferentes centros e órgãos. As unidades prestam assistência especializada às pessoas com Diabetes, Obesidade, Disfunção tireoidiana e outras doenças hormonais, além de idosos, pessoas com deficiência, entre outros. 

 

Ainda não há informações se com a saída da Divisa e da Divep, o local receberá novos centros. 

Diego Castro não deve acompanhar Raíssa Soares em possível filiação ao PRTB; entenda

                                                                           


Com conversas para se filiar ao PRTB para se candidatar ao governo do estado em 2026, Raíssa Soares (PL) não deve contar com a presença do seu “fiel escudeiro”, o deputado estadual Diego Castro (PL), em seu novo partido. De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, o parlamentar não teria simpatizado com a ideia de se filiar ao PRTB e, inclusive, preferia permanecer no PL, mesmo com a crise interna, do que migrar para o partido de Pablo Marçal.

 

À reportagem, uma pessoa próxima ao deputado revelou que, apesar da forte ligação de Castro e Raíssa, ele teria conversado que não vê vantagens em integrar os quadros do PRTB por conta do porte da legenda na Bahia. Nas eleições de 2024, o partido não elegeu nenhum prefeito e apenas cinco vereadores nos 417 municípios do estado.

 

“Politicamente não faz sentido”, disse a fonte, que indicou que o deputado considera permanecer no PL por conta da força da sigla.

Além do fator do tamanho do partido, a antipatia com a figura de Pablo Marçal, influenciador e ex-candidato à prefeitura de São Paulo em 2024, também estaria influenciando na decisão de Diego Castro. Marçal colecionou desentendimentos com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), trocando farpas nas redes sociais e durante as entrevistas desde o período eleitoral do ano passado.

 

“Ele [Marçal] é um pilantra. Com essa história de candidatura à presidência, Diego não quer sua imagem associada a ele”, contou a fonte.


Transações por Pix diminuem em janeiro marcado por crise, mas dentro do esperado pelo BC

                                                                                     


As transações via Pix tiveram um recuo levemente mais acentuado do que o padrão histórico em janeiro, mês marcado por desinformação sobre taxação do meio de pagamento mais popular do Brasil. O Banco Central, contudo, diz que o movimento está dentro do esperado, conforme a variação sazonal de início de ano.
 

Historicamente, o número de operações via Pix costuma cair no início do ano em relação a dezembro, período de maior consumo dos brasileiros com o pagamento de 13º salário e as festas de fim de ano. Mas levantamento feito pela Folha de S.Paulo observou que, em janeiro de 2025, a queda foi ligeiramente mais forte do que em anos anteriores.
 

De dezembro de 2024 para janeiro de 2025, a redução foi de 11,4%. Um ano antes, em igual período, a queda tinha sido de 8,6%. Na comparação entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o recuo foi de 9,9%. O último dado é também mais acentuado em relação ao período de dezembro de 2021 com janeiro de 2022, quando houve diminuição de 10,7%.
 

Outro sinal de que houve uma redução mais significativa neste ano é que, pela primeira vez desde a criação do sistema de pagamentos instantâneos, em 2020, a quantidade de transações via Pix do mês de janeiro (5,06 bilhões no início de 2025) foi menor do que o volume total de operações realizadas em novembro (5,17 bilhões no mês em 2024).
 

De acordo com o BC, esse comportamento reflete o arrefecimento das taxas de crescimento do Pix em linha com a maturidade do sistema.
 

"O fato da quantidade de Pix liquidados por meio do SPI [Sistema de Pagamentos Instantâneos] ser menor em janeiro de 2025 na comparação com novembro de 2024 reflete a acomodação natural das taxas de crescimento do instrumento", disse a instituição.
 

"É esperado que, com a maturidade da nova tecnologia, haja um arrefecimento nas altas taxas de crescimento interanuais, o que se observou, de fato, nas estatísticas ao longo do último ano", acrescentou.
 

Outro fator que pode ajudar a explicar esse comportamento do Pix em janeiro é o avanço do ciclo de alta de juros. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica (Selic) em um ponto percentual, a 13,25% ao ano.
 

Como os pagamentos estão sujeitos ao nível da atividade econômica, o efeito sobre o Pix é de redução no número de transações. A queda mais forte observada em janeiro pode, então, ser um indício de desaceleração da economia brasileira, quando associada aos outros fatores já mencionados.
 

Na ata do último encontro, o Copom reforçou que a desaceleração da atividade econômica é necessária ao processo de desinflação. Segundo o colegiado do BC, os dados mais recentes ainda dão sinais "incipientes" de moderação do crescimento da economia.
 

Ao considerar que o movimento do Pix está dentro da variação esperada, o BC descarta indiretamente que a disseminação de fake news tenha causado prejuízo para o sistema.
 

Informações falsas sobre o meio de pagamento passaram a circular depois que entrou em vigor, em 1º de janeiro, uma norma da Receita Federal sobre monitoramento de transações financeiras.
 

A medida determinava que operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, como bancos digitais, deveriam notificar operações que ultrapassem o montante de R$ 5.000 por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil mensais no caso de pessoas jurídicas.
 

Antes da atualização, a norma se aplicava a bancos tradicionais e cooperativas de créditos, mas com limites mais baixos, de R$ 2.000 para pessoas físicas. O monitoramento do Fisco passaria a valer também para novos integrantes do sistema financeiro, como fintechs.
 

A atualização da regra desencadeou uma onda de desinformação nas redes sociais, que iam desde uma suposta cobrança de taxas adicionais no Pix até golpes bancários, além de críticas sobre a busca da União por aumento de arrecadação. A repercussão negativa foi tão grande que o governo recuou e revogou a instrução normativa no dia 15 de janeiro.
 

O governo publicou também, no dia seguinte, uma MP (medida provisória) para reafirmar que pagamentos via Pix de pessoas físicas não serão taxados. O texto apenas reforçou as regras atuais, mas serviu ao governo como resposta política às críticas da oposição.
 

"O estrago causado está feito por esses inescrupulosos, inclusive senador e deputado, agindo contra o Estado. Essas pessoas vão ter que responder pelo que fizeram, mas não queremos contaminar a tramitação da MP no Congresso", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na ocasião.
 

Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o principal promotor da campanha nas redes sociais contra a medida da Receita.
 

A repercussão negativa não se restringiu à economia e respingou na ala política. Integrantes do governo avaliam que a crise do Pix ajudou a acentuar a queda de popularidade do presidente Lula. Pesquisa Quaest divulgada no dia 27 mostrou que a avaliação negativa do governo petista superou a positiva pela primeira vez.

Sesab publica edital para Reda da Saúde com mais de 3 mil vagas; veja datas e valores

                                                                            


Foi publicado no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (5), o edital do Processo Seletivo Simplificado para a contratação de 3.778 profissionais em Regime Especial de Direito Administrativo (REDA). A iniciativa da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) busca reforçar o atendimento nas unidades de saúde da capital e do interior.

 

As inscrições estarão abertas entre os dias 12 e 25 de fevereiro de 2025 e serão realizadas pelo site do Instituto de Desenvolvimento e Capacitação (IDCAP).

 

Do total de vagas, 2.630 são destinadas a profissionais da área da saúde, como técnicos de enfermagem, radiologia e patologia, além de assistentes sociais, enfermeiros, biólogos, farmacêuticos, psicólogos, sanitaristas, terapeutas ocupacionais e médicos veterinários. Outras 1.148 oportunidades são para funções administrativas de nível médio e superior.

 

A seleção será feita por meio de prova objetiva e análise de títulos, com aplicação prevista para o dia 23 de março. O resultado final deve ser homologado no dia 6 de maio, e os contratos terão duração inicial de até 36 meses, podendo ser prorrogados por igual período.

 

O certame permitirá a substituição de cerca de 2.700 contratos emergenciais firmados durante a pandemia, além da recomposição de vagas administrativas e atendimento a demandas estratégicas da Secretaria. O impacto financeiro anual estimado é de R$ 13,8 milhões, o que corresponde a aproximadamente 1% do orçamento da folha de pagamento de 2025.

 

As provas serão realizadas em diversas cidades, incluindo Salvador, Feira de Santana, Juazeiro, Vitória da Conquista e Barreiras. A taxa de inscrição é de R$ 41,50 para cargos de nível médio e R$ 58,50 para nível superior.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Discussão sobre cargos na Mesa Diretora gera desgaste entre deputados do PV na AL-BA

                                                                             



No Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) reinou um certo clima de paz com a recondução de Adolfo Menezes (PSD) na presidência da Casa. Contudo, apesar da calmaria no pleno, a segunda vice-presidência foi alvo de desentendimentos entre deputados do Partido Verde (PV) e gerou desgaste dentro da bancada nesta segunda-feira (3).

 

Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, os parlamentares da legenda tinham firmado um “acordo de cavalheiros” para que ocorresse um rodízio entre os deputados do PV no cargo. Até a sexta-feira (31), segundo uma liderança do partido, a prerrogativa para assumir o cargo era de Roberto Carlos, o que acabou não se concretizando.

 

Uma reunião acalorada realizada nesta segunda, antes da eleição da Mesa, teria ceifado o “cavalheirismo” entre os deputados. De acordo com uma fonte da reportagem, Marquinho Viana não teria abrido mão de deixar a segunda-presidência, realizando um “bate-chapa” interno entre os parlamentares do PV. No final, segundo essa fonte, Roberto Carlos, mesmo insatisfeito, teria retirado o nome da “disputa”.

 

Assim, no final, foi indicada a permanência de Marquinho Viana para a 2ª vice-presidência da AL-BA. O deputado foi reeleito na cadeira, recebendo 55 dois 62 votos possíveis durante a eleição realizada nesta segunda.

 

Se ventilou nos corredores da AL-BA que o PT e o PCdoB chegaram a costurar uma possível indicação para o cargo, visto que o líder do governo, Rosemberg (PT), deixou de se candidatar à 1ª vice-presidência sobre a prerrogativa de evitar um bate-chapa na Mesa Diretora, construindo um consenso em torno de Ivana Bastos (PSD).

 

Todavia, em conversa com o Bahia Notícias na última sexta, a fonte afirmou que o PV “não tinha culpa das movimentações do PT”. Assim, indicou que os verdes não acatariam ceder o espaço na Mesa.

Após sub-representação na Mesa Diretora, PDT define espaços nas comissões da Câmara de Salvador

                                                                               



   A abertura dos trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Salvador, nesta segunda-feira (3), colocou em destaque as articulações partidárias para garantir uma representação equitativa aos partidos nas Comissões temáticas Permanentes da Casa. Conforme divulgado anteriormente pelo Bahia Notícias, no que tange ao PDT, quarto maior partido da Casa Legislativa soteropolitana, as forças do partido estariam sendo mobilizadas para a garantir participação e lideranças nos órgãos internos

 

Em meio ao prazo estipulado pelo presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), para as indicações formais das siglas com relação aos cargos e participações em comissões, informações obtidas pelo BN apontam que o PDT de Omar Gordilho já teria definido as atribuições desejadas. 

 

Ao Bahia Notícias, Gordilho indicou, no entanto, que a decisão sobre as lideranças e participações nas Comissões estaria totalmente centralizada na figura de Muniz. “Nós estamos aguardando a reunião para que as comissões serem estabelecidas. Com certeza o presidente tem plena autonomia e vai saber conduzir isso da melhor forma para atender os pleitos de cada partido”, afirmou. 

 

Fontes ligadas a cúpula do partido alegam que, para compor a Comissão de Constituição e Justiça, a principal da Casa e dedicada a liderança do União Brasil - maior partido da Câmara -, os pedetistas teriam sugerido a participação do próprio líder: Omar Gordilho. O vereador Anderson Ninho, que já ocupa o cargo de ouvidor substituto na Mesa Diretora, teria sido indicado para a Comissão de Transportes, e a vereadora Débora Santana, por sua vez, teria sido sugerida para a Comissão de Saúde. 

 

Sobre definição dos espaços para cada representante, Omar definiu apenas que o ofício, já enviado a Mesa Diretora, foi discutido em conjunto pelo grupo. “Cada um se identifica com cada tema. A gente fez a reunião interna do PDT, onde nós fizemos as indicações, mas com certeza a gente vai ter que aguardar essa próxima reunião com o presidente para poder estar definindo. Ele solicitou algumas indicações, nós fizemos assim como os outros partidos, mas agora cabe um diálogo final para a gente estar decidindo. Para onde cada vereador vai se posicionar e participar”, delimita.

Pra combater ofensiva bolsonarista de eleger mais senadores, Lula quer repetir estratégia petista de 2010

                                                                             



Em artigo recente, o editor-chefe do Bahia Notícias, Fernando Duarte, revelou que nos bastidores da política da Bahia e em Brasília, há uma forte articulação do governo federal para montagem de chapas fortes ao Senado com vistas à renovação de dois terços das cadeiras a partir de 2027. A antecipação do planejamento por parte do governo e do PT teria como objetivo fazer frente à mesma intenção já tornada pública pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e lideranças do PL, de eleger o maior número possível de senadores em outubro do ano que vem. 

 

Nas eleições de 2026, estarão em disputa 54 cadeiras do Senado, duas por estado. Na eleição de 2022, o bolsonarismo elegeu, das 27 cadeiras em disputa, 8 senadores pelo PL, além de aliados pelo Republicanos, PP e União Brasil. A bancada atual do PL é composta por 13 senadores, a segunda maior atrás apenas do PSD, com 15.

 

A estratégia do ex-presidente é de concentrar forças para o Senado para poder comandar a pauta da Casa e poder levar à frente as demandas da oposição. Entre elas estaria colocar em votação pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, com Alexandre de Moraes sendo o principal alvo. 

 

Como é o Senado que, de acordo com a Constituição, pode julgar e até aprovar o impeachment de ministros do STF, a disposição das lideranças é conquistar a maioria das cadeiras naquela Casa do Congresso. Jair Bolsonaro inclusive já disse em entrevistas que quer ver seus filhos Flávio e Eduardo competindo por uma vaga no Senado, além de sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que se lançaria candidata pelo Distrito Federal. 

 

Segundo análise divulgada no BN, e também explicada em detalhes no podcast Terceiro Turno (“Em busca de viabilizar chapa puro-sangue em 2026, PT se articula e tenta diminuir baixas entre aliados”), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria dado uma recomendação expressa ao seu grupo político para que trabalhe candidaturas que impeçam que o Senado, a partir de 2027, tenha maioria de representantes da direita ou da extrema-direita. É o caso da montagem da “chapa puro-sangue” da política baiana, que antecipa uma contraofensiva para impedir que o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro eleja o maior número de senadores possível.

 

Dentro dessa estratégia do Palácio do Planalto e do PT, uma das primeiras montagens de chapas fortes estaria sendo construída na Bahia. As articulações no Estado envolvem uma aliança para que Jaques Wagner e o ministro Rui Costa saiam juntos como candidatos ao Senado, enquanto Jerônimo Rodrigues deve ser candidato à reeleição ao Palácio de Ondina.

 

Dentro dessa montagem, ficaria de fora o senador Angelo Coronel (PSD), que é aliado do governo federal, mas não é visto como nome que poderia dar suporte ao projeto nacional de conquista de mais cadeiras para o PT. Como afirma o artigo “Coronel poderá dar lugar a Rui na chapa de 2026 como contraofensiva de Lula ao bolsonarismo”, o senador do PSD é visto como “fiel apenas até certo ponto”, e, inclusive, desagradou a equipe econômica do governo no final do ano passado ao se recusar a apresentar o relatório final do Orçamento de 2025 a tempo de ser votado ainda na última semana de trabalhos do Congresso no mês de dezembro. 

 

Dentro do bolsonarismo, a estratégia de escalar os seus principais nomes para a disputa pelo Senado é uma novidade, já que em 2022 o Partido Liberal priorizou a eleição da maior bancada na Câmara dos Deputados, que permite à sigla ser dona da maior fatia do fundo partidário. 

 

“Com o PL e outros partidos, podemos eleger mais de 40 senadores de um total de 54 vagas. Uma maioria de ‘centro à direita’ garantiria o equilíbrio entre os Poderes e a volta da democracia em 2027”, declarou recentemente o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a estratégia do seu partido em 2026.

 

No PT, essa ofensiva rumo à conquista de mais cadeiras no Senado não é nova. A mesma estratégia para reduzir a bancada oposicionista foi aplicada nas eleições de 2010, e naquela época mirou principalmente os senadores do PSDB e do Democratas (ex-PFL). 

 

Na época da campanha para eleger Dilma Rousseff como presidente, Lula e o PT lançaram diversas candidaturas fortes, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A intenção era a de impedir a eleição de senadores que estiveram entre os mais combatidos durante o segundo mandato do presidente Lula. 

 

Em um comício na cidade de Curitiba, em agosto de 2010, o presidente Lula disse por que queria reforçar o time petista no Senado para o primeiro mandato de Dilma Rousseff.

 

“Peço a Deus que a nossa companheira Dilma não tenha o Senado que eu tive. Não tenha um Senado que ofenda o governo como eu fui ofendido”, disse o presidente Lula no comício. 

 

Naquele período, antes da eleição de 2010, senadores de oposição disseram que a estratégia do presidente Lula seria motivada por rancor pela derrota que sofreu em 2007, com a extinção da CPMF. Segundo o senador Alvaro Dias, na época no PSDB e um dos principais líderes da oposição, Lula jamais perdoou o Senado por não ter mantido a CPMF. 

 

“Lula gostaria de ter um Senado submisso, acocorado diante da sua vontade autoritária. Lula sempre se refere ao fato do Senado ter sepultado a CPMF”, disse o senador Alvaro Dias, repercutindo a fala do presidente no comício em Curitiba. 

 

Na mesma linha, logo após a eleição de outubro de 2010 que levou o PT a derrotar diversos candidatos da oposição, o então senador Antônio Carlos Magalhães Jr., na época líder do DEM, acusou o presidente Lula de ter se utilizado da máquina pública a serviço das candidaturas do partido. 

 

O senador baiano disse que o governo promoveu um “processo absurdo de utilização da máquina pública e de pressão sobre os meios de comunicação para impor a vitória da presidente Dilma e de seus candidatos ao Senado”. 

 

O resultado das urnas de 2010 mostrou amplo sucesso da estratégia petista, que beneficiou também o principal partido aliado, o PMDB, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. No Amazonas, por exemplo, com amplo apoio do governo, foram eleitos Eduardo Braga (PMDB), aliado de Lula, e Vanessa Grazziotin (PCdoB), e ficou de fora o senador Arthur Virgílio (PSDB), uma das vozes mais estridentes e combativas na oposição ao presidente da República. 

 

No Amapá, foram eleitos Randolfe Rodrigues, na época no PSOL, e Gilvan Borges (PMDB). O governo conseguiu derrotar no estado o senador Papaléo Paes, do PSDB. Em Roraima, foram eleitos Romero Jucá (PMDB) e Angela Portela (PT), deixando de fora a candidata tucana Marluce Pinto.

 

Já na região Nordeste, a Bahia foi um dos estados em que a estratégia foi aplicada com sucesso. Naquele ano de 2010, Walter Pinheiro, do PT, e Lídice da Mata, do PSB, derrotaram, com apoio de Lula e do governo, os oposicionistas José Ronaldo (DEM) e José Carlos Aleluia (DEM) e um ex-governador carlista, Cesar Borges (PR).

 

No Ceará, com a eleição de Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), o governo conseguiu deixar de fora do Senado um dos principais nomes da oposição, o senador Tasso Jereissati, do PSDB. Já na Paraíba, a dupla do PMDB Vital do Rego e Wilson Santiago, com apoio do Palácio do Planalto, derrotou o senador Efraim Morais, do DEM. 

 

Em Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT) derrotaram o ex-presidente e na época senador, Marco Maciel (DEM), além do ex-ministro do governo FHC, Raul Jungmann (PPS). No Piauí, Wellington Moraes (PT), hoje ministro do governo Lula, e Ciro Nogueira (PP), que depois virou ministro de Bolsonaro, tiraram do Senado os ferrenhos oposicionistas Heráclito Fortes (DEM) e Mão Santa (PSC). 

 

No estado de Sergipe, outro forte líder de oposição a Lula, o ex-governador Albano Franco (PSDB), foi derrotado por dois senadores aliados do governo: Eduardo Amorim (PSC) e Antonio Carlos Valadares (PSB). Já no Rio Grande do Norte, a estratégia petista não conseguiu tirar do Senado um dos principais expoentes da oposição na época, José Agripino (DEM), assim como em Goiás, Demóstenes Torres, outro aguerrido oposicionista, obteve sua vitória. 

 

Nas outras regiões do país, outros nomes fortes da oposição acabaram perdendo a eleição para o Senado por conta da união de forças entre PT, PMDB e alguns outros partidos, para aumentar a bancada pró-Dilma. Foi o caso do Rio de Janeiro, onde o ex-governador Cesar Maia (DEM) perdeu a eleição, e também no Paraná, onde Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) impediram a vitória do então deputado Gustavo Fruet (PSDB), que havia se destacado na CPI do Mensalão. 

 

Apesar da forte ofensiva do PT contra a oposição, o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), acabou vencendo a eleição no Senado contra Fernando Pimental, e ainda ajudou a eleger o ex-presidente Itamar Franco (PPS). Em São Paulo, o PT não conseguiu barrar a vitória do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).

 

Graças à estratégia idealizada pelo então presidente Lula, Dilma Rousseff iniciou seu mandato no ano de 2011 em sintonia com um Senado de maioria favorável à sua gestão. Naquele ano, o PMDB, aliado do PT, era a maior bancada, com 21 senadores, e os petistas vinham em segundo lugar, com 14 parlamentares.

 

Mesmo com toda a ofensiva da dupla PMDB-PT nas eleições, o PSDB ainda ficou com a terceira maior bancada, com 10 senadores. Depois apareciam o Democratas e o PTB (também aliado do governo) com seis senadores cada. Os demais partidos somavam 24 parlamentares, mas todos, a princípio, faziam parte da coalização governista. 

 

No final das contas, a estratégia pensada por Lula deu certo, e Dilma Rousseff praticamente não sofreu derrotas no Senado em seu primeiro mandato. Sucesso que não se repetiu após ter sido reeleita em 2014, já que sofreu o impeachment por ter cometido crime de responsabilidade.

Conselho de Estadual Educação detalha planejamento para 1º ano da implementação da proibição dos celulares nas escolas

                                                                                   


O presidente do Conselho Estadual de Educação da Bahia (CEE-BA), Roberto Gondim, conversou com o Bahia Notícias em relação à implementação da Lei Federal 15.100/2024, que prevê a proibição do uso de dispositivos eletrônicos em sala de aula nas escolas do Brasil. Em entrevista ao BN, Gondim afirmou que o conselho dará liberdade para as instituições de ensino encontrarem maneiras de executarem a limitação dos aparelhos, podendo realizar a recolha na entrada das escolas ou não, e demonstrou preocupação com possíveis “reações adversas” dos alunos.

 

Vale lembrar que o ano letivo é previsto para começar na próxima segunda-feira (10) na maioria das cidades. Como a legislação foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro deste ano, 2025 será o primeiro ano com a proibição de dispositivos eletrônicos nas escolas brasileiras.

 

Com o papel de fiscalizar a atuação das escolas frente à nova legislação, o presidente do Conselho contou sobre a dificuldade em montar uma padronização, visto que cada unidade escolar possui uma particularidade. Reforçando que a legislação não trata de uma proibição, mas sim, de uma regulamentação, Gondim afirmou que a equipe pedagógica terá liberdade para decidir como será feito o controle dos celulares, decidindo se eles serão removidos na entrada dos estabelecimentos, se ficarão guardados em locais específicos ou se os aparelhos irão permanecer com os alunos.

 

     

    “Na verdade, o que a gente tem colocado, inclusive, nós aprovamos uma deliberação que orienta todo o sistema e a rede. Nós não estamos falando de proibição, nós estamos falando sobre o uso de aparelhos eletrônicos. Nós queremos insistir, nós estamos regulamentando o uso. A gente tem uma compreensão que, dada a complexidade, diversidade, diferente mesmo da rede, é que cada escola pode impor estratégias para aplicação da nossa deliberação, que é o espelho da lei federal”, explicou.

     

    “Então, tem escolas que podem recolher esses aparelhos na entrada, tem escolas que podem deixar os próprios estudantes com eles, desde que esteja disciplinando o uso. Mas nós nos preocupamos também com a dimensão do que essa retirada agora pode provocar também do ponto de vista da ansiedade, do ponto de vista do que isso pode repercutir no comportamento, seja dos estudantes, seja dos profissionais da educação”, completou.

     

    Gondim contou que o CEEB-BA aprovou uma resolução na última quarta-feira (29) que se alinha a legislação federal e permite a utilização dos celulares em três ocasiões: uso pedagógico sugerido pelo corpo docente; casos em que envolve a saúde do estudante; e em circunstâncias que coloquem a segurança do aluno em risco.

     

    “Para atividade pedagógica ele é permitido para situações de perigo e por força maior, em que a necessidade é premente. Então, existem alguns estudantes que utilizam celular para localização, para pagamento de algumas despesas via dispositivo mesmo de app. E também é permitido o uso de celular na garantia de acessibilidade, de gerenciamento de situação de saúde”, disse Gondim.

     

    Questionado sobre os casos dos alunos que estudam em regiões de vulnerabilidade na segurança, visto que existem instituições de ensino localizadas em pontos de conflito entre facções criminosas, o presidente do Conselho reforçou que o uso será permitido em casos de segurança dos estudantes e lembrou da “liberdade” das escolas para implementar a proibição dos aparelhos.

     

    Segundo estudo do Instituto Fogo Cruzado, em Salvador, por exemplo, foram registrados tiroteios próximo de 443 das 593 unidades de ensino estaduais e municipais da capital baiana entre 4 de julho de 2022 e 30 de agosto de 2024. Ou seja, a cada 4 escolas em Salvador, três já conviveram com trocas de tiros em seus entornos.

     

    “Dentre as três variantes que a gente permite o uso está a situação de perigo e por força maior em necessidade clemente. Então, você veja qual é a nossa dificuldade de regulamentar uma lei que compreende Salvador, mas que também compreende uma cidade pequena, que talvez não convida com essas dimensões. Então a gente está prevendo isso para nesses casos específicos ser colocado em nosso sistema”, disse Gondim.

     

    REAÇÕES ADVERSAS
    O presidente do Conselho também respondeu sobre a possibilidade dos alunos se recusarem a entregar os dispositivos eletrônicos ao corpo docente. Ao BN, ele revelou que a situação é, fato, uma preocupação dos conselheiros da instituição e pregou o diálogo com os pais dos alunos para evitar possíveis casos adversos.

     

    “Essa é uma preocupação foi objeto de diversas manifestações de nossas conselheiras e conselheiras. Essa abstinência ao uso do equipamento certamente poderá produzir essas reações. Estava ocorrendo uma reunião entre o Ministério da Educação, com o Conselho dos Secretários Estaduais de Educação e concluímos que a gente vai precisar atuar do ponto de vista da formação, do ponto de vista da popularização da lei, do ponto de vista, sobretudo, da sensibilização da importância disso nos estudantes, na família, nos professores, e na sociedade como um todo”, respondeu Gondim.

     

    “Nós também estamos indicando que existem impactos interinstitucionais com a área de saúde, então com as secretarias municipais, propriamente com a Secretaria Estadual de Saúde, para situações que, por assim dizer, necessitem dessa outra intervenção", completou.

     

    Ele também falou sobre a possibilidade de uma “cartilha” com diretrizes para os professores seguirem em possíveis situações de crise com os alunos, porém destacou novamente a importância da participação dos pais no processo.

     

    “Tem uma previsão de que exista formação continuada para os professores, para lidar com essas relações, mas também uma preocupação grande para que a gente possa alcançar e estabelecer movimentos de diálogo com a própria família, conscientizando. Porque é interessante também registrar, porque a motivação da implementação dessa lei também tem desrespeito com o processo de aprendizado.”

     

    COMO O CONSELHO IRÁ FISCALIZAR?
    Para realizar a fiscalização, Gondim afirmou que cada instituição de ensino terá que entregar ao conselho os métodos adotados pela escola para implementar a proibição dos celulares e como os aparelhos, possivelmente, serão utilizados de forma pedagógica pelos professores.

     

    “As escolas, a partir de agora, elas vão ter que inserir nos seus projetos pedagógicos quais são as formas e estratégicas que elas estão utilizando para o cumprimento dessa lei.”

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