segunda-feira, 29 de abril de 2024

Casas Bahia faz acordo e pede recuperação extrajudicial para renegociar dívida de R$4,1 bilhões

                                                                                              


O Grupo Casas Bahia (BHIA3) informou, neste domingo (28), um pedido de recuperação extrajudicial. A empresa disse que dará continuidade ao Plano de Transformação divulgado ao mercado através de fato relevante em agosto de 2023. 

 

Segundo publicação da BP Money, a Casas Bahia, assinou, neste domingo (28), um contrato com seus dois principais credores, o Bradesco e o Banco do Brasil. Os dois bancos possuem em conjunto 66% das dívidas que serão incluídas no processo de recuperação extrajudicial, estabelecendo todos os termos e condições necessárias para a operação. 


 

Para o pedido ser aprovado, é necessário um quórum mínimo de 50% mais 1 dos credores envolvidos. Essa ferramenta é a mais simples comparada ao processo de recuperação judicial tradicional, que possibilita o varejista a reestruturar suas dívidas e reduzir seus custos financeiros significativamente. 

 

O pedido já estaria com uma aprovação antecipada, minimizando os riscos inerentes a esse tipo de processo, conforme interlocutores da empresa. O montante total dessas dívidas é de R$ 4,1 bilhões, sendo que as CCBs representam R$ 2,2 bilhões do valor total.

Energia de Itaipu é a mais cara das grandes hidrelétricas, diz estudo

                                                                                    


Levantamento da Frente Nacional de Consumidores de Energia comprova com números uma percepção antiga no setor: entre as grandes hidrelétricas do país, o custo de geração da usina binacional de Itaipu é o que mais pesa no bolso dos brasileiros.
 

No ano passado, a tarifa da usina para as 31 distribuidoras que são obrigadas a comprar a sua energia ficou em R$ 294 pelo MWh (megawatt-hora). O valor supera de longe o praticado por oito outras grandes hidrelétricas que são comparáveis a Itaipu —já pagaram os custos de construção e instalação, têm ganhos de escala, produziram acima de 5 milhões de MWh e podem oferecer valores menores.
 

Na média, o MWh desse grupo custou R$ 101,78. Ou seja, nesse recorte, o preço de Itaipu é quase o triplo. A energia da usina custou praticamente o dobro do valor da mais cara desse grupo, a hidrelétrica de Ilha Solteira, cuja tarifa ficou em R$ 148 no ano passado. Em relação ao valor de Xingó, a mais barata, com tarifa de R$ 56, Itaipu custou cinco vezes mais.
 

Pela lógica econômica, na avaliação da Frente, a tarifa de Itaipu para as distribuidoras tinha de ser equivalente à praticada pelas hidrelétricas mais antigas, como Furnas e Itaparica, cuja tarifa no ano passado ficou, respectivamente, em R$ 65 e R$ 70.
 

O que mais chama a atenção é que o valor da energia de Itaipu supera até o das três jovens hidrelétricas da região Norte, que ainda não amortizaram custos de implantação (veja quadro ao lado).
 

Em 2023, a tarifa de Itaipu na usina, chamada de Cuse (Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade), foi de US$ 16,71 kW/mês (R$ 85,52 pelo quilowatt por mês). Para ser praticado no mercado brasileiro, porém, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) soma anualmente outros custos de Itaipu pagos pelos brasileiros. No ano passado, esse valor final foi de R$ 235,70 pelo pelo MWh.
 

Para comparação, a Frente adicionou o custo de conexão ao sistema, que está embutido em todas as tarifas de hidrelétricas repassadas às distribuidoras, chegando aos R$ 294.
 

Para selecionar as oito usinas, o levantamento avaliou a tarifa de 59 hidrelétricas que operam pela sistemática de cotas para o chamado mercado cativo, que fornece energia para famílias, bem como para pequenas e médias empresas ligadas à baixa tensão. Segundo a Aneel, a tarifa média desse grupo foi de R$ 153 por MWh no ciclo 2023/2024 —também bem abaixo de Itaipu.
 

Especialistas do setor afirmam que essa diferença de preço não tem razões técnicas, mas politicas. À medida que o custo da dívida para a construção de Itaipu foi caindo, até zerar em 2023, os governos de Brasil e Paraguai elevaram a transferência de recursos do caixa da hidrelétrica para bancar investimentos públicos dos dois lados da fronteira por meio da oferta de projetos socioambientais e obras.
 

"O levantamento foi feito a partir de dados da agência do setor de energia elétrica e, por isso, traz números comparativos", afirma Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional de Consumidores de Energia.
 

"Essa comparação deixa claro que Itaipu tem ineficiências aumentando a sua tarifa — ineficiências na gestão e no uso dos recursos da exploração de energia, que estão sendo dirigidos para outros fins."
 

Os projetos socioambientais e as obras são contabilizados na despesa de exploração, como parte da operação da usina, e a cifra destinada a eles em 2022 e 2023 soma US$ 800 milhões, pelas estimativas.
 

"Ainda estamos aguardando os resultados de Itaipu para o terceiro trimestre de 2023, que consolida o ano, mas a perspectiva é de um aumento expressivo", afirma Ângela Gomes, que acompanha o tema na PSR, consultoria especializada no setor de energia.
 

Brasil e Paraguai travam agora uma queda de braço em torno dessa despesa para 2024.
 

O novo governo paraguaio de Santiago Peña insiste em receber mais dinheiro, o que pressupõe elevar a tarifa do lado de cá da fronteira. Os brasileiros bancam 85% da compra de energia de Itaipu. O governo Lula, preocupado com o efeito do aumento da conta sobre a sua popularidade, quer manter o valor de 2023.
 

Na prática, no entanto, manter já significaria aumentar em cerca de US$ 275 milhões os recursos para projetos socioambientais. Esse foi o valor reservado no orçamento de 2023 para quitar as parcelas finais da dívida pela construção —o custo não existe mais no orçamento de 2024.
 

A distribuição dos projetos socioambientais é desigual. No Paraguai, atendem todo o país. No Brasil, são obrigados a pagar pela energia de Itaipu moradores de SP, RJ, MG, ES, MT, MS, GO, PR, SC e RS. No entanto, os projetos atendem exclusivamente PR e 35 cidades de MS. Os especialistas asseguram que, pelo seu porte, Itaipu deveria ser destaque entre as mais baratas.
 

A binacional já foi a maior hidrelétrica do mundo. Hoje, é a terceira. No Brasil, não há usina que se equipare a ela. É a maior em potência instalada, 14.000 MW. De longe, também, é a maior em geração de energia. Em 2023, foram quase 84 milhões de MWh.
 

"Hidrelétricas têm estruturas técnicas idênticas: a água passa por turbinas e gera energia", explica Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
 

"Mas a grande usina tem uma coisa chamada economia de escala: o valor unitário do investimento é menor, e a tarifa também. A tarifa de Itaipu deveria muito menor."
 

As ineficiências também aparecem em estudo do Departamento de Infraestrutura da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
 

O trabalho destaca que os custos de Itaipu superam, em muito, os de grandes usinas privadas com porte mais próximos da binacional. As despesas operacionais de Itaipu em 2022, por exemplo, foram de R$ 5,3 bilhões, ante R$ 309 milhões em Santo Antônio e R$ 133 milhões em Belo Monte.
 

Itaipu é muito maior, e a sua estrutura funcional é duplicada. Se há um diretor brasileiro para cuidar da geração de energia, precisa ter outro paraguaio. Ainda assim, o número de trabalhadores destoa. Enquanto Itaipu tinha 2.845 funcionários ao final de 2022, Santo Antônio contava com 368, e Belo Monte, com 363.
 

O gasto com pessoal em Itaipu naquele ano foi da ordem de R$ 2,5 bilhões. As privadas gastaram uma fração disso: Santo Antônio, R$ 76 milhões, e Belo Monte, R$ 50,9 milhões.
 

Também chama a atenção o item "outros" das despesas operacionais. Em Santo Antônio, custou R$ 77,6 milhões, em Belo Monte, R$ 15,9 milhões. Em Itaipu, a cifra foi de R$ 2,1 bilhões. Segundo a Fiesp, é aí que entram os gastos com projeto socioambientais, reforçando a leitura de que fazer política pública com dinheiro da conta de luz está distorcendo a tarifa de Itaipu.
 

"A Fiesp sabe que o valor não cairá na canetada, pois isso depende de negociação bilateral", diz Julio Raimundo, diretor da Fiesp. "Mas a federação entende que há espaço substancial para redução da tarifa."
 

PROJETOS GERAM DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR, DIZ USINA
Procurada pela Folha de S.Paulo, a assessoria de imprensa respondeu que Itaipu não se pronunciaria sobre o levantamento, uma vez que não teve acesso ao conteúdo, mas destacou que a capacidade de produção da Itaipu Binacional não tem paralelo. Já gerou 3 bilhões de MWh, quantidade de energia suficiente para abastecer o mundo por 43 dias, volume que não foi superado por outra usina.
 

"As virtudes de Itaipu Binacional recomendam prudência na realização de comparações, porquanto inexiste outra usina no mundo com características semelhantes", afirmou a nota. "Ainda assim, Itaipu apresenta preço altamente vantajoso para o consumidor brasileiro, contribuindo para a modicidade tarifária."
 

A nota destacou ainda que a tarifa é definida anualmente por consenso entre Brasil e Paraguai dentro de critérios preestabelecidos e com a missão de oferecer energia elétrica de "qualidade com responsabilidade social e ambiental".
 

Dentro dessa perspectiva, os projetos socioambientais representam investimentos no desenvolvimento sustentável dos dois países, fazendo com a usina "gere mais que energia: gera bem-estar e desenvolvimento para as sociedades brasileira e paraguaia".

Em semana esvaziada pelo feriado de 1ª de maio, votação do Perse no Senado é o destaque em Brasília

                                                                           


Nesta semana marcada por relativo esvaziamento político devido ao feriado do Dia do Trabalhador, na próxima quarta (1), os três poderes da República ainda se veem envolvidos em uma conturbada disputa devido ao cancelamento, pelo STF, da decisão tomada pelo Congresso Nacional em manter a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e de milhares de municípios. A liminar pedida em ação do governo federal e autorizada pelo ministro Cristiano Zanin revoltou mais uma vez deputados e senadores, e a medida só não terá maiores consequências para o Palácio do Planalto na semana por conta do feriado. 

 

Entre os poucos projetos que devem ser votados nesta semana está o que garante a manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse. O projeto, que garante um total de R$ 15 bilhões para ajuda aos setores de eventos e turismo, deve ser votado no Senado. 

 

Do lado do governo federal, o Ministério da Fazenda pode vir a apresentar nesta semana a estimativa de impacto da carga tributária a partir da regulamentação da Reforma Tributária enviada ao Congresso. No Judiciário, está previsto o julgamento de ação no Tribunal Superior Eleitoral que pode levar à cassação do senador Jorge Seif (PL-SC).

 

Confira abaixo a agenda da semana em Brasília.

 

PODER EXECUTIVO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre a semana nesta segunda (29) realizando diversas reuniões, no Palácio do Planalto, com ministros e assessores. Lula deve ter conversas com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Justiça, Ricardo Lewandowski, da Fazenda, Fernando Haddad, e da Gestão, Esther Dweck. 

 

Na próxima quinta (2), o presidente Lula recebe a visita oficial do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Na reunião com Lula, Kishida deve assinar um acordo de cooperação bilateral sobre diversas questões ambientais, incluindo a mudança climáticas e o processo de redução das emissões de carbono.

 

Também na quinta o presidente Lula deve sancionar ou vetar projeto que institui a Política Nacional de Qualidade do Ar. Já a sexta (3) é marcada pelo prazo final para o presidente sancionar ou vetar projeto que cria o marco legal para a indústria de jogos eletrônicos e para os jogos de fantasia.

 

O calendário de divulgação de indicadores da economia começa já nesta segunda (29), com o Índice Geral de Preços de abril. No mês de março, o IGP-M registrou variação de -0,47%. No acumulado do ano, o índice acumula queda de -0,91%, e de -4,26% nos últimos 12 meses.

 

Na terça (30), o IBGE divulga os dados sobre a taxa de desemprego no país no mês de março. No mesmo dia, o Banco Central divulga o resultado das contas do setor público consolidado de março, e o Tesouro Nacional apresenta o Relatório Mensal da Dívida Pública.

 

Já na sexta (2), o IBGE divulga recorte do Censo 2022, com dados sobre sexo e idade para quilombolas e indígenas. Ainda na sexta, o IBGE tornará público os dados da Produção industrial do Brasil no mês de março. Em fevereiro a índice registrou queda de 0,3% nas atividades da indústria, mas no acumulado de 12 meses a indústria apresenta evolução de 1%.

 

PODER LEGISLATIVO

O Congresso Nacional começa a semana ainda sob o impacto da decisão do STF de suspender os efeitos da lei que manteve a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e dos municípios. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que teve uma troca de farpas com o ministro Fernando Haddad, quer reunir os líderes partidários para discutir o assunto. 

 

O presidente do Senado faz questão que todos os líderes compareçam ao encontro, mesmo que à distância, visto que muitos senadores estarão em seus Estados por conta do feriado de 1º de maio. Na reunião, os senadores discutirão a reação que o Congresso adotará diante da derrubada das desonerações pelo STF. Também deve ser debatida a sessão de análise de vetos presidenciais. Os senadores se queixam que o governo não tem cumprido acordos feitos no Legislativo.

 

Na sessão plenária de terça (30), deve ser votado o projeto de lei que impõe novas normas para o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O projeto não deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e será votado em regime de urgência diretamente no Plenário. 

 

A sessão será semi-presencial em razão do feriado de 1º de maio, mas como há amplo consenso sobre o tema, o projeto deve ser votado em caráter simbólico. A relatora da proposição no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), não deve fazer mudanças no texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Daniella Ribeiro também foi responsável por relatar o projeto quando este foi instituído, durante a pandemia de Covid-19.

 

O texto aprovado em 2021 garantia os benefícios do programa para 44 atividades. O Ministério da Fazenda desejava encerrar a benesse imediatamente, e sem conseguir emplacar sua vontade, tentou reduzir o Perse para apenas 11 atividades. Entretanto, a relatora na Câmara, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), reduziu de 44 para 30 os setores beneficiados, e fixou um teto de R$ 15 bilhões até 2026.

 

Também na terça (30), pode ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o relatório do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), ao projeto de lei que recria o DPVAT, agora com o nome de seguro obrigatório de veículos terrestres (SPVAT). Pela negociação mantida por Jaques Wagner para garantir a aprovação do projeto, o governo teria a garantia de R$ 15 bilhões em arrecadação, e com isso, em contrapartida, poderia pagar os R$ 5 bilhões em emendas de comissão que foram vetadas pelo presidente Lula.

 

Ainda na terça está agendada a ida do ministro da Casa Civil, Rui Costa, à Comissão de Infraestrutura do Senado. O ministro levará explicações aos senadores sobre o Programa de Aceleração do Crescimento e transparência nos gastos ambientais de Itaipu.

 

PODER JUDICIÁRIO

Após formar maioria, os ministros do Supremo Tribunal Federal vão retomar na próxima quinta (2) o julgamento sobre as competências do Ministério Público na condução de inquéritos criminais. A terceira sessão sobre o tema será retomada com o voto do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. 

 

A Corte já tem maioria para reconhecer o poder de investigação do órgão, desde que respeitando algumas regras, como submeter todos os procedimentos de investigação a um juiz responsável e ter justificativas para as prorrogações de prazo.

 

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será retomado nesta terça (30) o julgamento que pode levar à cassação do senador Jorge Seif (PL-SC) por abuso de poder econômico. Ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ele foi absolvido no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), mas houve recurso.

 

Seif é acusado de ter sido beneficiado pelo apoio dos empresários Luciano Hang, da rede de lojas Havan, e Almir Manoel Atanázio dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados da cidade de São João Batista durante a eleição de 2022. A análise do caso foi iniciada no dia 4 de abril, e suspensa após leitura do relatório e a sustentação oral dos advogados dos envolvidos. O julgamento será reiniciado com o voto do relator do caso, ministro Floriano de Azevedo Marques.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Gasolina volta a subir, na Bahia, após Acelen anunciar aumento de 5,1%

 

                                                                        


Empresa que administra a Refinaria Mataripe, na Bahia, a Acelen informou, nesta quinta-feira (18), um novo aumento no preço da gasolina vendida para as distribuidoras de combustíveis. O reajuste de 5,1% já começou a ser praticado.

Nos postos da capital baiana, por exemplo, o litro da gasolina nos postos custava, em média, R$5,99, na quarta-feira (17). Nesta quinta, havia estabelecimentos comercializando o combustível a R$ 6,30 o litro.

A empresa justificou que os preços dos produtos da Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que levam em conta algumas variáveis, a exemplo do custo do petróleo. Este, diz a Acelen, é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo, portanto, variar para cima ou para baixo.

A multinacional também destacou que possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado.

segunda-feira, 8 de abril de 2024

STF decide por unanimidade que Forças Armadas não são poder moderador

                                                                        

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por 11 votos a 0 que as Forças Armadas não têm atribuição de poder moderador e que a Constituição não permite intervenção militar sobre os três Poderes.
 

No voto mais recente inserido no plenário virtual, o ministro Dias Toffoli acompanhou o relator da matéria, Luiz Fux, e acrescentou em sua posição a manifestação do ministro Flávio Dino.
 

"Para além de se tratar de verdadeira aberração jurídica, tal pensamento sequer encontra apoio e respaldo das próprias Forças Armadas, que sabiamente têm a compreensão de que os abusos e os erros cometidos no passado trouxeram a elas um alto custo em sua história", afirmou Toffoli.
 

O debate gira em torno do artigo 142 da Constituição, que define o papel dos militares –a defesa da pátria e a garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem.
 

Como mostrou a apuração da Polícia Federal sobre a trama golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados se valeram de uma interpretação distorcida sobre tal dispositivo para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.
 

O processo foi apresentado ao Supremo pelo PDT em 2020. Em seu voto, Dias Toffoli afirmou que "superdimensionar o papel das Forças Armadas" contradiz a Constituição.
 

"Residiria nisso um grande paradoxo: convocar essas forças para atuar acima da ordem, sob o argumento de manter a ordem, seria já a suspensão da ordem democrática vigente", diz trecho do voto.
 

"Por isso, deve ser afastada toda e qualquer interpretação dos artigos 1º e 15 da Lei Complementar federal nº 97/1999, bem como do art. 142 da Constituição de 1988, que compreenda nas expressões "autoridade suprema do Presidente da República", "defesa da Pátria",?"garantia dos poderes constitucionais" e "garantia da lei e da ordem" a possibilidade de emprego das Forças Armadas como poder moderador."
 

Antes do julgamento, houve uma liminar concedida por Fux para estabelecer que a prerrogativa do presidente da República de autorizar emprego das Forças Armadas não pode ser exercida contra os outros dois Poderes.
 

Em seu voto, que foi seguido pela maioria da corte, Fux disse que o emprego das Forças Armadas para a "garantia da lei e da ordem" presta-se ao excepcional enfrentamento de grave e concreta violação à segurança pública após o esgotamento de outros mecanismos da preservação da ordem pública.
 

"A chefia das Forças Armadas é poder limitado, excluindo-se qualquer interpretação que permita sua utilização para indevidas intromissões no independente funcionamento dos outros Poderes, relacionando-se a autoridade sobre as Forças Armadas às competências materiais atribuídas pela Constituição ao presidente da República", disse o ministro em seu voto.
 

No placar final, os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, André Mendonça, Cármen Lúcia e Kassio Nunes Marques acompanharam integralmente Luiz Fux. Já Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Alexandre Moraes e Dias Toffoli também votaram contra o poder moderador, mas fizeram ressalvas em relação à posição de Fux para acrescentar alguns pontos sobre o tema.
 

Flávio Dino, por exemplo, afirmou que não existe um poder militar previsto na Constituição. "Com efeito, lembro que não existe, no nosso regime constitucional, um poder militar. O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta e indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna, como aliás consta no artigo 142 da carta magna", afirmou.
 

O ministro Gilmar Mendes também apresentou novos argumentos em seu voto. Foi com o voto do decano que o STF formou maioria contra o poder moderador das Forças.
 

Para Gilmar Mendes, não se admite qualquer interpretação que permita a indevida intromissão dos militares no funcionamento independente dos Poderes.
 

Ele também afirma que o emprego dos militares nas ações de garantia da lei e da ordem deve acontecer em excepcional enfrentamento de "grave e concreta violação à segurança pública interna, sempre em caráter subsidiário, mediante eventual iniciativa dos Poderes constitucionais após o comprovado esgotamento dos mecanismos ordinários e preferenciais de preservação da ordem pública".

Diretor exalta transmissão da TVE Bahia do Baianão: "Está fomentando novos torcedores dos times da Bahia"

                                                                         

O diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), Flávio Gonçalves, exaltou a transmissão do Campeonato Baiano pela TVE Bahia. Ele destacou que a emissora estatal está contribuindo para o surgimento de novos torcedores dos times baianos ao exibir 51 jogos ao vivo da competição. O estadual foi encerrado neste domingo (7), com a conquista do título pelo Vitória que venceu o confronto diante do Bahia pelo placar agregado por 4 a 3. 

 

"Este ano foi um ano muito importante. Um ano histórico, porque pela primeira vez na história do Campeonato Baiano, todos os jogos do campeonato foram transmitidos ao vivo. Os torcedores puderam acompanhar todos os jogos, graças à transmissão na TVE. É o quarto ano já dessa parceria, mas nunca antes nós tínhamos transmitido todos os jogos num campeonato intenso. Em 45 dias transmitimos 46 jogos. Em alguns dias foram dois jogos. Tivemos dias que foram três jogos em cidades diferentes. Estamos falando de um estado gigantesco, com distâncias enormes, e tendo que fazer essa transmissão num dia, no outro dia, viajar, percorrer o estado, para garantir que o torcedor pudesse assistir. Ficamos muito felizes, porque a audiência foi histórica. Ainda estamos consolidando os números, mas hoje, por exemplo, ultrapassamos a barreira de 700 mil pessoas assistindo só no Youtube, a maior live da história da Bahia na plataforma. Não existe uma live que tenha se aproximado de 700 mil pessoas assistindo. Só para o torcedor ter uma ideia, no mesmo momento, um jogo do Flamengo, a final do Campeonato Carioca, com 900 mil pessoas assistindo. Nós estamos falando de um time que tem milhões de torcedores. Então Ba-Vi hoje, fora a televisão, na televisão nós ficamos com 3 vezes mais, 3 vezes a audiência de quem estava em segundo lugar. Nós estamos falando de uma audiência gigantesca ao longo do campeonato também. E eu não tenho a menor dúvida, nós estamos construindo uma referência hoje no Brasil de transmissão de campeonato estadual. Não tem ninguém que faça o que nós fazemos no tamanho que é feito aqui. E isso é fundamental para que tenhamos mais torcedores torcendo pro Bahia, torcendo por Vitória, mas também torcendo para os times do interior. Para que a gente evite de sair na rua na Bahia e ver torcedor com camisa do Santos, do Flamengo, do Palmeiras, do Corinthians, do Vasco. Então, eu não tenho a menor dúvida que a gente está fomentando novos torcedores de time da Bahia nessa parceria entre a TVE e os clubes de futebol da Bahia", avaliou em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Gonçalves também elogiou a qualidade de transmissão da emissora e ressaltou a cobertura das partidas que tiveram também o pré e pós jogo antes da bola rolar. Inclusive, nos clássicos Ba-Vi, também foram exibidas as entrevistas coletivas dos treinadores de Bahia e Vitória. Além, disso, a TVE Bahia seguirá mostrando também as demais competições do calendário da temporada baiana. E anunciou a exibição da Série B do Brasileiro, que neste ano não terá nenhum representante da Bahia.

 

"Vem aí mais futebol na TV, vem a Série B do Campeonato Baiano, sub-20, vem o feminino, vem o Campeonato Intermunicipal, e vem mais uma novidade que a TV vai transmitir, retransmitir e transmitir, o Campeonato Brasileiro da Série B. Não tem nenhum time da Bahia disputando, Bahia e Vitória estão na Série A, mas a TV vai exibir os jogos do Campeonato Brasileiro da Série B este ano, para que o povo da Bahia que gosta de futebol possa assistir. Tem times do Nordeste, tem times de outras regiões, então a gente vai continuar valorizando o futebol baiano sempre primeiro, mas também pensando em como dar visibilidade, por exemplo, como ontem sábado exibimos um jogo da seleção brasileira feminina, que infelizmente perdeu, mas nós exibimos esse jogo ao vivo, uma competição que estava sendo feita nos Estados Unidos, então as mulheres também jogam futebol e a seleção brasileira e feminina, a gente exibiu esse jogo ontem ao vivo aqui para a Bahia, para poder assistir as mulheres que jogam futebol também", comentou.

 

A TVE Bahia seguirá transmitindo o Baianão pelas próximas edições de 2025 e 2026.

Justiça retoma hoje julgamento que pede a cassação de Moro

                                                                               


                         

Justiça retoma hoje julgamento que pede a cassação de Moro
 O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retoma às 14h desta segunda-feira (8) o julgamento das duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) que pedem a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR).

 

Será a terceira sessão de julgamento do caso. A análise do processo foi suspensa na última quarta-feira (3) após pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) da desembargadora Claudia Cristina Cristofani. Dos sete desembargadores da Corte, dois já votaram e o placar está empatado em 1 a 1.

 

Moro e os suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, respondem por abuso de poder econômico na pré-campanha eleitoral de 2022.

 

As ações contra eles têm teor similar e são julgadas em conjunto pela Corte. Qualquer que seja a decisão no tribunal paranaense, cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Todos os membros da Corte votam, inclusive o presidente, porque os processos envolvem possível perda de mandato. Em ações sem esse tipo de especificidade, o presidente só votaria em caso de empate.

 

O primeiro a votar foi o relator do caso, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, que votou contra a cassação do mandato. Em seguida, o desembargador José Rodrigo Sade divergiu, e votou a favor da perda do mandato.

 

O pedido de vista interrompeu o julgamento e será retomado nesta segunda com o voto da desembargadora Claudia Cristina Cristofani. Na sequência ainda votam, nesta ordem:

 

Desembargador Julio Jacob Junior – classe de advogado efetivo;

Desembargador Anderson Ricardo Fogaça – juiz de Direito efetivo;

Desembargador Guilherme Frederico Hernandes Denz – juiz de Direito efetivo;

Desembargador Sigurd Roberto Bengtsson – presidente.

 

Nesta segunda pode haver novo pedido de vista, adiando novamente a conclusão do julgamento.

Casas Bahia faz acordo e pede recuperação extrajudicial para renegociar dívida de R$4,1 bilhões

                                                                                               O Grupo Casas Bahia (BHIA3) informou, neste d...