Foto: Pedro França/ Agência Senado
O ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência, Carlos Alberto Júnior, informou que o órgão buscou contato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para aprimorar a campanha "Somos Iguais", de combate ao preconceito, lançada pela entidade esportiva em abril deste ano. Segundo Carlos Alberto Júnior, que participou nesta segunda-feira (17) de audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) sobre o racismo no futebol, uma das propostas analisadas é criar uma ferramenta, possivelmente um aplicativo de internet, para que o torcedor denuncie caos de racismo na hora em que ocorrerem, dentro ou fora dos estádios. “Em 2014, houve cinco casos de racismo no futebol. Então é importante que verifiquemos o que está acontecendo. O combate ao racismo é algo tão importante, que o legislador deu a ele status constitucional. É um crime de potencial ofensivo gravíssimo porque, apesar de não ferir de morte, fere a alma e o orgulho da vítima” afirmou. O secretário também chamou atenção para a pouca presença de negros na direção e no comando técnico dos clubes de futebol no Brasil. Dos 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, lembrou ele, apenas o Fluminense tem um treinador negro (Cristóvão Borges) e, na maioria dos casos, os afrodescendentes exercem funções de apoio, sem protagonismo, o que não reflete a diversidade do país. O vice-presidente do Grêmio, Adalberto Preis, disse que o clube foi injustiçado no caso de preconceito racial contra o goleiro Aranha, do Santos. Na opinião do dirigente, quiseram imputar a responsabilidade e a característica de racista ao clube, que tem tradição de ser multirracial, como ressaltou. O dirigente lembrou que, de um público de 32 mil pessoas presentes no estádio em 28 de agosto, quatro torcedores foram indiciados em inquérito policial e denunciados à Justiça. Adalberto Preis acrescentou que o Grêmio é o único clube no Brasil que tem estatutariamente uma estrela dourada em sua bandeira, representando o jogador negro Everaldo Marques da Silva, campeão mundial pela seleção brasileira em 1970. Além disso, acrescentou, o autor do hino do clube é um negro: Lupicínio Rodrigues. “Não obstante a terrível campanha feita, tentando pôr no Grêmio a mancha de racista, o clube não é racista” afirmou. Informações da Agência Senado.
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