Foto: Tapera TV
Em meio à crise hídrica que afeta o estado de São Paulo, o Bahia Notícias procurou o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), para verificar a situação do Rio Paraguaçu, maior rio genuinamente baiano, origem da água que abastece a capital baiana – que também é atendida pelo Rio Joanes. Segundo o coordenador de monitoramento do órgão, Eduardo Topázio, o rio atravessa “um período crítico de vazão” em algumas regiões, mas é aguardado o início do período de chuvas já na próxima semana. “De fato está em período crítico de vazão, o nível tem baixado muito nos últimos dias, mas estamos próximo do período de chuvas. A expectativa é de que as chuvas já comecem nesta semana, o suficiente para que o rio comece a voltar a níveis normais”, explica Topázio. Entre as regiões com situações mais críticas, como Santa Teresinha e Vitória da Conquista, ambas no sudoeste do estado, está o município de Itaeté, no centro-sul baiano, onde fica a barragem Bandeira de Mello. “Há alguns trechos, em áreas onde tem estações de monitoramento, em que a gente analisa diariamente nas estações. O que se observou é que nas últimas 96 horas o rio tem baixado permanentemente nos últimos quatro dias e reduziu 5 metros do seu tamanho, o que significa que passou de 4,7 para 4,2 metros cúbicos”, apontou. Ele ressalta, no entanto que Salvador e a região metropolitana integram uma região “privilegiada” e não são ameaçadas por problemas no fornecimento “nem eminentes, nem a curto prazo”. “O Rio Paraguaçu nasce na região semiárida, então nós consumimos água de lá, pelo que chamamos transposição de bacia. Se fala muito da transposição do São Francisco, mas o que fazemos aqui [com o Paraguaçu] também é isso. A barragem de Pedra do Cavalo é monstruosa, uma das nossas maiores barragens, sem contar Sobradinho, Xingó... Tem uma capacidade gigantesca. Além do Paraguaçu, nossa água também vem do Joanes, claro que do Paraguaçu em maior número. Então temos reserva garantida, 21 metros cúbicos por segundo para atender Salvador e só usamos 7. A gente nem usa tudo que precisa”, diz. Segundo o coordenador, os riscos para os soteropolitanos e moradores da RMS estão relacionados “menos à quantidade e mais à qualidade”, devido ao avanço desordenado das cidades próximo aos mananciais.
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