Mais de cem mil mulheres tiveram seus filhos no Hospital da Mulher, de 2002 até o ano passado. Municipal e referência nos casos de baixa e média complexidade, a unidade atende às mulheres dos 38 municípios pactuados com Feira de Santana e, em casos que estão cada vez menos excepcionais, de não pactuados. Cerca de 65% das atendidas residem no município.
Neste período, nas suas salas de parto foram realizados 61.398 procedimentos normais e 38.890 cesáreos. Os números são superlativos em outras áreas: as consultas ambulatoriais passaram de 211 mil, os atendimentos emergenciais somam mais de 331 mil e os internamentos passam de 156 mil. Destes, 56 mil foram procedimentos clínicos ou curetagens.
Gilberte Lucas, diretora-presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, que administra o Hospital da Mulher, diz que a unidade está sendo modernizada e que este processo será contínuo. “Como somos referência não podemos deixar de investir na aquisição de novos equipamentos, na implantação de novos serviços e manter o que já oferecemos com a eficiência que nos tornou singular”.
Enfatiza que nos últimos dois anos o Hospital da Mulher teve mais de 3 milhões de reais em investimentos com recursos próprios na aquisição de equipamentos e reformas, onde sua estrutura e mantida mensalmente com 25% Recursos de Produção SUS e 75% recursos próprio do município.
Há 23 anos, o hospital tinha apenas 24 leitos, que correspondem a pouco menos de 20% do cenário atual, que tem mais de 110 leitos, mais o leque de serviços que foi incorporado ao longo dos anos. Ao longo dos anos ganhou Unidade de Terapia Neonatal, Berçário de Médio Risco e a Casa da Puérpera – onde as mães ficam hospedadas enquanto seus filhos se recuperam na UTI, e o Programa Mãe Canguru – o recém-nascido prematuro é “amarrado” ao corpo da mãe, que possibilita uma intensa troca de energia, detalhe que facilita a recuperação da criança.
No hospital também funciona um banco de leite humano que é referência para toda a região. Atende as necessidades dos recém nascidos que ficam internados e, em casos especiais, ao público externo. O estoque é mantido com doações de mulheres que deram a luz na unidade e outras que se tornam doadoras espontâneas.
Cerca de 5% dos atendimentos são prestados a mulheres que moram em municípios não pactuados com Feira de Santana. “A gente não pode negar, sob nenhum argumento, atendimento, principalmente se for emergência”, diz a diretora da unidade, Charlene Portugal, que chegou ao hospital menos de um ano depois da sua fundação. “O que se faz é um atendimento humanitário”. Estas mulheres saem das suas cidades com destino a Salvador, mas param no Hospital da Mulher porque entram em trabalho de parto ou apresentam alguma complicação.
Para a diretora, os números por si mostram que a relevância social da unidade hospitalar é grande e que vem, nestas poucas mais de duas décadas, contribuindo para a qualidade da assistência em Feira de Santana.
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