terça-feira, 3 de março de 2015

Deputado do PP indicou empresa para obra de refinaria no Maranhão, diz doleiro

Deputado do PP indicou empresa para obra de refinaria no Maranhão, diz doleiro
Foto: Agência Brasil
O doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, afirmou que o deputado Luiz Fernando Faria (PP/MG) participou de um esquema de propinas e indicou a contratação de uma empresa de mineração e construção pesada para as obras da refinaria Premium I, no Maranhão. Em delação premiada na Operação Lava Jato, Youssef declarou que, ao cobrar comissão da Fidens Engenharia, soube que a empresa havia sido contratada por "uma ingerência pessoal" do parlamentar. Luiz Fernando é um dos políticos apontados pelo doleiro em sua delação perante a força-tarefa da Lava Jato, investigação que desmantelou esquema de corrupção que funcionou na estatal petrolífera entre 2003 e 2014. O deputado mineiro nega categoricamente ter indicado empresa para a refinaria Premium I ou recebido valores ilícitos. Seu nome também foi citado na delação do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. O procurador-geral da República Rodrigo Janot deverá anunciar esta semana medidas de investigação contra deputados e senadores apontados pelo doleiro e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ambos fizeram delação premiada. A Premium I, orçada em R$ 20 bilhões e situada em Bacabeira, a 60 quilômetros da capital São Luís, foi projetada para operar como a maior refinaria da Petrobras - capacidade para processar 600 mil barris por dia de petróleo. Mas o empreendimento emperrou há três anos, ainda na gestão Roseana Sarney (PMDB). Na semana passada, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), reivindicou à presidente Dilma Rousseff (PT) que autorize a retomada das obras. Em um de seus inúmeros relatos aos procuradores da República que investigam empreiteiras que se uniram em cartel para conquistar contratos bilionários da Pretrobras, Youssef citou a Premium I e o deputado mineiro Luiz Fernando, do PP. Esse depoimento foi realizado no dia 12 de novembro na sede da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato. O doleiro afirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ganhou propina de 30% sobre o montante desviado de um dos itens das obras, relativo à terraplanagem da refinaria. A Fidens, fundada em 1968, fica em Minas. Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Luiz Fernando (PP/MG) rechaçou a informação de que teria participado da indicação da Fidens. Negou também ter recebido valores ilícitos e destacou sua "longa e imaculada vida pública". A Fidens também nega que tenha sido contratada por ingerência pessoal do deputado Luiz Fernando e que tenha pago propina ao parlamentar e participado de qualquer irregularidade nas obras da Premium I. Segundo nota da Galvão Engenharia, os contratos da empresa foram firmados de maneira lícita. Os pagamentos realizados resultaram de extorsão e concussão, e não têm relação com valores contratados. A Serveng disse que "desconhece o assunto e declara que sua atuação é pautada no cumprimento à lei."

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