quarta-feira, 25 de março de 2015

Investimento em segurança de bancos ‘é baixíssimo’, afirma sindicato dos bancários

Investimento em segurança de bancos ‘é baixíssimo’, afirma sindicato dos bancários
Explosão em Utinga / Foto: Reprodução / WhatsApp
A sanha explosiva dos assaltantes de bancos na Bahia já fizeram 58 ataques neste ano. Do total, 47 ocorreram no interior do estado, e 11, na capital baiana. Segundo dados do Sindicato dos Bancários da Bahia, a maior parte das ocorrências (63,8%) foi de explosões, como a que ocorreu na virada de ano em Esplanada, no agreste baiano, ou no dia 12 de fevereiro em Utinga, na Chapada Diamantina – em uma explosão que chegou a acordar a cidade –, ou no último registro desta sexta-feira (20) em Saubara, no Recôncavo. No entanto, as ações de combate ao crime têm sido quase inexistentes, na avaliação da entidade. De acordo com Augusto Vasconcelos, presidente do sindicato, um dos pontos críticos é o baixo investimento das instituições financeiras em segurança, com apenas 5% do lucro empregado no setor. O pior é que quase a totalidade (ou 90%) vai para a proteção das operações virtuais, o “internet banking”, opina. “É baixíssimo o investimento em segurança [...] Só para se ter ideia, o sistema financeiro brasileiro obteve lucro de mais de R$ 60 bi no ano passado”, diz Augusto Vasconcelos em entrevista ao Bahia Notícias. O sindicalista chama à atenção para outro impacto, que vai além do monetário. "Eu estive em Amargosa recentemente e pude constatar relatos de bancários, clientes e usuários que desenvolveram problemas e transtornos psicológicos depois de presenciarem assaltos", relata.


Foto: Reprodução / Blog Rodrygo Ferraz

Conforme o sindicalista, outro problema é a quantidade pequena de policiais lotados nas cidades. O BN constatou que dos 46 municípios do interior que sofreram ataques neste ano, dez deles tinham dois, ou três, policiais de plantão no momento dos crimes. Ainda segundo o presidente do sindicato dos bancários, medidas como instalação de câmeras nas fachadas das agências – prerrogativa das prefeituras – e interligadas ao comando da polícia baiana, bem como dispositivos que queimem ou danifiquem as notas (ainda sem regulamentação no país) devem ser instalados para enfrentar o problema. Outra solução seria a instalação de vidros blindados ou lâminas de segurança nos estabelecimentos. Isenção para clientes de tarifas on-line também foi sugerida para diminuir a necessidade das agências físicas. Um dado curiosos na contabilidade dos ataques a bancos é que enquanto os assaltos diminuem, as explosões aumentam. Em 2013, foram 193 ocorrências, com 100 explosões e 38 assaltos. No ano seguinte, 2014, foram 230 ataques, com 166 explosões e 16 assaltos. Em três meses incompletos, 2015 já assinala 37 explosões, com quatro assaltos. Para tentar baixar o fogo dos bandidos, na primeira metade de março, o governador, Rui Costa, encaminhou propostas ao Ministério da Justiça e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para coibir as ações criminosas, como marcadores químicos e identificação de número de série de explosivos usados nas ações. 

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