Em conversa privada com o vice-presidente e articulador político do seu governo Michel Temer (PMDB), a presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu unificar o discurso de apoio ao ajuste fiscal dentro do governo e enquadrar os senadores petistas que ameaçam votar contra o pacote.
Temer disse que, se o Palácio do Planalto não enquadrasse o PT, o risco de derrota no Senado na votação das medidas era elevado. A expectativa é que as mudanças propostas em benefícios trabalhistas e previdenciários sejam votadas nesta terça-feira (26). A coluna Satélite, do Correio 24 Horas traz informações que o senador Walter Pinheiro (PT) já mandou recado ao Planalto que não aceita veto presidencial ao novo cálculo para aposentadorias, em alternativa ao fator previdenciárioque, incluso na Medida Provisória 644.
Temer reclamou ainda que setores do governo estão trabalhando contra alguns pontos do ajuste fiscal, o que fragilizava suas negociações.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. de Paulo, Dilma afirmou que iria acabar com as "dubiedades" de posição no governo e prometeu entrar em contato diretamente com alguns senadores petistas.
A presidente determinou que os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e das Comunicações, Ricardo Berzoini, e o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), definam com Michel Temer a estratégia para fazer com que pelo menos 11 dos 13 senadores do PT votem com o Planalto. Não se sabe se Pinheiro está entre os 11 sinalizados.
Mesmo com o aceno do governo de vetar a carência de três meses para que acesso ao abono salarial de até dois salários mínimos, pelo menos alguns senadores petistas mantêm a decisão de derrubar a medida provisória 665, que restringe benefícios trabalhistas.
Na votação da MP 664, que trata de benefícios previdenciários, a ala rebelde do PT promete se aliar à oposição para tentar derrubar a medida, aprovando apenas a mudança no cálculo das aposentadorias. Durante a votação na Câmara, os deputados incluíram uma alternativa ao chamado fator previdenciário.
Os governistas temem que as MPs percam a validade se forem alteradas no Senado, já que "caducam" no dia 1º de junho. Há uma corrente de congressistas, aliados de Dilma, que defende que o Senado deixe a MP 664 perder a validade diante das perdas esperadas com a alternativa ao fator previdenciário.
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