Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, esteve presente no Congresso Nacional do PT, que acontece em Salvador na noite desta quinta-feira (11) e falou sobre a liberação da publicação de biografias não autorizadas previamente, feita pelo Supremo Tribunal Federal. “Eu sou absolutamente contra essa exigência de autorização previa, é uma forma de censura. Eu entendo a demanda das celebridades de garantirem a privacidade, mas um subproduto da celebridade em si é o interesse por suas vidas. É um preço a se pagar, a legislação brasileira já tem elementos que cobrem qualquer calúnia, qualquer tipo de extorsão nessas biografias, não precisa de outra legislação pra isso. E tendo a exigência de autorização, você cria um impedimento à criação de biografias honestas e que de fato acrescentem algo para os que vão ler”, comentou o ministro. Um dos maiores defensores da autorização prévia era o cantor Roberto Carlos, que já teve seu nome envolvido em uma situação de publicação de texto biográfico não autorizado. “Quem tem mesmo essa posição de exigência é Roberto Carlos, os outros foi uma tentativa de compor. O Roberto Carlos apoia a luta por direitos autorais e eles o apoiariam. Acho que é um erro. As pessoas tem que se acostumar com essa ideia. A maioria, 99% da humanidade, adoraria que a imprensa se interessasse por suas vidas, a verdade é essa”, declarou. Ferreira ainda comentou que acredita que tudo pode ser equilibrado pelos próprios artistas. “Eles podem administrar isso. Tem artista que expõe o que toma no café da manhã, os namoros que têm, então acabam pagando o preço de um exagero de exposição própria”, opinou finalizando. Na tarde desta quinta (11), Roberto Carlos e o Instituto Amigo, do qual faz parte, divulgaram uma nota se declarando a favor da liberação de divulgação de biografias sem autorização prévia, desde que sejam mantidos os direitos à privacidade e imagem de cada artista biografado. Perguntado sobre a onda cultural de “ostentação” presente no Brasil e como isso poderia ser relacionado ao governo, Juca Ferreira disse achar o movimento natural e passageiro. “A desigualdade no Brasil é considerada um fato natural, e a redução da desigualdade é que incomoda uma parte da sociedade. Até a classe media que só recebe migalhas da festa fica incomodada quando vê a “patuleia” frequentando os mesmos ambientes, aeroporto, por exemplo. Há um incomodo da classe média tradicional. Acho bobagem. Ostentação é quando a pessoa sai da miséria e quer mostrar que adquiriu certo poder aquisitivo? É normal que queira mostrar que melhorou de vida. Inclusive se gerou fenômenos culturais com relações a isso, o funk ostentação e tal, mas é um subproduto passageiro e que não tem significado nenhum”, finalizou.
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