sexta-feira, 24 de julho de 2015

Agrotóxicos: Projetos apresentados por Galo dividem Comissão de Agricultura

Agrotóxicos: Projetos apresentados por Galo dividem Comissão de Agricultura
Foto: Divulgação
Os dois projetos apresentados pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), para a proibição do uso de alguns agrotóxicos e para a rotulagem de produtos que foram cultivados com a utilização dessas substâncias, promete dar trabalho à Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Com tramitação iniciada em maio e junho deste ano, os dois textos ainda estão na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Integrante da Comissão de Agricultura e membro do Partido Verde, sigla conhecida pela bandeira da defesa do meio ambiente, o deputado Marquinho Viana se mostrou dividido em relação às proposições. “Eu estou conversando com algumas entidades ligadas a isso. Há um grupo que diz que tem uma substância que não é agrotóxico, que é defensivo agrícola, que na China já foi proibido. O Eduardo Salles disse que não, que esteve na China 12 vezes, que é usado na produção lá. Enfim, eu vou me embasar e formar minha opinião”, afirma. Viana salienta que o PV não influencia em seu posicionamento. "O Partido Verde não está me reportando mais a nada. Tenho que formar minha consciência, até porque os dirigentes que estão aí não pensam em nada disso, no estatuto do partido, em nada", criticou. De um lado, o deputado se vê interpelado por sua região de origem, a Chapada Diamantina, que pode cobrar uma posição favorável por ser uma área “com muita fiscalização ambiental”. A produção agrícola da mesma região o faz temer que o impacto de uma possível aprovação dos dois projetos possa gerar desemprego.

Foto: Reprodução/Facebook
“Tenho que ter cautela, tem muitas fazendas na região, Ibicoara, Mucugê, Barra da Estiva, [o impacto da aprovação do projeto] pode desempregar muita gente na minha região, afetar na produção. Preciso me cercar [de embasamento], me garantir, porque é uma região também muito visada em meio ambiente”, disse ele, que acrescenta: “Quando voltar do recesso já vou ter opinião formada. Temos 15 fazendas na região que empregam 7 mil pessoas. Então estou buscando nessas empresas o que eles usam e vendo com técnicos qual é a implicação disso”, aponta. O presidente da comissão, Vítor Bonfim (PDT), também elenca as consequências na produção do setor caso os textos sejam aprovados. “Esse projeto impacta diretamente na produção agrícola do nosso estado, onde o setor é um elemento muito importante da nossa economia”, argumenta. O pedetista não acredita que as proposições devam “prosperar” na AL-BA. “Evidente que, nesse momento de dificuldades econômicas, todo projeto que vai de encontro com isso não terá condição de prosperar. O esforço que o governo tem feito é de incrementar a receita do estado. Uma matéria que vai de encontro a esse esforço que o governo tem feito não tem condições de prosperar”, avalia. Segundo Bonfim, quando as matérias chegarem à comissão para serem analisadas, o debate terá a participação de quem defende e de quem rejeita o uso de agrotóxicos na produção agrícola. “Quando a matéria chegar à comissão, vamos oportunizar ao deputado Marcelino que traga as informações e subsídios e vamos trazer os representantes do setor produtivos para discutir a questão”, afirma.

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