segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Luiza Maia quer proibição de peças publicitárias que explorem corpo da mulher

Luiza Maia quer proibição de peças publicitárias que explorem corpo da mulher
Foto: Divulgação
A deputada estadual Luiza Maia (PT) apresentou projeto à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para proibir a exploração do corpo da mulher de forma erótica para uso publicitário no estado. O texto está sendo analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com relatoria do deputado Luiz Augusto (PP). “É um projeto meio polêmico, porque o mercado de publicidade usa o corpo da mulher daquela forma degradante. Vamos fazer audiência na próxima quinta [3] e entendemos que vai precisar fazer mobilização, porque aquela Casa é machista”, diz. Como exemplos recentes, Luiza cita uma marca de artigos esportivos cuja propaganda apresentava uma mulher cobrindo os seios com tênis; além do uso de fotos de mulheres seminuas na seção de “acompanhantes” dos classificados. A parlamentar ainda estuda como delimitar mais o escopo da proposta, já que muitas peças veiculadas nos meios de comunicação baianos não são criados na Bahia ou referentes a marcas sediadas no estado. “Temos que fazer a discussão de qual é a medida. O que não dá é para deixar dessa forma, esse rebaixamento da mulher, é uma agressão”, afirma. “Uma preocupação é a criança e o adolescente que vê a mulher sendo tratada dessa forma, na novela, na piada, no programa de humor”, acrescenta Luiza. Prevendo a oposição que o projeto deve desencadear, a deputada já pensa em como mobilizar mulheres e entidades da sociedade civil organizada para apoiar a proposição. “Estamos pensando em uma série de outdoors para mobilizar as mulheres. Na [Lei] Antibaixaria aconteceu a mesma coisa, diziam que era exagero e que as próprias mulheres estavam ‘dando a pata’, ‘balançando o rabo’, ‘ralando no asfalto’“, cita. De grande repercussão, a Lei Antibaixaria foi sancionada em abril de 2012 pelo governador Jaques Wagner e veta o uso de recursos públicos para contratação de artistas que tenham músicas ofensivas ao público feminino. A petista acredita também que terá resistência por parte dos colegas na AL-BA, que vem suas ideias como “frescura”. “Na cabeça de alguns homens, eu sou uma mulher velha e estou com frescura, já vieram me dizer para deixar ver as meninas gostosas dançando”, aponta. Luiza, no entanto, acredita que consegue mobilizar as organização de mulheres, a Defensoria Pública do Estado, a Ufba (especificamente o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, juízas e promotoras, "um volume muito grande da sociedade".  “Foram nove meses de campanha [para a aprovação da Lei Antibaixaria], inclusive o relator foi um dos que votou contra. Vamos fazer uma carta às mulheres. Ninguém gosta de se ver rebaixada e do desrespeito à sexualidade da mulher”, diz

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