Foto: André Richter/Enviado Especial/Agência Brasil
A defesa do Alberto Youssef pediu nesta sexta-feira (31) a revogação da autorização de ida do doleiro à Brasília para o juiz Sérgio Moro. Ele viajará da Curitiba (PR), onde está preso na Superintendência da Polícia Federal, para participar de uma acareação com Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras na próxima quinta-feira (6). Segundo informações do jornal O Globo, o advogado Antônio Figueiredo Basto diz que o deslocamento de Youssef compromete sua segurança e coloca em risco sua “integridade física e moral”. Ele solicitou ao magistrado que o depoimento de Youssef à CPI seja feito em Curitiba, e afirma que a ida para a capital federal seria onerosa e que os deputados já tem viagem agendada ao Paraná. O pedido foi feito um dia depois de a advogada Beatriz Catta Preta, que defendeu nove delatores da Operação Lava-Jato, ter afirmado que abandonaria a profissão por se sentir ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras. Na petição protocolada por Figueiredo Basto, ele diz que a comissão tem atuado para constranger e intimidar pessoas: “Há muito a CPI perdeu o foco de seu objeto originário, desvirtuando-se de sua finalidade precípua, para se tornar um escoadouro de interesses subalternos, a fim de constranger e intimidar pessoas”. Entre os motivos que justificam a avaliação de Basto estão a quebra de sigilo dos familiares do doleiro; a convocação de Catta Preta para falar sobre a relação com seu cliente; a aprovação de centenas de requerimentos sem fundamentação e o pedido de acareação entre a presidente Dilma Rousseff e Youssef, cuja improcedência, para o advogado, “salta aos olhos”. Há 15 dias, o doleiro afirmou em depoimento à Justiça Federal que estava sendo intimidado por um “pau mandado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha”, em menção ao deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ) que fez dois requerimentos de quebra de sigilos bancário e fiscal da ex-mulher e das duas filhas de Youssef. As solicitações foram vetadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “A lógica da gangue continua vigorando: intimidação e corrupção. Portanto, é preciso tomar todas as cautelas para que os conchavos entre poder político e econômico não prosperem e façam cair por terra toda investigação.”
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