Foto: Sindipetro
O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) afirma que funcionários de diversas unidades de produção da Petrobras estão sendo coagidos pela gerência a permanecerem em seus postos, extrapolando a carga horária de trabalho. De acordo com a entidade, a medida ocorre por conta da greve nacional da categoria, que entra em seu segundo dia nesta segunda-feira (2). De acordo com o coordenador-geral do Sindipetro, Deyvid Bacelar, há operadores que estão na Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, desde a última sexta-feira (30). “Eles estão em estafa física, psicológica. Essa prática de cárcere privado é ilegal e traz aqui uma desumanização das relações de trabalho. Alguns operadores saíram em estafa nítida, estão há mais de 24 horas sem dormir, atuando aqui e gerando risco”, relata. Bacelar estima que cerca de 200 pessoas já ultrapassaram a quantidade de horas extras permitidas por lei na refinaria. Ele ainda afirma que há pessoas dormindo no chão e que diversas já procuraram o serviço médico. O sindicato afirma ainda que há funcionários em situação semelhante nas unidades Temadre, Porto de Suape, Porto Mirim, Fábrica de Asfalto e Parque de Gás Maria Quitéria (todos no município de Madre de Deus), onde houve corte de rendição – quando não há troca de turno – às 19h. Segundo Bacelar, o sindicato tenta negociar um acordo, que inclui a garantia de um efetivo mínimo e de cotas de produção de gás de cozinha (GLP), diesel e gasolina. O dirigente sindical informou ainda que a entidade está notificando as unidades extrajudicialmente e que o Ministério Público do Trabalho já foi acionado. A estimativa do Sindipetro é que uma inspeção seja realizada entre terça (3) e quarta-feira (4). Bacelar aponta que o confinamento é causado por “gestos de assédio” e pelo “ranço militar” que persiste na refinaria e na estatal. “Se o gerente insinuar alguma coisa, pressionar, o operador fica com medo de ser demitido ou der ter sua carreira profissional prejudicada”. Procurada pelo Bahia Notícias, a Petrobras informou em nota que a companhia apura as situações específicas relatadas pelo sindicato. "A Petrobras está avaliando os impactos das mobilizações dos sindicatos. As equipes de contingência da empresa foram acionadas e estão operando em algumas unidades. Em alguns locais, estão ocorrendo bloqueios de acessos, cortes de rendição de turno e ocupação. A companhia está tomando todas as medidas necessárias para manter a produção e o abastecimento do mercado, garantindo a segurança dos trabalhadores e das instalações", diz a estatal no comunicado.
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