sábado, 6 de fevereiro de 2016

OAS pagou em dinheiro móveis de sítio, diz testemunha

OAS pagou em dinheiro móveis de sítio, diz testemunha
Foto: Jefferson Coppola / Revista Veja
Um funcionário da empresa Kitchens afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que a empreiteira OAS pagou em dinheiro vivo os móveis e eletrodomésticos da cozinha e da área de serviço do sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família. A testemunha relatou ter recebido a primeira parcela, de R$ 50 mil, em espécie e ainda confirmou que a compra foi negociada pelo ex-executivo da OAS Paulo Gordilho. "Em relação aos móveis da cozinha e área de serviço do sítio, além do pagamento do sinal em pecúnia (de R$ 50 mil), que presenciou, obteve, ao levantar informações documentais para entrega ao MPF (Ministério Público Federal), que as demais parcelas também foram quitadas mediante pagamento em espécie, na loja", relata a investigação. O nome do funcionário, com cargo de gerente, vem sendo mantido em sigilo. O total comprado para o sítio foi de R$ 180 mil. Só com eletrodomésticos e mobiliários da cozinha, foram R$ 130 mil. O sítio passou a ser investigado pela Operação Lava Jato por suspeitas de que as melhorias foram usadas como pagamento de propina em troca de contratos fechados pela empreiteira no governo. Há suspeitas de que Lula seja o real dono do sítio, que está em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula. Embora a OAS tenha pago pelos equipamentos, a empreiteira pediu que Bittar figurasse como comprador. "Gordilho, no momento de aquisição dos armários do sítio, indicou os dados de Bittar para que constasse na nota fiscal", aponta outro trecho de documento da investigação em curso. A indicação fez os vendedores suporem que o sócio de Lulinha, como Fábio Luís é conhecido, era um funcionário da OAS. "Para a empresa Kitchens, o tal Fernando Bittar seria um diretor da OAS, uma vez que o projeto inicial e o orçamento foram solicitados pela OAS, além da intermediação e pagamento", diz o documento. Procurado, por telefone e e-mail, Fernando Bittar não se pronunciou. A defesa de Suassuna diz que o sítio é dele e a parte registrada em seu nome não tem benfeitorias. A OAS não atendeu aos telefonemas do Estado. Gordilho não foi localizado.

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