A entrega do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff feita pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), causou uma confusão na tarde dessa segunda-feira (28), no Congresso Nacional, em Brasilia. O embate aconteceu entre o grupo de advogados da OAB e o grupo pró-governo.
O grupo pró-Dilma contou com a participação de deputados e senadores do PT, entre os quais o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE). Entre as pessoas que defendiam o afastamento da presidente, estavam vários servidores da Câmara e deputados da oposição.
Com a chegada do presidente da ordem, Claudio Lamachia, ao salão verde do Congresso, o grupo contra o afastamento da presidente iniciou a manifestação. Lamachia tentava, com o apoio de deputados, chegar até a sala do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), para fazer a entrega do pedido de impeachment. O documento se somará agora a outros 11 pedidos pendentes de análise por Cunha.
A decisão da OAB tem por base a aprovação, no último dia 19, de um relatório que aponta suposto cometimento de crime de responsabilidade pela petista no atual mandato. No dia 18, a entidade já havia decidido apoiar o pedido de afastamento de Dilma.
“Tivemos o apoio de advogados de diversos estados, além do acompanhamento de centenas de advogados de Brasília que vieram aqui sem nenhum tipo de chamamento. Isso demonstra que a instituição está correta no estudo técnico que fez. Isso demonstra também, mais uma vez, que a OAB não está aqui defendendo o governo ou a oposição, a Ordem dos Advogados está aqui em nome do cidadão e não se manifesta na linha da política partidária e das paixões ideológicas. Só temos a lamentar o clima de ódio que vemos hoje no Brasil, “ justificou Lamachia.
Sobre um efeito de racha na Ordem após o pedido de impeachment, o presidente da OAB foi categórico. “Não acredito em uma divisão de maneira alguma. A Ordem dos Advogados do Brasil tem um milhão de advogados, se nós temos um manifesto de 50, isso não pode ser considerado um racha, não quando vemos que isso são posições ideológicas e a Ordem não pode se manifestar baseada em considerações partidárias,” declarou.
Em reunião do Conselho Federal, 26 das 27 bancadas estaduais da OAB votaram a favor do apoio à instauração do processo – somente a do Pará votou contra o apoio.
O pedido de afastamento da OAB se baseia em quatro pontos: nas pedaladas fiscais, na delação premiada do senador Delcidio do Amaral, contra a nomeação do ex-presidente Lula a ministro da Casa Civil, e a desoneração fiscal em favor da FIFA para realizar a Copa do Mundo em 2014.
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