Uma das lideranças mais favoráveis ao rompimento do PMDB com o governo Dilma, o presidente da sigla na Bahia, Geddel Vieira Lima, disse que a decisão tem ganhado força por contas dos últimos acontecimentos, como a delação do senador Delcídio do Amaral e a chance do, já desgastado, ex-presidente Lula assumir um ministério no Palácio do Planalto, sob o pretexto de conseguir foro privilegiado e evitar uma eventual prisão preventiva. “Não tenho dúvida de que, sem querer agravar a situação, o PMDB tem que se afastar disso aí, até para que surjam novos horizontes”, disse.
Geddel, que já foi ministro de Lula, comentou os impactos das investigações sobre a liderança petista. “Pessoalmente é uma figura muito cortês no trato, eu apenas lamento que alguém que construiu uma história importante termine apequenando sua biografia. Ele podia ter deixado uma marca definitiva na história do Brasil, mas lá na frente quando a gente olhar para trás vai ficar essa mancha na biografia de uma liderança popular que chegou ao governo despertando tantas esperanças que hoje foram absolutamente roubadas do povo brasileiro”, afirmou durante entrevista ao programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM, nesta terça-feira (15).
“O fato político quando ganha pernas, perde a cabeça. A Lava Jato anda por si só. A justiça terá a capacidade de separar o exagero, o que é equívoco, o que é engano, acusação injusta daquilo que está fartamente comprovado aí”, completou.
Geddel ainda minimizou os rumores de que Lula ajudaria a arrumar a composição e articulação política do governo. “Fora a parte de que ele estaria buscando foro privilegiado, buscando a cobertura do Supremo Tribunal Federal para evitar a prisão, que carta na manga tem o governo para superar a crise?”, indagou.
Para o peemedebista, apesar do acirramento partidário, o país precisa se unir em torno de uma pauta propositiva. “Não adianta ficar esculhambando sem apontar saída para o país”, disse. Mas contestou a competência do núcleo político do Palácio do Planalto que, segundo ele, é formado por “petistas que ficam rodando como baratas tontas”.
“Dilma perdeu a condição de governar. Esse país não aguenta ficar três anos sob esse comando. Ela não tinha competência para dirigir uma locomotiva do tamanho do Brasil”, disse ao revelar que espera outras denúncias e comprovações ainda mais graves sobre o envolvimento de esquemas de corrupção na eleição e no governo da presidente Dilma Rousseff. “Não quero prejulgar ninguém, deixa isso surgir no momento oportuno”, ponderou.
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