Depois de ter cancelado a ida ao Senado para defender a presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, a ministra Kátia Abreu, da Agricultura, confirmou sua presença na Comissão Especial do Impeachment, nesta sexta-feira (29), para explicar, segundo ela, "a importância da equalização dos juros para a agricultura brasileira".
A ministra pretende demonstrar que o que está sendo chamada de "pedalada" para garantir o Plano Safra foi uma antecipação de desembolso pelo Banco do Brasil a fim de equalizar (pagar a diferença entre o juro cobrado ao produtor rural, que hoje é 8,75%, e o juro real nos bancos, que é de 16%), mas quitar no mesmo ano fiscal. Ela comparou o pagamento antecipado a "comprar fiado, anotar na caderneta e depois pagar".
"Como é que a agricultura brasileira iria sobreviver com o produtor pagando taxa de juros de 16% enquanto no resto do mundo a taxa é de 5% ou 6%?", questiona a ministra.
Segundo ela, o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, entendeu que ela poderá, sim, comparecer ao Senado para fazer a defesa do Plano Safra sem comprometer sua condição de juíza no processo de impeachment da presidente Dilma. Até esta quarta (27), a compreensão de Cardozo era a de que ela não poderia atuar na defesa de Dilma e, mais tarde, dar seu voto em plenário.
Caso a presidente seja afastada por 180 dias por decisão da comissão especial, o plenário do Senado é que vai julgar Dilma, e Kátia Abreu, de volta ao mandato de senadora, é um dos parlamentares que votarão.
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