Bafejada pelo destino e protegida pelo apoio do então presidente Lula da Silva, logo na primeira eleição de que participou, em 2010, a candidata Dilma Rousseff conseguiu se tornar a primeira mulher a ser presidente da República, uma situação muito rara na política internacional, já registrada antes apenas com Isabelita Perón e Cristina Kirchner, na Argentina, e Benazir Bhutto, no Paquistão, que chegou a ser premier, mas não assumiu a presidência.
Entre as três, apenas Benazir tinha importância política, quando estava no exílio, como sucessora do pai, o presidente Ali Bhutto, deposto e executado em 1979. Nas Filipinas, Imelda Marcos bem que tentou, mas só conseguiu ser deputada.
Essas situações são diferentes do que se passa no Brasil, porque Isabelita e Cristina herdaram a liderança política de seus maridos, os presidentes Juan Perón e Néstor Kirchner. No caso de Dilma Rousseff, foi o então presidente Lula que a escolheu e elegeu, para que não surgisse uma nova liderança do PT que ameaçasse sua hegemonia. Na época, Lula estava convicto de que em 2014 ela lhe cederia a candidatura, mas deu tudo errado.
Dilma forçou a reeleição. Para tirar Lula da reta, ameaçou revelar informações confidenciais sobre Rosemary Noronha, amante de Lula e ex-chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo. O resultado, todos sabem, é que Lula teve de apoiar a reeleição dela e o país mergulhou neste caos político, econômico e administrativo.
INIMIGOS DE DILMA
Na verdade, já faz tempo que a presidente Dilma Rousseff não governa, está totalmente empenhada apenas na infrutífera tentativa de continuar no poder, enquanto o país mergulha na mais grave crise econômica e social de sua História.
Não adianta chorar sobre o leite derramado, como dizia Ibrahim Sued. O fato concreto é que Dilma Vana Rousseff foi num desastre na Presidência e as investigações da Lava Jato praticamente destruíram a imagem de Lula, levando de roldão a base aliada e o PT. O impeachment já é uma realidade. A Câmara já aprovou, o Senado apenas vai ratificar.
Os assessores e áulicos que alimentam a presidente Dilma com falsas esperanças são os piores inimigos dela. Prometem que vão convencer senadores ou comprar os votos que faltam. Mas na verdade não há mais indecisos. Todos já sabem como votarão.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Entre os 15 indecisos, sete são do PMDB, o partido que está assumindo o poder, e dois senadores estão filiados a partidos que fecharam questão pelo impeachment (PP e PTB). Além disso, sabe-se que Fernando Collor (PTC-AL) é voto certo contra Dilma. Com isso, chega-se a 58 votos, quando são necessários apenas 54 para a cassação do mandato da presidente, e ainda restariam cinco votos de sobra, a serem definidos, que podem aumentar ainda mais a diferença.
Quem permanece indeciso segue um raciocínio lógico. Teoricamente, ainda faltam sete meses para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. Se apoiarem Temer agora, a presidente Dilma se vingará demitindo todos os ocupantes de cargos comissionados que eles indicaram, incluindo parentes e amigos. Se esperarem Temer assumir no final de maio, poderão aderir a ele com a maior tranquilidade e solicitar que mantenha as indicações, o que Temer fará, atenciosamente. Simples assim.
NENHUMA CHANCE
Conforme já publicado aqui na Tribuna da Internet, Dilma Rousseff não tem a menor chance de permanecer na Presidência. É uma perversidade o que seus assessores e aliados fazem, alimentando ilusões de que haverá uma reversão de expectativas e o contorcionista Lula conseguirá 28 votos de senadores para manter o mandato dela no julgamento final, daqui a sete meses.
Isso não existe. No final de maio, a presidente atual será afastada, o vice Michel Temer assumirá e o país se libertará da Era do PT. Dilma Rousseff ficará ilhada e humilhada no Palácio Alvorada, nunca mais poderá entrar no Planalto.
Esta realidade é imutável, pelo menos até que o Tribunal Superior Eleitoral determine também a cassação do mandato de Temer, o que pode acontecer no segundo semestre de 2017 ou no início de 2018. Mas o futuro a Deus pertence, como dizia Armando Falcão, que Roberto Marinho colocou no Ministério da Justiça no regime militar.
E até lá morreu Neves, como se dizia outrora. Com certeza, Dilma Rousseff estará fora do baralho para sempre, em companhia de Lula da Silva, que deverá ser condenado no processo da Lava Jato e se tornar ficha suja, caso o Tribunal Regional Federal confirme a sentença. E com Temer ou sem ele, a vida política à moda brasileira há de continuar, cada vez mais surpreendente.
Carlos Newton – Tribuna da Internet
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