Um grupo de comerciantes e donos de imóveis na região afetada pela obra de construção da trincheira da avenida Maria Quitéria quer que o governo ofereça compensações pelo prejuízo sofrido nos negócios e se não houver acordo pretende entrar na Justiça com pedidos de indenização.
Segundo o advogado Emanuel José de Almeida, que representa o grupo que vem fazendo encontros para discutir o problema, não existe um clima de confrontação mas de inconformismo, pela forma como a obra foi feita. “Em Salvador, para fazerem a obra no Rio Vermelho a prefeitura sentou mais de dez vezes com os donos dos estabelecimentos, explicando tudo, acatando sugestões”, compara. O grupo pretende se reunir com representantes da prefeitura para apresentar as reivindicações.
Emanuel ressalta a combinação da obra com a crise econômica que assola o país, o que provoca uma queda ainda maior nos rendimentos de quem vivia de empreendimentos na área, que hoje é praticamente toda comercial, com raras residências.
Segundo ele, há casos de donos de imóveis que deram desconto de até 50% no valor dos alugueis, mas mesmo assim, tiveram os imóveis devolvidos pelos locatários, porque os negócios ficaram inviabilizados devido à falta de acesso do público. Vendedores comissionadas relatam perda de metade do salário devido à queda do movimento.
Para o advogado, mesmo com a obra em andamento seria possível liberar parte da pista da avenida, o que iria amenizar o impacto negativo. Os comerciantes e locadores querem também que a prefeitura conceda isenção de IPTU.
A obra impactou não somente quem está diretamente na frente da futura trincheira mas também a vizinhança, devido à interdição do cruzamento da Getúlio Vargas com a Maria Quitéria, desde o primeiro dia de 2016. Antes desta interdição, um trecho da Maria Quitéria foi isolado com tapumes no final de agosto. Além da demora natural da obra, as ações judiciais que suspenderam várias vezes a construção do BRT atrasaram ainda mais a conclusão do serviço.
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