O vice-presidente Michel Temer confidenciou que o comandante do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima, pode ser ministro da Articulação Política se o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) for aceito pelo Senado Federal.
“Ainda não decidi quem seria [o articulador político], caso eu assuma mesmo a Presidência. Mas o Geddel, que se dá bem com todo mundo no Congresso, poderia exercer esse papel. Mas é algo que não está decidido ainda”, contou Temer, em entrevista ao jornal O Globo.
O vice-presidente fez questão de ressaltar que os ministros indicados por partidos aliados devem ter “familiaridade com a área, com competência demonstrada no setor e nomes reconhecidos e respeitados”.
Lava Jato
De acordo com o jornal O Globo, integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato estão investigando aliados do vice-presidente Michel Temer, como Geddel Vieira Lima e o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (que já foi alvo de mandado de busca e apreensão).
A força-tarefa em Curitiba tem em mãos relatórios com as trocas de mensagens entre o ex-ministro do Turismo e executivos da construtora OAS. Pelo teor das mensagens, Alves promete favores à empresa em tribunais de contas. Os torpedos registram pedidos de doações a Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira. Henrique Alves foi derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte em 2014.
O caso de Geddel é semelhante. A força-tarefa em Curitiba também analisa a troca de mensagens entre ele e Léo Pinheiro. O peemedebista atuou na Caixa Econômica Federal, na Secretaria da Aviação Civil da Presidência e na prefeitura de Salvador para atender a interesses da OAS. Ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica na Caixa. Além do lobby no governo, Geddel pediu recursos à empreiteira para campanhas de aliados na Bahia e para sua candidatura derrotada ao Senado em 2014.
Ainda segundo a publicação, os investigadores já trabalham com a hipótese de que Geddel e Alves virarem ministros num governo do PMDB. Assim, retomariam o foro privilegiado e passariam para a esfera do Supremo Tribunal Federal (STF) saindo da alçada do juiz Sérgio Moro.
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