Profissionais de saúde estão reunidos na 1ª Jornada de Doença do Refluxo Gastro Esofágico, em Feira de Santana. O evento está sendo realizado no Hotel Atmosfera e segue até o próximo sábado, quando será realizado um curso sobre refluxo. O gastroenterologista Manuel Galvão Neto explica que o curso é pioneiro na cidade, mas que já é realizado há mais de 20 anos em São Paulo. Segundo ele, o refluxo gastro esofágico é uma doença que atinge mais de 50% da população do planeta.
“A doença do refluxo é ligada à azia. Ela pode levar a lesões no esôfago, que podem no futuro provocar até câncer. Então é uma coisa que a gente tem que prevenir e dada a relevância dela, temos que treinar mais e mais pessoas para fazer o diagnóstico. Os casos de refluxo têm se tornado mais comuns devido ao nosso estilo de vida moderno. Nós andamos menos, fazemos menos exercícios e comemos mais”, observou.
O médico explicou que o refluxo começa a ser tratado com medidas que são chamadas de higiênico dietéticas. Segundo ele, isso significa comer bem, eliminar gorduras pesadas, ingerir bastante líquido, não dormir após a refeição, beber sucos naturais, consumir comidas não processadas, entre outras coisas. Manuel Galvão informou que também existem medicamentos muito potentes, que são capazes de controlar e tratar, sendo que existem casos mais severos que precisam de cirurgia.
Ainda falando sobre as formas de tratamento, o médico disse que uma das coisas que será debatida durante o evento em Feira de Santana é a possibilidade de fazer o procedimento por endoscopia, eliminando o processo cirúrgico.
Refluxo em crianças
O diagnóstico do refluxo em crianças também tem sido cada vez maior, de acordo com o gastroenterologista Manuel Galvão. Ele afirma que em alguns casos, a doença está associada à intolerância a lactose e destaca a importância do leite materno. “A gente percebe que crianças que foram amamentadas com leite materno têm menos incidência do refluxo. Só que na vida moderna de hoje se amamenta cada vez menos e cada vez mais precoce se introduz o uso de bebidas lácteas processadas, que também estão ligadas ao refluxo”, explicou.
De acordo com o médico, existem também casos de crianças que nascem com problemas genéticos e alterações anatômicas, o que, segundo ele, é muito severo. “A medicina tem evoluído muito para aumentar a qualidade de vida dessas crianças”, afirmou.
Uso do Omeprazol e Antiácidos
Sobre o uso do medicamento Omeprazol, o médico Manuel Galvão explicou que foi liberado nos últimos 30 anos no mundo inteiro e que apesar de ser um medicamento seguro para ser usado clinicamente, após estudos foram descobertos efeitos colaterais. Ele destacou que as pessoas têm que tomar cuidado e usar somente sob orientação médica. “Recentemente o uso crônico do Omeprazol foi associado à demência, a deficiência de vitamina b12, mas isso não ocorre com todo mundo que toma esse remédio, por isso a pessoa deve sempre procurar um médico antes de fazer o uso”.
Com relação aos antiácidos, Manuel Galvão disse que normalmente não causam problemas. “São baseados em potássio, sódio, calmante para o estômago. Lógico que se a pessoa tomar em excesso pode fazer algum mal”.
O médico gastroenterologista Antônio Fábio Teixeira, que é um dos coordenadores do evento, destacou que vários médicos do Brasil vieram para participar. “Serão dias voltados para ajudar a cidade no diagnóstico da doença do refluxo, com a disponibilização de exames caros e que não estão totalmente disponíveis pelo SUS”, afirmou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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