Foto: Alex Paniago/ Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados está de ponta-cabeça em todos os sentidos, a começar pelo presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e também o presidente interino que ocupou o seu lugar, Waldir Maranhão (PP-MA), envolvido em supostas fraudes que determinaram a quebra do seu sigilo bancário. Trata-se de uma síndrome que alcança o legislativo, tanto a Câmara como o Senado. Cunha não tem como escapar da cassação do mandato, embora faça de tudo para empurrar a sua derrota para mais adiante. A Folha de S. Paulo desta terça-feira (5) detonou uma bomba denunciada pela Procuradoria-Geral da República que alcança a um só tempo, tanto o afastado presidente como o ex-ministro Henrique Eduardo Alves que renunciou o cargo de ministro do Turismo porque sabia que ele seria alcançado mais cedo ou mais tarde, como agora está a acontecer. Começou com a delação dos sócios da empreiteira Carioca Engenharia, que levaram ao conhecimento da Operação Lava-Jato que Eduardo Alves é detentor de uma conta secreta na Suíça. Foi ele quem avalizou a indicação de Fábio Cleto, quando então líder do PMDB, para o cargo de vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Cleto é vinculado a Eduardo Cunha que teria sido quem orientara a empresa Carioca Engenharia para fazer o repasse a Henrique Eduardo Alves, de acordo com informação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Esta empreiteira foi a primeira a fazer delação, entregando as demais e abrindo assim um flanco porque a delação passa a atingir a todas. Daí a série de ações da Operação Lava-Jato que tem acontecido praticamente todos os dias. Enquanto isso, o presidente em exercício, Michel Temer, tem ficado à distância e espera do mês de agosto quando o Senado deverá definir o impeachment. É o que ele mais pensa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário