terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Filhos de Gandhy: disputa pela presidência gera troca de farpas entre candidatos

Os associados do Bloco Afoxé Filhos de Gandhy decidem no próximo dia 5 de fevereiro o novo presidente da instituição. Estão na disputa Gilsoney de Oliveira, apoiado pela situação, e Luiz Henrique de Souza, da oposição. Quem vencer o pleito vai gerir a entidade pelos próximos quatro anos.
 
Nesta terça-feira (31), Luiz Henrique procurou o Bocão News e apontou supostas irregularidades cometidas pelo adversário. Ele afirma que Gilsoney foi o maior fornecedor de fantasias do bloco e por duas vezes acionou a Justiça contra a entidade. “Os demais integrantes dessa chapa são diretores que defendiam o Gandhy contra Gilsoney”.
 
Luiz Henrique detalha que o bloco foi denunciado pelo artista Carlos Murilo Ferraz de Almeida, que acusou o Gandhy de se apropriar indevidamente de um desenho dele. “O Gandhy contestou isso através do seu jurídico, dizendo que os réus se consideram partes ilegítimas para figurar no polo passivo da demanda. E ainda disse que quem se apropriou da obra foram Gilsoney e Joaquim Pacheco, sócios da Tati Confecções, vencedores da concorrência promovida para escolha do trabalho artístico que seria estampado na fantasia do bloco em 2000”, explica.
 
Ainda de acordo com o candidato da oposição, em 2011, o Gandhy confessou uma dívida R$ 300 mil referente a fantasias do Carnaval de 1999, em favor de Gilsoney. A confissão foi assinada pelo presidente Aguinaldo Silva e o tesoureiro Paulo Cesar Sacramento. Essa confissão gerou um processo, e hoje, segundo Luiz Henrique, eles alegam que esta dívida soma mais de R$ 2 milhões. 
 
“Quem defenderá o Gandhy se o candidato da Chapa 1 se aliou a todos os diretores do Gandhy que antes o contestava? Eu avalio isso como algo obscuro. Como pode uma pessoa que se diz o maior credor passar a ser o presidente dessa instituição? Desprotegidos estão os associados. Gilsoney, o maior empresário do Gandhy, fornecedor dentro do Gandhy, vai privilegiar a intuição que lhe deve mais de R$ 2 milhões ou vai privilegiar ele como empresário? Ele não poderia ser candidato a presidente porque ele litiga com o Gandhy, mas litiga judicialmente mesmo”, dispara.
 
Luiz Henrique ainda classifica a atual diretoria como “desastrosa” e “desatenciosa”. “Essa diretoria precisa vir a público explicar como eles que faziam a oposição a Gilsoney estão aliados agora. Inclusive, dois aliados de Gilsoney que prestaram queixa em uma delegacia aqui em Salvador, acusam a diretoria de várias irregularidades. Agora, como se nada tivesse acontecido, eles se aliam e nós temos que aceitar isso passivamente?”, aponta.
 
 
Procurado pela reportagem, Gilsoney chamou as acusações de Luiz Henrique de “calúnia” e “difamação”. “Ele está fazendo uma política sem princípio. E está nesse desespero com a proximidade das eleições. Ele aprovou as contas do Gandhy e muito me admira ele está colocando isso. Em 2001 eu não fazia parte da executiva e hoje posso concorrer. Isso é desespero. Tem que falar da eleição, dos projetos dele. Muito me admira... Uma pessoa que ele sempre agraciou, ele hoje está expondo. É tudo mentira”, rebate.
 
Sobre as acusações e ações judiciais, Gilsoney afirma que o departamento jurídico do Gandhy tomará todas as providências. “Eu não tenho R$ 2 milhões para receber. Quando ele fala isso, ele coloca a vida da minha família em risco. O jurídico do Gandhy vai tomar todas as medidas cabíveis. Ele não está autorizado a apresentar os documentos do grupo”. 
 
Já sobre a ação indenizatória movida pelo artista Carlos Murilo Ferraz de Almeida, Gilsoney disse que Luiz Henrique se equivocou. “Quem contrata é o Filhos de Gandhy. Eu não estou nesse processo nem como autor ou réu. Ele está sendo inconsequente. Não está respeitando a nação Gandhy. Ele está perdido”, finaliza.

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