quarta-feira, 7 de junho de 2017

Em disputa para representar joia da base, Paulo Carneiro ameaça empresários

Luan, joia da base Vitória, virou pivô de uma grande briga pelos seus direitos de representação, que acabou envolvendo até o ex-presidente do Leão, Paulo Carneiro. O atleta que tem contrato com o rubro negro por mais 2 anos, tinha como seu agente o empresário Luciano Cortizo, conhecido também como Luciano “Ratinho”, sócio de Wilson Kraychet, ambos comandantes da base do Jacuipense, que na verdade serve como clube de aluguel para prender os jovens talentos dos empresários, já que a FIFA proibiu empresas ou pessoas físicas serem detentores de direitos econômicos de atletas de futebol.
 
Segundo o empresário Edson Neto, atual representante do atleta, quando surgiu a possibilidade de fazer uma parceria com Luan, passando a representar o jogador em substituição a Luciano Cortizo, o assunto foi tratado com o pai do atleta e com um dos empresários, Wilson Ktraychet, sócio de Cortizo.
 
No primeiro momento, o negócio não teria andado porque Luciano Cortizo teria entrado no assunto para não permitir o acordo, já que era contrário a passar para o agente Edson Neto a representação de Luan. O valor inicial acordado seria de R$ 200.000,00, mas logo depois diminuiu para a metade essa quantia.
 
Edson Neto foi acusado por Paulo Carneiro, ex-presidente do Vitória, de ter aliciado o garoto Luan.
 
Dias depois da primeira conversa não ter avançado, o pai do atleta Luan teria encontrado com o empresário Edson Neto e perguntado o por que da negociação não ter avançado. Sendo informado de que um dos empresários não teria interesse em um acordo, o pai do atleta interferiu e disse que faria o negócio junto com Wilson Kraychet, mesmo contra a vontade de Luciano Ratinho. O pai queria que o filho fosse transferido para a empresa com sede no Rio Grande do Sul. E assim foi feito com autorização do pai e de um dos sócios, Wilson Kraychet.
 
“Luciano Cortizo, mesmo contra o negócio, foi beneficiado, pois também recebeu a parte dele no acordo firmado em R$ 100.000,00 pelo contrato de agenciamento e representação do atleta. O pai de Luan, Wilson Kraychet e Ratinho teriam dividido o dinheiro do acordo nos percentuais estabelecidos entre eles”, assegura o empresário Edson Neto.
 
Perguntado pela reportagem dos Galáticos onde entrou Paulo Carneiro na história, o empresário Neto revelou: “Paulo Carneiro estava tentando vender para Guga (empresário Antonio Gustavo), toda a carteira da Jacuipense (da base), ou seja os ativos, os atletas da base que pertencem a Wilson Kraychet e Luciano Cortizo, que usam o clube para federar os garotos, garantindo os direitos econômicos através do Jacuipense.”
 
Sobre o envolvimento de Paulo Carneiro com o Jacuipense, Neto esclareceu: “Ele não tem nada, não é nada do clube, mas como tá fodido (sic) de dinheiro, o combinado era ele ganhar 20% do que trouxesse no negócio”.
 
Segundo o empresário Neto, Luan era o “carro chefe” do negócio, pois era considerada a joia da Jacuipense, só que Luan nunca, em momento algum, foi jogador da Jacuipense, Luan nunca jogou na Jacuipense. Ele apenas era representado pelo pessoal do clube e quando Paulo Carneiro passou a lista dos atletas que estariam sendo negociados por Guga para algum clube do Brasil ou do exterior, este viu que no vídeo de Luan constava o nome da empresa em que Edson Neto trabalha, que tem sede no Rio Grande do Sul.
 
Sobre o envolvimento de Paulo Carneiro no negócio, fica claro ele quem enviou a lista de jogadores do Jacuipense para o empresário Guga com o vídeo de Luan.
 
Ao receber o vídeo de Luan e verificar que esse atleta já estava vinculado a outra empresa, Guga retorna para Paulo Carneiro e diz que o melhor atleta do Jacuipense já estava contratado por outra empresa. Dessa forma, o negócio da venda dos ativos da base do Jacuipense não sairia. De forma desesperada, Paulo Carneiro chega a ameaçar um dos sócios da empresa gaúcha de prenome Rogério, o que rendeu um processo movido por Edson Neto contra Paulo Carneiro. Inclusive registrando BO numa delegacia de Salvador.
 
Em outro áudio, Paulo Carneiro já planeja chegar à presidência do Vitória. Diz ao empresário gaúcho que, mesmo se for presidente estará cuidando da carreira do jogador Luan.
 
“Daqui a dois anos e meio eu vou ser o presidente do Vitória. Esse jogador tem contrato longo com o Vitória e quem vai cuidar dele sou eu”, decretou.
 
Por fim, ao receber o retorno do empresário do Rio Grande do Sul, Paulo Carneiro se coloca a disposição para devolver o dinheiro pago pelo negócio envolvendo o atleta Luan. Pior: Paulo Carneiro diz claramente que os empresários atrapalharam um negócio grande que ele estaria fazendo. Confirma que queria desfazer o contrato dos empresários com o atleta para, então, fazer o negócio grande dele.
 
Ao final da conversa com nossa equipe, o empresário Edson Neto fez projeções sobre o que aconteceria se Paulo Carneiro voltasse ao vitória, como o próprio Paulo Carneiro afirma que vai acontecer em 2 anos e meio: “Se ele voltar, eu te digo, toda a estrutura da base que ele vai colocar, desde treinador até o comando. Ele já prometeu a Luciano Ratinho a direção da base, caso seja eleito presidente do Vitória.
 
Depois dos áudios de Paulo Carneiro terem se espalhado pela internet, nas redes sociais, Luciano Cortizo, o mesmo que seria o chefe da base se um dia Paulo Carneiro retornasse ao Vitória como presidente, tratou imediatamente de defender o “amigo”. Não disse, no entanto, que ele próprio já havia fechado o negócio e repassado para os empresários do Rio Grande do Sul o contrato de agenciamento e representação que detinha com o atleta e que inclusive já havia recebido sua fatia do dinheiro pago no negócio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CBF propõe reformulação na Copa do Nordeste para 2026 e estaduais podem perder peso nas vagas

                                                                                                        A Confederação Brasileira de Futebol...