sexta-feira, 21 de julho de 2017

Casos de infecção por HIV crescem 3% no Brasil desde 2010, diz Unaids

Casos de infecção por HIV crescem 3% no Brasil desde 2010, diz Unaids
Os casos de infecção por HIV cresceram 3% no Brasil desde 2010 até o ano passado, de acordo com novo relatório da Unaids, programa das Nações Unidas sobre a Aids.
 
Em média, o número anual de novas infecções na América Latina se manteve estável -- em 2010, foram 96 mil novos registros; em, 2016, 94 mil. A maioria dos casos na Venezuela, no Brasil e na Guatemala.
 
As tendências variam entre os países do continente. Na Colômbia, El Salvador, Uruguai há uma queda de mais de 20%, enquanto no Brasil e na Argentina ocorreu uma crescimento de cerca de 3%. O relatório apresentou grandes altas: no Chile, de 34%, na Guatemala, de 23%, na Costa Rica, de 16%, em Honduras, de 11%, e no Panamá, de 9%. Cerca de 90% das novas infecções ocorreram nesses sete países com alta, sendo que 49% deles ocorreram no Brasil.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para uma tendência crescente de resistência do vírus HIV às drogas disponíveis. O órgão divulgou nesta quinta-feira (20) um novo relatório com base em estudos. O texto destaca que em seis dos 11 países pesquisados na África, Ásia e América Latina mais de 10% das pessoas que começaram o tratamento antirretroviral tinham uma cepa do vírus resistente a medicamentos do mercado.
 
O Brasil está na lista dos países com registro de resistência do vírus em novos pacientes, mas com índice menor que 10% – por enquanto, foram reportados 1.391 casos. A organização diz que o crescimento dessas taxas, mesmo que ainda lento, poderia minar o progresso internacional no tratamento e prevenção da doença.
 
A resistência do HIV é causada por uma mutação em sua estrutura genética, o que impede o bloqueio da replicação do vírus pelo remédio e o tratamento se torna ineficaz. Todos os medicamentos existentes contra vírus hoje correm o risco de se tornar parcialmente ou totalmente insuficientes contra a doença.
 
O médico especialista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP, Esper Kallas, diz que ter uma versão resistente do vírus é um alerta, mas não é motivo para pânico: o HIV pode se tornar resistente a um tipo de remédio, mas resta uma cartela grande disponível. Segundo ele, são mais de 20 tipos de pílulas contra a doença.
 
A Organização Mundial da Saúde classificou os tipos de resistência:
 
Resistência adquirida quando mutações ocorrem em indivíduos que já recebem as drogas;
 
Em pessoas que não tem histórico de ingestão de medicamentos do HIV e são infectadas por versões mais resistentes;
 
Em pacientes com exposição prévia aos remédios, iniciando ou reiniciando o tratamento: mulheres expostas aos medicamentos para prevenção da transmissão do HIV de mãe para filho; pessoas que receberam Profilaxia Pré-Exposição, ou pessoas que reiniciaram o tratamento após interrupção.
 
Mas o que torna um tratamento ineficaz ou faz um vírus criar uma mutação contra alguns remédios? De acordo com a OMS e com Kallas, a resistência ao HIV se desenvolve quando as pessoas não seguem o tratamento prescrito – esquecem de tomar no dia e horário certo e/ou pulam etapas, como também acontece com o combate às bactérias. A organização diz que esses pacientes podem transmitir os vírus resistentes para outras pessoas.
 
Das 36,7 milhões de pessoas que convivem com o HIV em todo o mundo, 19,5 milhões têm acesso a algum tipo de terapia antirretroviral. Uma tendência crescente de resistência às drogas da doença pode levar a mais infecções e mortes. Um modelo matemático da OMS prevê um adicional de 135 mil óbitos e 105 mil novas infecções nos próximos cinco anos, caso novas medidas não sejam tomadas. O custo adicional pode chegar a US$ 650 milhões.

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