Irritado por não conseguir realizar sessão do Congresso nesta terça-feira (12), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que "não vota [a reforma da] Previdência p**** nenhuma". Eunício havia marcado sessão do Congresso, que acontece no plenário da Câmara, para apreciar vetos presidenciais às 14h, mas postergou o início da reunião para que deputados pudessem seguir com suas votações.
Por volta das 18h30, o presidente do Senado foi ao plenário da Câmara, quando viu que os deputados ainda estavam em votação, o que impossibilitaria a reunião do Congresso. Eunício saiu do plenário bastante irritado ao lado do líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), que tentava convencê-lo a não cancelar a sessão.
A reportagem acompanhou a dupla da saída do plenário da Câmara até a entrada da presidência do Senado e ouviu o desabafo do senador ao deputado. "Não convoco mais [sessão do Congresso]. Brincadeira isso. Também não vota mais Previdência p**** nenhuma. Tá fazendo graça?", disse Eunício, dizendo ainda que estava com febre (o senador está com faringite).
Eunício pode, de fato, causar problemas à votação da reforma da Previdência, que o governo quer realizar na próxima semana.
Na segunda-feira (11), o presidente do Senado havia cedido ao apelo do presidente Michel Temer e disse que votaria o Orçamento de 2018 somente na semana que vem e não nesta, como pretendia.
Ao empurrar para a próxima semana, ele ajudaria o governo a garantir a presença dos parlamentares em Brasília. A votação do Orçamento é sempre o último ato do Legislativo antes do recesso parlamentar, a partir de 23 de dezembro.
Se Eunício decidir fazer esta votação do Congresso antes do dia 22, pode esvaziar o Parlamento, atrapalhando os planos do governo, que já enfrenta sérias dificuldades para atingir os 308 votos de que precisa para aprovar a reforma da Previdência.
Antes de comentar com Moura sobre a reforma das regras previdenciárias, Eunício foi questionado pela reportagem sobre quando convocaria nova sessão do Congresso e quando votaria o Orçamento.
Às duas perguntas, o presidente do Senado respondeu: "Quando desocuparem o plenário."
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