quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Nilo tensiona, tenta fazer governo desistir de acordo com oposição e acaba vencido

Nilo tensiona, tenta fazer governo desistir de acordo com oposição e acaba vencido
Foto: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias
A negociação que culminou no acordo entre governo e oposição para votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) e outros projetos na quarta-feira (19), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), foi marcada por tensão e conflitos dentro da base governista. Contrário às tratativas entre as duas bancadas, o deputado estadual Marcelo Nilo (PSL) tentou liderar uma espécie de "motim" para evitar o entendimento. De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, na votação informal feita pela base para definir se aceitaria ou não o acordo, Nilo foi um dos três deputados que se posicionaram contra. Os outros dois foram Bira Coroa (PT) e Marquinhos Viana (PSB). Foram derrotados por uma maioria de 33 parlamentares. Nos corredores, como fazia nos tempos de presidência, Nilo tentava convencer os colegas a ficarem do lado dele. Na reunião feita pela bancada a portas fechadas na sala da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que durou mais de uma hora, ele protagonizou debates acalorados. Quis exigir que o líder do governo, Zé Neto (PT), dissesse como votaria. O petista disse que, enquanto liderança, não se posicionaria. Entretanto, defendeu o acordo. Ouviu de Nilo que ele estava fazendo “o jogo de [Angelo] Coronel”. Para a oposição, o ex-presidente teria feito "jogo duplo". Dentro da reunião com os colegas de bancada, adotava uma posição. Aos oposicionistas, passava informações diferentes. O Bahia Notícias acompanhou Nilo, durante vários momentos, conversando em reservado com a oposição, enquanto a reunião ainda ocorria na sala da CCJ. O deputado Carlos Geilson (PSDB) percebeu a atitude dele e chegou a dizer, segundo relatos, que Nilo estava tentando “f#der a gente”. Na base, a postura do deputado é vista como a de alguém que ainda não assimilou ter perdido a cadeira de presidente para Coronel (PSD). “Ele está se sentido desprestigiado”, afirmou um deputado, que preferiu não se identificar, ao Bahia Notícias. Nilo entrou em rota de colisão com o presidente do PSD na Bahia, senador Otto Alencar, e com o vice-governador João Leão (PP). Declara publicamente que não apoiaria uma chapa majoritária que tivesse um nome do PSD. A Leão, faz críticas contundentes. Com isso, tenta buscar espaço para a senadora Lídice da Mata (PSB) na majoritária e, assim, viabilizar sua candidatura como deputado federal. Ele já disse que só irá para o PSB caso a parlamentar não dispute a Câmara dos Deputados também. No entanto, não possui mais a presidência da Casa para se cacifar a fazer exigências desta envergadura. Quer sair do PSL para o PSB, mas, caso a articulação não dê certo, a avaliação na base é de que nenhum outro partido estaria disposto a recebê-lo. No PSL, está praticamente sozinho, após uma debandada protagonizada por colegas de sigla. Na base, como um todo, ruma para o isolamento.

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