quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

“A democracia brasileira está consolidada”, avalia Gualberto

Por Rodrigo Daniel Silva
Líderes da oposição na Bahia se manifestaram, ontem, sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segunda instância. Por unanimidade, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4) decidiram manter a determinação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, que condenou o petista a nove anos e seis meses. Presidente estadual do PSDB, o deputado federal João Gualberto disse que a ordem da Corte mostra que a “democracia brasileira está consolidada”. “Foi um alívio para a democracia e para o Brasil. [A condenação] vai servir como exemplo para a classe política. Foi um grande exemplo do Judiciário. Não é fácil condenar um ex-presidente, que é popular até hoje. A decisão também intimida os corruptos que ainda existem no Brasil”, afirmou o tucano, em entrevista à Tribuna. Gualberto disse que a condenação de Lula decerto afetará a eleição deste ano, mas o parlamentar evitou especular de que maneira. “Claro que vai afetar, mas ninguém sabe até que ponto. Acho que o importante é exemplo que essa decisão deixa. Muito maior é a lição que fica”, frisou.
O presidente estadual do Democratas, o deputado federal José Carlos Aleluia, evitou comentar o impacto do entendimento dos desembargadores do TRF-4. “Tenho por hábito não comentar decisão judicial. Sou engenheiro, não sou jurista. Decisão judicial não é para se politizar. É para cumprir. Ao contrário do governador [Rui Costa], eu respeito e defendo as instituições”, falou.
Do PRB, o chefe de gabinete da prefeitura de Salvador, João Roma, adotou discurso semelhante ao de Gualberto. Disse, em entrevista à rádio Itapoan, que o “grande recado” da TRF-4 foi que “ninguém está acima da Justiça”.
Por três a zero, os magistrados da Corte mantiveram a condenação de Lula e ainda aumentaram a pena do ex-chefe do Palácio do Planalto para 12 anos e um mês.  Lula foi acusado pelo Ministério Público Federal de receber propina da empreiteira OAS. A suposta vantagem, no valor de R$ 2,2 milhões, teria saído de uma conta de propina destinada ao PT em troca do favorecimento da empresa em contratos na Petrobras. Segundo o MP, a vantagem foi paga na forma de reserva e reforma de uma cobertura triplex, no litoral paulista, cuja propriedade teria sido ocultada das autoridades. Uma das delações que baseou a acusação do Ministério Público foi a do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro.

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