Subiu para 22 o número de casos confirmados de malária na Bahia, segundo informações divulgadas na tarde de terça-feira (23) pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Todos foram registrados em Wenceslau Guimarães, cidade no baixo sul da Bahia que enfrenta um surto da doença. Uma moradora do município morreu e um outro óbito está ainda sob investigação.
O surto ocorre no assentamento Chico Lopes, na zona rural do município, a 25 quilômetros do centro da cidade. No local, equipes da Sesab, junto com funcionários da prefeitura, estão fazendo a busca ativa de pacientes.
Os agentes de saúde também passam pelas ruas com o fumacê, fumaça que mata o mosquito adulto, no período da noite, quando o inseto constuma picar as pessoas.
Ainda conforme a Sesab, até a sexta-feira (26), 20 funcionários farão a borrifação com inseticidas dentro das residências. O produto, segundo o órgão, tem uma ação mais longa, que pode livrar os moradores do mosquito por até seis meses.
A morte da moradora de Wenceslau Guimarães por malária ocorreu na segunda-feira (22), na cidade de Ilhéus, onde ela estava internada, no sul do estado. A paciente, identificada como Luciene Souza dos Santos, de 31 anos, teve complicações causadas pela doença.
A informação foi divulgada ao G1 pelo prefeito de Wenceslau Guimarães, Carlos Alberto Liotério, e confirmada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Este seria o segundo óbito em decorrência da doença na cidade. No entanto, a primeira morte, divulgada pela Sesab na quinta-feira (18), agora é tratada como caso "sob investigação", já que o corpo do paciente não passou por análise laboratorial, para confirmar se a causa da morte foi mesmo a malária.
De acordo com a Sesab, a Vigilância Epidemiológica do Estado tenta conseguir mais amostras de sangue do paciente, para atestar a malária como causa da morte. Caso a doença não seja confirmada em exame, ou não haja uma outra causa identificada, a morte será classificada como causa indefinida.
De acordo com o prefeito, a paciente que morreu na segunda-feira estava internada no Hospital do Cacau, em Ilhéus, desde o dia 20. No entanto, já havia passado por um hospital na cidade de Valença e pela unidade de saúde de Wenceslau Guimarães, onde teve a doença constatada no dia 16 de janeiro. Conforme o prefeito, a mulher tinha 31 anos e era moradora da comunidade de Chico Lopes.
O surto de malária em Wenceslau Guimarães foi divulgado pela Sesab na quinta-feira (18). No entanto, o órgão ressaltou que classifica o cenário como "surto localizado", sem haver registros da situação no restante do estado. A Sesab acredita que a doença foi trazida para a Bahia por um morador que foi visitar a família no Pará e veio de lá infectado.
Um dos pacientes contaminados pela doença na cidade é um morador de Presidente Tancredo Neves, município que fica a cerca de 26 quilômetros de Wenceslau Guimarães.
Conforme o prefeito Carlos Alberto, o homem foi contaminado com a malária após ir à localidade de Chico Lopes, em Wenceslau, para visitar uma pessoa. Após voltar para Presidente Tancredo Neves, o paciente teria procurado hospitais da cidade, mas a doença não havia sido diagnósticada e ele voltou para casa.
Segundo o prefeito, só após a divulgação do surto é que o homem suspeitou dos sintomas e procurou o hospital novamente. Um teste foi realizado e a doença foi constatada.
A malária é uma doença infecciosa causada pelo parasita Plasmodium. É transmitida pela picada do mosquito de gênero Anopheles ou por contato pelo sangue, como o compartilhamento de seringas.
Os sintomas incluem mal-estar, calafrios, seguido de suor intenso e prostração. No caso do plasmodium do tipo falciparum, pode ocorrer uma grave anemia, potencialmente fatal.
FONTE: G1
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