Por Rodrigo Daniel Silva
Um evento do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), reuniu, ontem, o prefeito ACM Neto (DEM), os aliados do democrata e os correligionários do governador Rui Costa (PT), no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador. O encontro, que era para discutir a área da saúde com gestores, não deixou de ser um palanque pré-eleitoral. Isto porque houve provocações e, até mesmo, gritos de “governador, governador” puxado pela claque de ACM Neto. O prefeito chegou à reunião por volta das 11h, uma hora depois do início do evento. Chegou acompanhado do vice-prefeito Bruno Reis (MDB), de vereadores e secretários, que estavam, com ele, na abertura do ano letivo da rede municipal.
Outros aliados do gestor soteropolitano, como o prefeito e vice de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM) e Colbert Martins (MDB), chegaram antes. Em seu discurso, com duração de 10 minutos, ACM Neto falou sobre os investimentos da prefeitura na saúde. O chefe do Palácio Thomé de Souza, ainda, endossou pedidos de gestores municipais por mais recursos para área. Pediu que seja feito um “pacto” entre Municípios, Estados e União para haver uma justa repartição dos recursos do país.
Depois do discurso de ACM Neto, o vice-governador João Leão (PP) falou no evento e deu alfinetas no administrador soteropolitano. Disse que o prefeito era “bom”, mas ressaltou que o governador Rui Costa era “excepcional”. Com ar de provocação, solicitou que o ministro Ricardo Barros ajude Salvador na questão da saúde. “Sei do empenho do prefeito ACM Neto, mas nós precisamos chegar a ter 100% das unidades de saúde básica. Como precisamos também no Estado aumentar o número de hospitais regionais [...] Neto, nós não precisamos [de recursos] só na saúde, não. Precisamos na Educação, na Infraestrutura, nós precisamos de uma série de ações do governo federal e essa divisão [de dinheiro] é muito ingrata”, afirmou.
O governador Rui Costa, que deve disputar o Palácio de Ondina com Neto, tem feito críticas reiteradas à saúde na capital baiana. Tem dito que Salvador tem a “pior assistência básica de saúde da Bahia e uma das piores do Brasil”. O prefeito se esquivou quando perguntado pelos jornalistas sobre a provocação de Leão. “Não vi nem prestei atenção”, respondeu. No decorrer da reunião, aliados de Rui, como o deputado federal Cacá Leão (PP) e o secretário estadual de Saúde, Fábio Villas-Boas, fizeram questão de ressaltar que evento era “suprapartidário”.
Barros evita falar sobre aliança de Neto com PP
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, que é tesoureiro-geral do PP, evitou, ontem, comentar a especulação de que o Partido Progressista da Bahia pode deixar a base do governador Rui Costa (PT) a fim de migrar para o grupo do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
“As alianças são decididas no diretório nacional do partido e são coordenadas pelo nosso presidente Ciro Nogueira. Então, existem especulações e alternativas em todo o Brasil e isso [a aliança], evidentemente, se dará no momento certo, sendo decidido pelo conjunto da nossa Executiva. Não emitimos opiniões pessoais porque não é o caso, para que não haja interpretações equivocadas. Sou tesoureiro do diretório e só falo quando é decidido pelo conjunto”, declarou, após o evento na sede da UPB.
O ministro também não quis falar sobre quem será o seu substituto, quando deixar a pasta, em abril deste ano, para ser candidato a deputado federal. Especulou-se que o vice-governador João Leão poderia assumir o posto. “O nosso partido tem excelentes quadros e João Leão é um deles. Mas isso é com a nossa Executiva nacional. É ela quem decide”, afirmou.
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