Foto: João Américo / Secom PGR
A Procuradoria-Geral da República apura a possibilidade de o presidente Michel Temer ter participação nos crimes cometidos na Caixa Econômica Federal. Também é considerada a participação de ministros de Estado. Desde o dia 17 de janeiro, a PGR analisa o relatório da perícia forense realizada na CEF e que resultou no afastamento inicial de quatro vice-presidentes do banco por suspeitas de participação em um esquema que favorecia empresas em troca de propina. As menções ao atual presidente se referem a um e-mail enviado pela Vice-Presidência da República, à época ocupada por Temer, direcionado ao então vice-presidente de Operações Corporativas da Caixa, Roberto Derziê. No e-mail, Temer intercede para a nomeação de um funcionário da Caixa para ocupar a Superintendência Regional do banco em Ribeirão Preto (SP). Em outro momento do relatório, o ex-executivo da Caixa Antônio Calros Ferreira diz que se encontrou com Temer em 2014 após uma reunião com Eduardo Cunha. Na ocasião, o ex-executivo relatou que o então deputado federal exigiu que ele apresentasse uma relação com todas as operações de crédito da vice-presidência de Operações Corporativas do banco acima de R$ 50 milhões que haviam sido liberadas ou estavam prestes a serem realizadas. Ferreira disse que se negou a entregar os dados e relatou a pressão sofrida ao presidente Temer. Aos responsáveis pelo relatório, ele contou que o peemedebista tentou tranquilizá-lo, dizendo que era pra ele continuar trabalhando normalmente, porque Cunha era um "deputado controverso". O ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) foi citado peo ex-executivo da Caixa Giovanni Alves. Em julho de 2014 ele enviou um e-mail para Roberto Derziê com informações sobre potencial cliente do banco, em que cobra um retorno a alguém cujo apelido era "CB". Segundo o relatório, a expressão é uma abreviação para "cabeça branca", apelido atribuído a Moreira Franco - vice-presidente de Fundos de Governo da Caixa entre 2006 e 2010. De acordo com o Uol, a assessoria de imprensa da Presidência da República disse que Temer apenas tranquilizou Antônio Carlos Ferreira a manter inalterado seu comportamento, que não queria atender às demandas de Eduardo Cunha. A assessoria de Moreira Franco disse que não se manifestaria.
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