segunda-feira, 25 de junho de 2018

Candidatos pulam a fogueira sem oficializar chapas e 'perdem' tempo precioso

Candidatos pulam a fogueira sem oficializar chapas e 'perdem' tempo precioso
Foto: Reprodução/ YouTube
Tradição no Nordeste, a festa de São João em ano eleitoral sempre foi um bom momento para que os candidatos circulassem nos municípios para buscarem votos. O corre-coxia vai desde o candidato a deputado estadual até o postulante a governador, que usam o momento festivo para aparecer de maneira leve, desconstruindo o aspecto formal dos cargos almejados. Em 2018, no entanto, algumas situações atípicas devem reduzir o impacto dessa peregrinação às grandes festas. O primeiro deles é uma razão que foge da alçada de qualquer um: o calendário. Com o feriado de São João coincidindo com um domingo, o tempo das festas foi muito curto, com poucos dias disponíveis para que as cidades fizessem os festejos – e recepcionassem os políticos. Apenas nas maiores cidades as festividades ultrapassaram mais do que três dias e isso reduziu as passagens dos candidatos por bases eleitorais menores. Se a data não estava sob o controle deles, a definição daqueles que vão integrar as chapas majoritárias estava. Todavia, não foi o que aconteceu. Os dois principais candidatos, Rui Costa (PT) e José Ronaldo (DEM), pularam a fogueira junina sem antes ter apresentado todos os nomes que estarão com eles nas urnas. E, mesmo que os postulantes estejam candidatos a outros cargos e sigam correndo a Bahia, eles não estão oficialmente apresentados como parte da disputa. Parte disso é culpa da reforma política, que reduziu o tempo de campanha. No passado, em junho, os partidos estavam na fase final das convenções e o São João era a primeira aparição pública das chapas oficiais. Não que tivesse um impacto real nas eleições, até porque a festa de Independência da Bahia, no dia 2 de julho, é tradicionalmente o palco para o primeiro corpo-a-corpo entre eleitores e candidatos. Porém o reforço da imagem era importante para que houvesse um tom de unidade entre os integrantes de uma chapa. Como o ano de 2018 segue bem nebuloso para quem acompanha a política, os sucessivos adiamentos da apresentação das majoritárias é apenas mais uma característica diferente da próxima eleição. Começamos o ano sem saber quem seria candidato ao governo. Passamos o Carnaval com a mesma indefinição. Alcançamos o São João com apenas partes das chapas majoritárias conhecidas. Se chegarmos no Dois de Julho sem saber quais são os nomes a serem disponibilizados nas urnas, teremos uma prova de que podemos esperar tudo das eleições de outubro. Inclusive, nada. Este texto integra o comentário desta segunda-feira (25) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.

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