Derrotado no primeiro turno das eleições, Ciro Gomes (PDT) optou por não declarar seu voto para este domingo (28). O PDT quer lançá-lo candidato à Presidência da República para a eleição de 2022 já em janeiro do próximo ano, fazendo com que ele se torne a principal voz de oposição ao futuro governo, seja ele qual for.
"Todo mundo preferia que eu, com meu estilo, tomasse um lado e participasse da campanha. Mas eu não quero fazer isso por uma razão muito prática que eu não quero dizer agora. Se não posso ajudar, atrapalhar é que não quero", declarou em vídeo divulgado neste sábado (27).
A posição de Ciro era muito aguardada, principalmente pelo PT, que fez vários acenos para que ele demonstrasse um apoio direto a Fernando Haddad (PT). O pedetista, no entanto, disse apenas que "ele não", em referência ao movimento contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ao saber quais candidatos chegariam ao segundo turno.
No vídeo de pouco mais de dois minutos, Ciro também pede que seus eleitores, que lhe renderam 12,47% dos votos válidos na primeira fase da eleição, se mobilizem para defender a democracia. "O que precisa para o Brasil a partir de segunda-feira é que a gente construa um grande movimento que proteja a democracia e a sociedade mais pobre", afirmou, acrescentando que estará "na linha de frente" e que "ninguém está obrigado a votar contra convicções e ideologias".
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o tom da declaração de Ciro não só surpreendeu, mas também irritou a campanha de Haddad, que esperava uma manifestação de apoio.
Antes que a decisão fosse tomada, o presidente do PDT, Carlos Lupi, tentou convencer Ciro a apoiar Haddad, pontuando que ele não poderia se manter isento diante de um cenário de polarização nacional. No entanto, o cearense preferiu se manter afastado do PT, dando preferência a seu projeto político.
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