quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Pesquisa diz que só 8% de imagens em grupos de WhatsApp são verdadeiras

Pesquisa diz que só 8% de imagens em grupos de WhatsApp são verdadeiras
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Um levantamento realizado pela agência de checagem Lupa e por professores de universidades brasileiras analisou 357 grupos de WhatsApp e encontrou, entre as imagens mais compartilhadas, apenas 8% do conteúdo podendo ser classificado como verdadeiro. 

De acordo com a Agência Brasil, o estudo buscou analisar o fenômeno da desinformação e das mensagens falsas em grupos na plataforma, que vem sendo apontada como principal espaço de disseminação desse tipo de conteúdo.

Das 50 imagens mais compartilhadas nos grupos checados, considerando foto e texto, apenas quatro foram consideradas verdadeiras, entre elas uma de Bolsonaro em uma maca e outra do autor da facada no candidato, Adélio Bispo de Oliveira. Do total, oito (16%) eram falsas, como uma montagem que mostrava a ex-presidente Dilma Rousseff ou lado de Che Guevara.

Outras Quatro (8%) foram consideradas insustentáveis, conceito da agência para conteúdos que não se baseiam em nenhum banco de dados público confiável, como fotos de Lula e FHC afirmando que os dois se reuniram para planejar assaltos a banco. Outras nove eram fotos reais, mas com alusões a teorias da conspiração sem comprovação.

Da amostra, apenas sete fotos eram reais, mas tiradas de contexto, como um registro de Aécio Neves e Fidel Castro acompanhado da acusação do político tucano ter virado “aluno” do dirigente cubano. No total, segundo o levantamento, 56% das imagens que mais circularam foram consideradas “enganosas”.

PROPOSTA
Os autores do estudo sugeriram propostas para reverter o quadro revelado. Em documento enviado ao WhatsApp, foi solicitado a redução da possibilidade de encaminhamento de mensagens para, no máximo, cinco destinatários. Hoje, este limite é de até 20 pessoas ou grupos. Segundo o professor da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, o WhatsApp respondeu que tal medida seria inviável.


“Nós discordamos. Na Índia, após uma série de linchamentos causados por boatos difundidos no aplicativo, o WhatsApp conseguiu implementar mudanças em poucos dias. Nossa situação é bastante grave. Estamos conclamando também o TSE e outras instituições com poder regulatório para agir”, escreveu Ortellado, em texto em sua rede oficial sobre o relatório.

O estudo analisou conteúdos enviados entre os dias 16 de setembro de 7 de outubro, ou seja, em boa parte do 1º turno das eleições deste ano. A amostra trouxe 347 grupos monitorados pelo projeto Eleição sem Fake, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

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