A lavagem eleitoral na Bahia com todas as suas conseqûencias na disputa presidencial e nas disputas que virão pela Prefeitura de Salvador e governo do Estado, atesta a performance diferenciada entre os dois grupos.
De um lado, Neto, o cacique que poderia comandar o processo, amofinou, e deixou os demais caciques menores em pé de guerra, com cada um puxando a sardinha para o próprio lado, divergindo, acusando, o outro, e ampliando o abraço de afogados que levou a todos.
No outro lado o comando firme que não poupou Lídice da Matta, escanteada da chapa, sem dó nem piedade, para que Coronel fosse indicado a Senador. Lídice deu uns pulinhos de siri na lata, mas engoliu o sapo e foi atrás da candidatura a deputada.
Rui e Otto sabiam o que faziam. Uniram o grupo, trabalharam coesos, sem falhas, ampliaram a capilaridade, agregaram prefeitos que já eram do grupo e os desamparados de ACM Neto, e casaram os votos de uma maneira tão firme e impositiva que Coronel teve a mais surpreendente votação da história recente da Bahia.
Rui havia escolhido dois setores para trabalhar com mais foco: saúde e transporte, em Salvador, e deixou dois outros ao feijão com arroz: educação e segurança. Ao montar a maior rede de unidades de saúde que já vimos e concluir o metrô ( empacado em toda geração ACM e João Henrique) , tirando o atraso da capital em mobilidade, ele construiu 2 sucessos.
Já educação e segurança se converteram em dois fracassos, com o pior IDEB do Brasil e o descontrole total da violência. Acontece que saúde e mobilidade impactam muito mais diretamente na população, com mais urgência, do que educação. A insegurança, é nacional.
O cenário estava construído, a política estava feita, a equipe estava montada. Otto, formado na escola de ACM pai, experiente, já havia tomado a Assembleia. Foi só seguir o jogo.
Rui e Otto deram show de competência política. Aos adversários cabe ir lamber as feridas, deixar a soberba e preparar-se para o árduo futuro.
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