Foto: Joilson César / Ag Haack / Bahia Notícias
O governador Rui Costa deve enviar a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), até a próxima terça-feira (4), um pacote de medidas econômicas mais rigorosas do que as propostas pelo gestor desde 2015, quando assumiu o primeiro mandato.
O teor dos projetos ainda é desconhecido, mas, nos bastidores, se fala sobre o fim de empresas estatais como a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e o aumento da contribuição de servidores na previdência estadual. O Bahia Notícias revelou, nesta semana, que Rui também deve pedir o adiantamento dos royalties do petróleo dos próximos 4 anos para ajudar a equilibrar as contas no estado.
Com expectativa de aprovação ainda para este ano, as medidas avaliadas como “mais severas” por Zé Neto, líder do governo no Legislativo, terão como objetivo resolver questões orçamentárias tratadas como prioridade no estado. No centro do discurso de Rui está o rendimento negativo da previdência estadual, que até o final do ano deve chegar a R$ 4,08 bilhões de déficit .
“Tivemos uma reunião ampla com deputados eleitos e Rui Costa. A conversa foi franca, sensata e com dados esclarecedores e estarrecedores”, narrou Zé Neto. “O fato é que teremos um pacote sem ter muito do que reclamar. Não tem outro jeito. Temos uma crise fiscal em vários estados e um acirramento da crise econômica no Brasil. Vamos confiar em Rui Costa que é um gestor preparado e execpcional”, completou.
O líder do governo comparou as medidas a um “chá amargo” para os deputados, necessário para fazer a economia baiana avançar. “Não vamos poder titubear quando o objetivo é fazer a economia rodar. Existe um caminho se quisermos preservar empregos e a saúde fiscal da Bahia”, falou. As medidas, ainda tratativas para Zé Neto, devem envolver cortes na máquina administrativa.
Para Zé Neto, líder do governo, a experiência acumulada por Rui na Câmara Federal e Casa Civil da Bahia dão a governador aval para ter confiança sobre pacote econômico | Foto: Bahia Notícias
Na oposição, o deputado estadual Hildécio Meireles (PSC) cobrou do governo um tempo maior para discutir as medidas que chegam no começo de dezembro e devem ser votadas antes da Lei Orçamentária Anual (LOA), com previsão de ser aprovada até o dia 20 de dezembro.
Para Hildécio, Rui vendeu na campanha eleitoral deste ano a imagem de uma Bahia diferente do que está sendo mostrada pela situação fiscal atual. “O governo poderia ter tomado essas medidas com mais tempo, mas fez no apagar das luzes para atropelar o processo”, comentou.
Deputado da oposição reclamou de velocidade de tramitação do pacote | Foto: Divulgação
Vice-presidente da Comissão de Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle da AL-BA, Hildécio discordou da antecipação de receitas do petróleo, que será proposta por Rui para equilibrar as contas. “Não é uma coisa boa. Você empurra o problema para frente e o problema só vai piorando”, falou. Uma medida similar foi proposta pelo ex-governador Jaques Wagner (PT), em 2014, para lidar com um rombo previdenciário que, na época, gravitava na faixa dos R$ 2 bilhões .
O “chá amargo” que será servido por Rui deve ter mais detalhes divulgados na próxima semana.
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