Imagem: BATV
Diante da decisão do Sindicato dos Rodoviários que proibiu a entrada de vendedores ambulantes nos coletivos, a União dos Baleiros da Bahia (Unibal) vai realizar uma manifestação na manhã desta sexta-feira (5). O ato será na Praça do Iguatemi, às 11h30, e não deve ter impacto no trânsito.
"Vamos fazer um movimento, um pequeno barulho, um protesto de forma pacífica", promete Gilson Rodrigues, presidente da Unibal, em contato com o Bahia Notícias. De acordo com ele, a categoria foi surpreendida com a medida dos rodoviários, anunciada nessa quinta (4).
A ação ocorreu depois que um motorista identificado como Djavan foi esfaqueado por um baleiro por volta das 16h de ontem. O crime, classificado pelo vice-presidente do sindicato, Fábio Primo, como a “gota d’água”, ocorreu em frente ao Hospital Cidade, no bairro da Caixa D’Água. Socorrido inicialmente por profissionais de saúde da unidade, o motorista está em casa, estável.
"Se o baleiro não tem acesso ao metrô, por que tem acesso ao ônibus? A gente está notificando agora pra Polícia Militar e pra Prefeitura de Salvador, comunicando", frisa Primo, que esclarece que a polícia está sendo notificada por conta da segurança, já que houve outros casos de violência por parte desses vendedores. Como exemplo, ele menciona assaltos e o apedrejamento de um veículo.
Essa convocação, no entanto, também incomodou a Unibal, pois, nas palavras de Rodrigues, ao “dizer que pediu apoio da Gerrc [Grupo Especial de Repressão a Roubo em Coletivos] e da [Operação] Gêmeos pra que os baleiros não entrassem nos ônibus, ele agiu como se os baleiros fossem marginais”.
Com esse impasse, o secretário de Mobilidade, Fábio Mota, procurou as partes e propôs uma reunião na próxima semana, a fim de encontrar uma solução.
"Vamos recomendar que, a partir agora, só entre os baleiros que estejam devidamente fardados com o crachá. Vamos pegar a relação de baleiros e encaminhar para as três empresas porque hoje tem entrado, nos ônibus, baleiros cadastrados e outros baleiros que não são, porque a gente vive uma onda de desemprego e as pessoas querem ganhar o seu pão. Mas temos que aprimorar e vamos recomendar que só entre os baleiros credenciados", defende o secretário.
Mota reconhece que o rodoviário pode negar a entrada de pessoas que ofereçam perigo, mas pondera que o esfaqueamento foi um ato isolado, cometido por um baleiro sem credenciamento — segundo Rodrigues, a Unibal tem cerca de 800 baleiros credenciados para fazer o serviço.
O encontro ainda não tem data para acontecer, mas Primo ressalta que a posição dos rodoviários vai ser mantida: “a gente não vai mais carregar baleiro”.
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