Foto: Agência Brasil
O ano de 2018 foi de saldo negativo para a Bahia no que diz respeito à cobertura vacinal destinada à crianças menores de um ano. Isso porque em nenhuma das oito vacinas destinadas a esse público o estado conseguiu atingir a meta de vacinação do Ministério da Saúde, que é de 90% do público alvo. O estado ainda ficou abaixo da média nacional de cobertura vacinal nas oito vacinas: BCG, Rotavirus, Meningocócica C, Pneumococica 10v, Poliomielite, DTP+HIB+HB (Pentavalente), Hepatite A e Tríplice viral.
Na vacina BCG, que previne a tuberculose, o estado teve o pior desempenho dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal ao alcançar 81,42% do público alvo em 2018, enquanto a média nacional foi de 95,63%. Ao considerar o histórico local na vacinação BCG, a partir de dados fornecidos pelo Ministério da Saúde com o índice de vacinação de 2011 até 2018, o ano em que o território baiano apresentou o maior índice foi em 2011, ao atingir 105,24%. A Bahia se manteve acima da meta de vacinação até 2015, chegando a ultrapassar os 100% quatro vezes neste período, mas desde então reduziu a vacinação para a casa dos 80%. Em relação a média nacional, a Bahia nunca a atingiu e nem superou.
O desempenho abaixo do esperado seguiu com a vacina Rotavírus, que protege contra as gastroenterites causadas pelo rotavírus. A imunização aplicada via oral, em duas doses, e destinada a crianças menores de um ano, nunca atingiu a meta de 90% na Bahia desde 2011. O estado também nunca alcançou a média nacional de vacinação no período de tempo informado pelo Ministério da Saúde. O maior índice já registrado foi 88,36% no ano de 2015, e o mais baixo foi em 2016 com 74,05%. No ano passado 77,64% do público alvo foi vacinado contra o rotavírus, e o estado ficou na 25ª posição entre as unidades federativas brasileiras.
Em relação a vacina Meningococica C, utilizada para prevenir as doenças provocadas pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C, que pode causar infecções graves, às vezes fatais, como a meningite e a sepse, o panorama segue similar: nos últimos oito anos o estado ficou abaixo da média de vacinação nacional. Em 2018 apresentou seu pior desempenho nesta imunização ao atingir 76,01% do público alvo e ficar na 23ª posição no ranking nacional. Ao olhar o histórico baiano, o índice de vacinação ficou acima dos 90% até 2015, em 2016 começou a cair e desde então não atingiu mais este valor.
A Pneumococica 10v é mais uma vacina que a Bahia não atingiu a média nacional de imunização nos últimos oito anos. Ela ajuda a proteger as crianças das doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, como a meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite e bacteremia. Na Pneumococica 10v o maior índice atingido pela Bahia foi em 2015, com 90,24%. O pior desempenho do estado nesta vacina foi no ano de 2011, em que a média nacional foi 81,65% e a Bahia foi 66,46%. Em 2018 o estado ficou entre os três piores desempenhos do país com 81,62%, a frente apenas do Amapá (77,36%) e do Pará (75,85%).
Ao contrário da Pneumococica 10v, 2011 foi o ano em que a Bahia apresentou seu melhor desempenho na vacinação contra a Poliomielite ao atingir 97,32% do público alvo. Ainda assim o estado ficou abaixo na média de vacinação nacional, que naquele ano foi de 101,33%. A imunização contribui com a prevenção da Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, que é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Ela pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. Nesta imunização o pior desempenho da Bahia foi em 2016, quando atingiu 70,72%. Desde 2011 a cobertura vacinal na Bahia nunca ficou na média nacional, ou acima dela, e em 2018 o estado ficou entre os três piores desempenhos do país.
De acordo com o Ministério da Saúde, no ano passado a Bahia apresentou o seu pior desempenho na imunização DTP+HIB+HB (Pentavalente), que protege contra difteria, tétano, coqueluche, infecções graves pelo Haemophilus influenzae tipo B, a exemplo da meningite e hepatite B. O índice de vacinação alcançado pelo estado em 2018 foi de 75,03%, o que atribui ao estado a 4ª pior colocação do país. Nesta vacina a Bahia alcançou a média nacional de imunização em duas oportunidades, 2011 e 2012, mas desde então tem ficado abaixo deste índice.
Diferente das outras vacinas, os dados do Ministério da Saúde sobre a imunização dos estados contra a Hepatite A começam em 2014, ano que inclusive a Bahia superou a média nacional de vacinação. Quanto ao pior desempenho do estado nesta vacina foi percebido em 2016, quando atingiu 60,53% do público alvo vacinado. No último ano a Bahia ficou entre os quatro estados com pior desempenho, com um índice de vacinação de 71,13%.
Na vacina tríplice viral, que protege contra os vírus do sarampo, caxumba e rubéola, prevenindo o desenvolvimento destas doenças e possíveis complicações para a saúde, o melhor desempenho do estado foi no ano de 2014, em que alcançou 114,85%. Neste ano o estado ficou acima da média nacional de vacinação que foi de 112,80% e ocupou a melhor posição no ranking dos estados sendo o 9º. Em 2013, com 109,17% a Bahia também ficou acima da média nacional (107,46%). No entanto, no ano passado o índice baiano ficou entre os três piores do Brasil, com 79,48% do público alvo atingido. Quanto ao histórico baiano, os índices de imunização tríplice viral ficaram acima dos 90% de 2011 até 2015, a partir de 2016 os números foram caindo.
Em nota ao Bahia Notícias, o Ministério da Saúde ressaltou a importância da vacinação. A pasta afirmou que “considera a vacinação uma medida de extrema importância para evitar casos, sequelas e óbitos por doenças transmissíveis”. No texto ainda assegura a segurança das vacinas ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação.
“Todas as vacinas destinadas a crianças menores de dois anos de idade vem registrando queda desde 2011, com maior redução a partir de 2016”, contatou o Ministério da Saúde que ainda atribuiu esta redução ao movimento anti-vacinal embasado em informações falsas. “A resistência à vacinação é uma preocupação para toda a sociedade, pois a difusão de informações equivocadas e sem baseamento científico podem contribuir para a decisão de não vacinar”, avaliou.
O Ministério da Saúde ainda fez um alerta: “é importante destacar que o principal perigo em ter baixas coberturas vacinais é o risco de reintrodução de doenças já eliminadas no país”.
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