sexta-feira, 7 de junho de 2019

Bahia fica abaixo da meta em todas as vacinas para menores de um ano em 2018

Bahia fica abaixo da meta em todas as vacinas para menores de um ano em 2018
Foto: Agência Brasil
O ano de 2018 foi de saldo negativo para a Bahia no que diz respeito à cobertura vacinal destinada à crianças menores de um ano. Isso porque em nenhuma das oito vacinas destinadas a esse público o estado conseguiu atingir a meta de vacinação do Ministério da Saúde, que é de 90% do público alvo. O estado ainda ficou abaixo da média nacional de cobertura vacinal nas oito vacinas: BCG, Rotavirus, Meningocócica C, Pneumococica 10v, Poliomielite, DTP+HIB+HB (Pentavalente), Hepatite A e Tríplice viral.

Na vacina BCG, que previne a tuberculose, o estado teve o pior desempenho dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal ao alcançar 81,42% do público alvo em 2018, enquanto a média nacional foi de 95,63%. Ao considerar o histórico local na vacinação BCG, a partir de dados fornecidos pelo Ministério da Saúde com o índice de vacinação de 2011 até 2018, o ano em que o território baiano apresentou o maior índice foi em 2011, ao atingir 105,24%. A Bahia se manteve acima da meta de vacinação até 2015, chegando a ultrapassar os 100% quatro vezes neste período, mas desde então reduziu a vacinação para a casa dos 80%. Em relação a média nacional, a Bahia nunca a atingiu e nem superou.

O desempenho abaixo do esperado seguiu com a vacina Rotavírus, que protege contra as gastroenterites causadas pelo rotavírus. A imunização aplicada via oral, em duas doses, e destinada a crianças menores de um ano, nunca atingiu a meta de 90% na Bahia desde 2011. O estado também nunca alcançou a média nacional de vacinação no período de tempo informado pelo Ministério da Saúde. O maior índice já registrado foi 88,36% no ano de 2015, e o mais baixo foi em 2016 com 74,05%. No ano passado 77,64% do público alvo foi vacinado contra o rotavírus, e o estado ficou na 25ª posição entre as unidades federativas brasileiras.

Em relação a vacina Meningococica C, utilizada para prevenir as doenças provocadas pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C, que pode causar infecções graves, às vezes fatais, como a meningite e a sepse, o panorama segue similar: nos últimos oito anos o estado ficou abaixo da média de vacinação nacional. Em 2018 apresentou seu pior desempenho nesta imunização ao atingir 76,01% do público alvo e ficar na 23ª posição no ranking nacional. Ao olhar o histórico baiano, o índice de vacinação ficou acima dos 90% até 2015, em 2016 começou a cair e desde então não atingiu mais este valor.

A Pneumococica 10v é mais uma vacina que a Bahia não atingiu a média nacional de imunização nos últimos oito anos. Ela ajuda a proteger as crianças das doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, como a meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite e bacteremia. Na Pneumococica 10v o maior índice atingido pela Bahia foi em 2015, com 90,24%. O pior desempenho do estado nesta vacina foi no ano de 2011, em que a média nacional foi 81,65% e a Bahia foi 66,46%. Em 2018 o estado ficou entre os três piores desempenhos do país com 81,62%, a frente apenas do Amapá (77,36%) e do Pará (75,85%).

Ao contrário da Pneumococica 10v, 2011 foi o ano em que a Bahia apresentou seu melhor desempenho na vacinação contra a Poliomielite ao atingir 97,32% do público alvo. Ainda assim o estado ficou abaixo na média de vacinação nacional, que naquele ano foi de 101,33%. A imunização contribui com a prevenção da Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, que é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Ela pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. Nesta imunização o pior desempenho da Bahia foi em 2016, quando atingiu 70,72%. Desde 2011 a cobertura vacinal na Bahia nunca ficou na média nacional, ou acima dela, e em 2018 o estado ficou entre os três piores desempenhos do país.

De acordo com o Ministério da Saúde, no ano passado a Bahia apresentou o seu pior desempenho na imunização DTP+HIB+HB (Pentavalente), que protege contra difteria, tétano, coqueluche, infecções graves pelo Haemophilus influenzae tipo B, a exemplo da meningite e hepatite B. O índice de vacinação alcançado pelo estado em 2018 foi de 75,03%, o que atribui ao estado a 4ª pior colocação do país. Nesta vacina a Bahia alcançou a média nacional de imunização em duas oportunidades, 2011 e 2012, mas desde então tem ficado abaixo deste índice.

Diferente das outras vacinas, os dados do Ministério da Saúde sobre a imunização dos estados contra a Hepatite A começam em 2014, ano que inclusive a Bahia superou a média nacional de vacinação. Quanto ao pior desempenho do estado nesta vacina foi percebido em 2016, quando atingiu 60,53% do público alvo vacinado. No último ano a Bahia ficou entre os quatro estados com pior desempenho, com um índice de vacinação de 71,13%.

Na vacina tríplice viral, que protege contra os vírus do sarampo, caxumba e rubéola, prevenindo o desenvolvimento destas doenças e possíveis complicações para a saúde, o melhor desempenho do estado foi no ano de 2014, em que alcançou 114,85%. Neste ano o estado ficou acima da média nacional de vacinação que foi de 112,80% e ocupou a melhor posição no ranking dos estados sendo o 9º. Em 2013, com 109,17% a Bahia também ficou acima da média nacional (107,46%). No entanto, no ano passado o índice baiano ficou entre os três piores do Brasil, com 79,48% do público alvo atingido. Quanto ao histórico baiano, os índices de imunização tríplice viral ficaram acima dos 90% de 2011 até 2015, a partir de 2016 os números foram caindo.

Em nota ao Bahia Notícias, o Ministério da Saúde ressaltou a importância da vacinação. A pasta afirmou que “considera a vacinação uma medida de extrema importância para evitar casos, sequelas e óbitos por doenças transmissíveis”. No texto ainda assegura a segurança das vacinas ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação. 

“Todas as vacinas destinadas a crianças menores de dois anos de idade vem registrando queda desde 2011, com maior redução a partir de 2016”, contatou o Ministério da Saúde que ainda atribuiu esta redução ao movimento anti-vacinal embasado em informações falsas. “A resistência à vacinação é uma preocupação para toda a sociedade, pois a difusão de informações equivocadas e sem baseamento científico podem contribuir para a decisão de não vacinar”, avaliou.

O Ministério da Saúde ainda fez um alerta: “é importante destacar que o principal perigo em ter baixas coberturas vacinais é o risco de reintrodução de doenças já eliminadas no país”.

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