Foto: Divulgação
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), reconheceu que seu secretário de Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, é cotado para substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e disse que seu auxiliar e o presidente têm conversado.
“Eu fico feliz que ele [Torres] esteja cotado. Ele tem conversas sempre, ele tem contatos com o presidente sempre”, disse o governador à reportagem. “Acho que ele [Bolsonaro] se aconselha. Eles são próximos e não é de hoje. Quando eu o chamei [Torres], um dos motivos foi esse.”
Ibaneis deixou claro que não irá se opor a uma eventual migração do secretário para a cúpula da Polícia Federal. Para o governador, isso seria a prova de que ele fez uma boa escolha para o cargo.
“Todas as vezes que se fala em colocar um novo diretor da PF, ele é cotado. Ele trabalhou com [deputado estadual Fernando] Francischini, tem uma história. Agora ele mesmo [Torres] fala: 'Não fui convidado'. E eu digo: 'Olha, se for convidado, vai me honrar muito, porque é uma prova que acertei na minha escolha'. E tenho certeza que se for a determinação do ministro Sergio Moro e do presidente de fazer a troca, vão escolher um nome que vai honrar a PF.”
Nesta terça (3), em café da manhã com jornalistas da Folha de S.Paulo, Bolsonaro disse que a PF precisa de uma “arejada”. Questionado, o presidente não negou que o nome de Torres esteja cotado. Ele também chamou de “babaquice” a reação de integrantes da corporação às declarações sobre trocas em superintendências e no comando do órgão.
Segundo a reportagem apurou, desde a semana passada, pelo menos, ministros têm questionado pessoas que conhecem Torres sobre seu histórico para colher impressões.
Para Ibaneis, Bolsonaro tem a prerrogativa de mexer na chefia da PF. “As pessoas têm que começar a entender que quem foi eleito tem que governar e tem que colocar seu tipo de política. Não estou dizendo que isso vai influenciar nas investigações”, disse.
“Eu reuni o meu secretário com todo mundo da Segurança e dei uma ordem para que resolvam o problema do feminicídio no DF. E se o camarada não estiver tocando na linha certa, eu vou exonerar. Agora na PF ele não pode dizer qual a linha dele, o que ele quer que seja feito”, concluiu.
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