Foto: Reprodução / Instagram
Conforme detalhado pelo UOL, a Record foi na contramão das demais emissoras do País e optou por ignorar nos seus noticiários a canonização da baiana Irmã Dulce, primeira santa do Brasil reconhecida pela Igreja Católica . E seguindo o enquadramento nacional, a Record Bahia também não fez menção ao fato histórico.
Pertencente desde 1990 ao bispo da Igreja Universal do Reino De Deus, Edir Macedo, o grupo - ao que se constata - decidiu fazer "um boicote" em toda sua estrutura, incluindo as afiliadas. O feito foi maior do que o ocorrido na beatificação, em 2011, passo anterior ao da santificação. Na época, a emissora falou modestamente sobre o assunto.
O Bahia Notícias monitorou desde sexta-feira (11) os noticiários locais da Record Bahia e não verificou nenhum tipo de reportagem, diferente das outras afiliadas. A Rede Bahia, por exemplo, produziu conteúdo especial, mandou equipe para Itália e transmitiu ao vivo a missa de canonização. Quanto a esse questionamento, o BN entrou em contato com a Record Bahia em busca de um posicionamento oficial, já que se trata de um assunto de interesse público e do público, mas não obteve resposta até o fechamento da nota.
Por mais que a canonização represente um traço específico de uma religião, o fato de ser um acontecimento inédito e local carrega atributos para se tornar notícia, principalmente nos veículos baianos. Vale destacar ainda que nos seus livros de memórias, a trilogia "Nada a Perder", Edir tece críticas à Igreja Católica, a quem enxerga como "inimiga", ao lado da Globo, e acusa de conspirar contra a Universal.
Para quem não sabe, nenhuma emissora de TV brasileira é dona do canal em que sua programação é transmitida. Todos os canais de sinal aberto pertencem ao Estado e são concedidos temporariamente às emissoras, através de processos de licitação. Daí o conceito de "concessão". Além disso, a Record foi fundada em 1953 e só a partir de 1990 passou a ser presidida pelo bispo da Universal, quando este a transformou em rede nacional.
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