Foto: Divulgação
Em meio a novos indícios que reforçam a existência de esquema de candidaturas laranjas do PSL, o presidente Jair Bolsonaro reservou espaço em sua agenda oficial, nesta quarta-feira (9), para receber os ministros Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, e Sergio Moro, da Justiça.
Segundo a lista prévia dos compromissos presidenciais, divulgada pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro irá receber, no início da tarde, em audiência conjunta, Moro e o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Na sequência, está programado um encontro com Álvaro Antônio. Até o momento, o presidente tem afirmado que irá manter, pelo menos temporariamente, o ministro no cargo, mas aumentou sobre ele a pressão do núcleo moderado do Palácio do Planalto por uma demissão. A avaliação é de que a permanência dele tem causado um "desgaste desnecessário" na imagem do governo.
Caso Bolsonaro decida exonerá-lo, o nome mais cotado para o posto é o do presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Gilson Machado Neto, considerado um dos auxiliares favoritos do presidente e presença recorrente em suas lives semanais, transmitidas pelas redes sociais. A situação de Álvaro Antônio tem se agravado desde a semana passada, quando o Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ministro sob acusação de envolvimento no esquema de laranjas do PSL. A decisão foi tomada depois do indiciamento dele pela Polícia Federal, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.
No último domingo (6), a Folha de S.Paulo mostrou ainda que um depoimento e uma planilha obtidos pela Polícia Federal sugerem que recursos do esquema foram desviados para abastecer, por meio de caixa dois, até mesmo a campanha do presidente. Em uma planilha, nomeada como "MarceloAlvaro.xlsx", há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão "out", o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento "por fora".
Nesta terça-feira (8), o presidente se defendeu e afirmou que não tem nenhum envolvimento no esquema. Ele disse que não fez campanha eleitoral com caixa dois e voltou a criticar reportagem da Folha de S.Paulo. "Só esta semana, me botaram como responsável por problemas em Minas Gerais. Não tenho nada a ver. Imagine se eu sou for responsável por 2.000 candidatos pelo Brasil", disse.
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