Foto: Matheus Caldas / Bahia Notícias
Vereadores do bloco de oposição independente na Câmara Municipal de Salvador creem que não é necessário ouvir o governador Rui Costa (PT) durante o processo de tramitação da reforma previdenciária municipal na Casa. Vale ressaltar que a maioria dos parlamentares do bloco faz parte de partidos do arco de aliança da base governista no estado. O texto foi enviado à CMS nesta quarta-feira (4).
Para a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), “não há sentido em dialogar com outras instâncias” nesta altura do campeonato. “Não vejo sentido, pois o debate é municipal. Tivemos um debate no estado, com os deputados. Essa etapa da reforma estadual passou. Agora diz respeito ao município. Esperamos que a bancada do governo não diga amém ao prefeito. Temos que olhar o projeto como muito importante. Temos 30 mil servidores e suas famílias. Não é um projeto qualquer. Tem impacto econômico, as políticas públicas. É nessa medida que temos que fazer um debate exaustivo", opina, em entrevista ao Bahia Notícias.
Líder do bloco, Silvio Humberto (PSB) crê que o debate é necessário para delinear a estratégia do grupo. No entanto, para ele, a palavra do Executivo estadual não será predominante no processo. "O governador pode dar opinião, e é qualificada, mas não existe gente inteligente só no Executivo. É um gestor dando opinião. A associação dos auditores, dos procuradores e conjunto dos servidores também tem voz”, destaca.
UNIÃO ENTRE NETO E RUI
Em dezembro, o BN trouxe a informação de que Rui e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), se comprometeram a mobilizar suas bases políticas em prol da aprovação da reforma da Previdência para servidores públicos da capital baiana e do estado. Aladilce e Sílvio Humberto disseram desconhecer a articulação.
“Não teve nenhuma conversa conosco em relação a isso. Eu sou servidor público há 35 anos, faço agora em abril. Não vamos fazer nada sem ouvir as entidades que representam os servidores. Então, é algo que vai mexer com nossas vidas e não pode ser feito de forma açodada e importante que não se repita os mesmos erros da Assembleia Legislativa, ouvir minimamente os servidores, pois é nossa vida que vai ser decidida”, indica.
"Eu desconheço se houve acordo. Pelo menos nosso bloco não foi procurado pelo governador. O que nos precisamos no processo é fazer um debate amplo sobre as causas do déficit alegados pelo prefeito. Temos audiência marcada para o dia 13 [de março] com o secretário Thiago Dantas [Semge], com alternativas para fazer uma reforma sustentável, que os servidores tenham uma possibilidade de se aposentar”, acrescenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário