segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Cadastro SUS foi prorrogado até o dia 31 de outubro em Feira de Santana

 

Cadastro SUS foi prorrogado até o dia 31 de outubro em Feira de Santana

O período para atualizar ou realizar o cadastro individual do SUS (Sistema Único de Saúde), em Feira de Santana, foi prorrogado até o 31 de outubro. Esse cadastro pode ser feito de forma presencial na unidade de saúde mais próxima da residência, através do agente comunitário de saúde ou acessando o formulário digital. (Clique aqui para acessar)

Para realizar esse serviço é necessário informar RG ou certidão de nascimento; CPF ou cartão SUS e o comprovante de residência em nome do usuário ou de algum familiar. É possível também que uma pessoa da família realize o cadastro dos demais moradores, caso apresente toda documentação. Vale salientar que esse cadastro não possui relação com o Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS).

A chefe da Atenção Primária à Saúde, Valdenice Queiroz, afirma que Feira de Santana atingiu a meta de 70% do cadastramento. “Mais de 100 mil pessoas já fizeram o cadastro, agora o nosso objetivo é alcançar 100%”.

O cadastramento segue determinação do Ministério da Saúde e é um dos novos critérios de financiamento para assegurar o repasse de recursos federais ao município, garantindo acesso do usuário aos serviços públicos de saúde. As pessoas que atualizaram o cadastro no início deste ano não precisam fazê-lo novamente.

FONTE: PMFS

Volume de água liberado pela represa Pedra do Cavalo em dia de tremor estava previsto

 

Volume de água liberado pela represa Pedra do Cavalo em dia de tremor estava previsto
Foto: Reprodução / TV Bahia

Devido aos tremores sentidos em várias regiões da Bahia neste domingo (30) - e que podem se repetir nos próximos meses - a abertura da Barragem de Pedra do Cavalo, em Cachoeira e São Félix, no Recôncavo Baiano, preocupou a população local. A barragem liberou 40 metros cúbicos de água. Mas os responsáveis disseram que essa operação já estava programada.

 

De acordo com informações do Correio,  uma das turbinas por onde a água é normalmente evacuada passou por manutenção e, por isso, o volume de água foi liberado através dos vertedouros. Em nota, a assessoria da Votorantim, responsável pela administração, informou que o procedimento é normal e segue as normas de segurança determinadas pelas autoridades.

 

Ainda segundo o informe, a quantidade de água que pode ser liberada foi aumentada após nova legislação. "Para atender a essa nova regra, o fluxo de água passará prioritariamente pelas turbinas da Usina podendo ser transferido para o vertedouro durante alguns períodos do dia, sem alterar a média diária estabelecida na regra operativa. Desta forma, durante a operação normal da Usina, será comum a população ver um pequeno fluxo de água no vertedouro”, destaca o informe.

Toffoli manda tribunais comprarem 1/3 de férias de juízes em meio à crise do coronavírus

 

Toffoli manda tribunais comprarem 1/3 de férias de juízes em meio à crise do coronavírus
Foto: Nelson Jr./ SCO/ STF

O CNJ (Conselho Nacional da Justiça) mandou tribunais regionais comprarem um terço de férias de juízes federais e do trabalho. A decisão é do ministro Dias Toffoli, presidente do órgão.

Magistrados têm 60 dias de descanso por ano e agora deverão ser compensados caso queiram vender 20 dias e gozar 40. As férias de um trabalhador brasileiro duram 30 dias, com direito à venda de 10.

Sobre as férias há ainda o pagamento de mais um terço do salário, conforme determina a Constituição Federal. Em todos os ramos do Judiciário, o benefício se estenderá a mais de 16 mil magistrados do Brasil.

Em meio ao grave aperto fiscal do país, uma das justificativas para o pagamento é a existência de espaço no teto de gastos das Justiças Federal e do Trabalho. A regra limita o aumento das despesas à inflação do ano anterior.

?Outro argumento apresentado é que houve redução de despesas com o home office, em razão da pandemia da Covid-19. Com menos despesas, abriu-se margem para beneficiar juízes em plena crise econômica e sanitária.

Juízes titulares federais e do trabalho recebem por mês R$ 33,7 mil —o salário de um juiz substituto é de R$ 32 mil. Quando tiram férias, os titulares recebem brutos quase R$ 45 mil. O benefício é previsto em dois meses do ano.

A decisão de Toffoli, que também preside o STF (Supremo Tribunal Federal), é de sexta-feira (28). Obtida pela Folha, a ordem ainda não foi publicada.

O ministro atendeu pedido da Ajufe (Associação dos Juízes Federais) e da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho). As entidades já foram notificadas. Procurado, o CNJ não respondeu até as 17h deste domingo.

O CJF (Conselho da Justiça Federal) e o CSJT (Conselho Superior da Justiça do Trabalho) argumentam que não há previsão orçamentária para o pagamento do benefício. Os órgãos dizem que os valores não foram reservados para 2020.

O presidente da Ajufe, Eduardo André Brandão de Brito Fernandes, confirmou à Folha a decisão de Toffoli. Fernandes tomou conhecimento da medida neste sábado (29).

"A iniciativa privada pode [vender férias], todas as carreiras jurídicas podem, inclusive o Ministério Público, e só o juiz da União sofre essa discriminação, não tinha esse direito. O que o CNJ fez foi só permitir isso", afirmou.

Segundo ele, a magistratura federal enfrenta entraves para ter direitos reconhecidos. "A gente, para ter direitos iguais aos trabalhadores comuns, que todos têm, tem muita dificuldade. É um pleito que a gente tem até na questão da remuneração mesmo", disse.

"Todos os trabalhadores da iniciativa privada têm o dissídio coletivo anual, e a magistratura federal tem direito à revisão dos subsídios e nos últimos 16 anos só ocorreu em 6 anos. A gente passa por uma situação muito difícil."

À Folha a presidente do CSJT, ministra Maria Cristina Peduzzi, criticou a decisão. Ela também preside o TST (Tribunal Superior do Trabalho). "A garantia de conversão de 20 dias de férias em dinheiro revela a desnecessidade de descanso por 60 dias. Ademais, há outras prioridades para alocação do dinheiro público", afirmou.

A reportagem não conseguiu contato com o CJF. A reclamação da Ajufe chegou ao CNJ no fim do ano passado. A Anamatra pediu ingresso como terceira parte interessada.

Ajufe e Anamatra querem que seja cumprida uma resolução do CNJ, de agosto de 2019. Em dezembro daquele ano, Toffoli deu decisão favorável para a regulamentação dos pagamentos em 30 dias.

As entidades voltaram recentemente ao órgão de controle do Judiciário para se queixar do não cumprimento da ordem. Agora, o ministro determinou o pagamento. Ele afirmou se tratar de um direito dos magistrados.

De acordo com Toffoli, a decisão de vender as férias e receber por elas é direito autoaplicável --ou seja, deve ser concedido imediatamente.

A resolução determinava uma regulamentação pelos conselhos, que, segundo ele, trata apenas de aspectos de organização interna dos tribunais. Ela está relacionada à escala, à marcação, ao gozo, à alteração, à interrupção e à forma de indenização das férias.

Toffoli, na decisão, ainda lembrou que 15 Tribunais de Justiça nos estados já regulamentaram a matéria.

Em nota, a presidente da Anamatra, Noemia Porto, afirmou que a resolução do CNJ "definiu o tema do gozo das férias, observando a unidade da magistratura, o que não vinha sendo observado, especialmente considerando as diferenças entre a magistratura estadual e a federal".

"A Anamatra defendeu a efetiva unidade da magistratura e insistiu na importância de que a gestão orçamentária considere os predicamentos desta carreira de Estado", disse.

A norma do ano passado foi editada para uniformizar o direito de venda das férias. A Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) não prevê o benefício.

No entanto, desde 1993, membros do Ministério Público têm direito por lei ao pagamento referente à chamada conversão pecuniária. Esse argumento é usado também por Toffoli para conceder a decisão favorável às entidades.

Pela Constituição de 1988, há simetria entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público. A Loman é de 1979.

Ainda de acordo com as entidades, sobra dinheiro. Uma decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) deste ano ampliou o teto de gastos do MPU (Ministério Público da União) e foi estendida ao Judiciário.

O MPU argumentou haver erro na edição de uma MP (medida provisória) de 2016 sobre créditos para pagamento do auxílio-moradia à época. O então presidente Michel Temer (MDB) liberou créditos extraordinários para o órgão.

Pelo teto de gastos, créditos extraordinários não entram na conta, mas o MPU disse se tratar de créditos suplementares. O TCU acatou a justificativa.

Desde 2018, porém, após o Judiciário obter reajuste de 16,38%, não há mais auxílio-moradia para todos os integrantes do MP e do Judiciário. Na época, um ministro do Supremo passou a receber R$ 39,2 mil.

Após concedido o aumento, o ministro Luiz Fux revogou uma liminar (decisão provisória) de 2014 dada por ele mesmo que concedia o penduricalho a todos os magistrados e membros do MP. O auxílio era de R$ 4.377.

Em fevereiro de 2020, contudo, os cálculos foram refeitos. Toffoli pediu extensão ao Judiciário e, por ano, só a Justiça Federal ganhou mais de R$ 100 milhões para gastar. Em 2020, a Justiça do Trabalho recebeu R$ 209 milhões.

A pandemia da Covid-19 também foi apresentada para derrubar os argumentos do CJF e do CSJT. De acordo com as entidades, os tribunais gastaram menos em 2020 desde a implementação do home office. Agora, juízes decidem de casa.

A Justiça Federal, neste ano, teve despesas de 46,56% em relação ao limite de gastos. O TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), o maior do país, foi usado como exemplo, por ter gasto 43% do limite até 30 de julho.

Para as entidades, o impacto financeiro é limitado. Segundo a Ajufe, estudo técnico mostrou que o custo anual seria de no máximo R$ 57,7 milhões. De acordo com a entidade, 65% dos juízes federais manifestam vontade de vender parte das férias --o custo cairia para R$ 37,9 milhões.

Já a Anamatra estimou em R$ 107 milhões os gastos, casos todos magistrados quisessem receber a comprensação.

PF faz megaoperação em 19 estados e no DF; Justiça bloqueia R$ 252 milhões de alvos

 

PF faz megaoperação em 19 estados e no DF; Justiça bloqueia R$ 252 milhões de alvos
Polícia apreende R$ 2 milhões e 730 mil dólares em SP | Foto: Divulgação/ PF

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (31), em 19 estados e no Distrito Federal, uma megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa ligada ao tráfico de drogas no país. A Justiça bloqueou cerca de R$ 252 milhões em conta ligadas à organização.

 

Segundo informações da PF, são cumpridos 623 mandados judiciais, sendo 422 deles de prisão. Destes, 173 já estão presos. Há também outras 201 ordens de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte (MG). Cerca 1,1 mil policiais participam da operação. 

 

Ainda segundo a PF, investigações apontam que 210 pessoas detidas em presídios federais recebiam auxílio mensal por terem alcançado cargos de alto escalão dentro da facção ou por terem realizado missões como a execução de servidores públicos.

 

Além de membros do PCC, familiares e pessoas responsáveis pela lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio também são alvos da ação. As investigações apontam que, para garantir o recebimento do “auxílio”, os integrantes do grupo indicavam contas de terceiros não pertencentes à facção para que os valores, vindos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal.

 

Batizada de "Caixa Forte", a operação é conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO), coordenada pela PF e integrada pela Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Defensoria Pública em Minas e Defensoria Pública Federal.

 

Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 28 anos de prisão.

Cultura teme apagão da Rouanet após governo dispensar 139 responsáveis por avaliar projetos

 

Cultura teme apagão da Rouanet após governo dispensar 139 responsáveis por avaliar projetos
Setor teme apagão na gestão de Mario Frias | Foto: Roberto Castro/MTur

Já afetados pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, representantes do setor cultural estão preocupados, mais uma vez, com uma possível paralisação da Lei Rouanet na gestão de Mario Frias. 

 

De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, o temor se dá porque o governo federal dispensou 139 pareceristas responsáveis por analisar os projetos culturais submetidos para angariar apoio da Lei Rouanet. Ainda segundo a publicação, restam agora apenas 25 profissionais para desempenhar este trabalho.

 

Apesar da redução drástica do quadro, o Ministério do Turismo e a Secretaria Especial da Cultura garantem que “os serviços do setor não serão afetados” e que estão finalizando os trâmites para a habilitação de novos profissionais para a função.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Eleitor terá papel preponderante na fiscalização de campanhas municipais

 

Eleitor terá papel preponderante na fiscalização de campanhas municipais
Foto: Reprodução / Agência Brasil

As eleições municipais de novembro podem dar um passo importante na direção daquilo que estudiosos de sistemas políticos consideram a chave para uma democracia mais saudável.

O pleito de 2018 já foi decisivo para que o eleitor assumisse papel importante na fiscalização das campanhas, denunciando irregularidades praticadas por candidatos à Presidência, ao Senado, aos governos de estado e à Câmara.

Naquele ano, a legislação sobre publicidade na internet ganhou corpo, com a determinação, pelo TSE, de que houvesse um padrão visual para identificação de anúncios, e redes como o Facebook passaram a destacar ferramentas de denúncia contra irregularidades em campanhas.

Em 2020, esse monitoramento, combinado às atividades da Justiça Eleitoral, pode dar novo caminho ao jogo eleitoral, especialmente por causa do número de candidatos e em razão da pandemia do coronavírus, que deve tirar palanques da rua e jogá-los com força no universo virtual.

O pleito que elegeu Jair Bolsonaro presidente teve em disputa 581 cargos (contando Senado, Câmara e Executivo). Agora esse contingente de cadeiras dá um salto para cerca de 60 mil, considerando prefeitos e vereadores em todo o país. Em 2016, registraram-se 496 mil candidaturas para esses cargos.

Para Ariel Kogan, diretor do Instituto Tecnologia e Equidade e que pesquisa como a tecnologia afeta a sociedade e a política do país, a eleição deste ano será marcada por crescente volume de informações e pela velocidade com que esses dados vão trafegar no mundo virtual.

A nova natureza da fiscalização pode ser fundamental para estabelecer o equilíbrio contra um ambiente tóxico que deve refletir a polarização do debate político. "Quanto mais responsabilidade você coloca na mão do eleitor, quanto mais ele se envolve na preservação de um ambiente saudável de campanhas, mais maturidade você conquista na democracia", diz Kogan.

As ferramentas que o eleitor terá para participar da fiscalização são basicamente as seguintes: existe um aplicativo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Pardal, que permite, para eleitores cadastrados, denunciar o que consideram irregularidades em uma campanha. As redes sociais, sob pressão da própria Justiça, criaram ferramentas diversas para o eleitor monitorar o que recebe no computador ou telefone.

Em 2018, o Pardal contabilizou 48.671 denúncias de irregularidades feitas por eleitores. A expectativa é que esse número cresça substancialmente neste pleito, tendo em vista que será a terceira eleição com uso do aplicativo e com campanhas ainda mais dependentes das ferramentas virtuais por causa da pandemia da Covid-19.

Outra rede de informação que pode dar ao eleitor instrumentos para escolher um candidato é o Sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais, no site do TSE.

Segundo a advogada Denise Goulart Schlickmann, secretária-geral adjunta da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, o sistema traz informações atualizadas sobre quem está financiando a campanha de determinado candidato, "o que depois terá uma interferência direta na gestão daquele candidato caso ele ganhe", diz ela.

Já o Tribunal de Contas da União 9TCU) criou um plataforma para ceder certidões de licitante inidôneo, contas julgadas irregulares para fins eleitorais e não eleitorais e inabilitados para função pública. Também será possível consultar a situação de pessoa jurídica na administração pública federal. A solicitação da certidão no WhatsApp é pelo número 61 3527-2000.

Há também um novo projeto do Projor (instituto para desenvolvimento de jornalismo) em parceria com o Insper (Insper Instituto de Ensino e Pesquisa), que mira os municípios em dificuldade fiscal.

Para o promotor eleitoral Rodrigo Lópes Zilio, autor de livros como "Crimes Eleitorais", uma resolução do TSE do ano passado deve reduzir o potencial de ação de juízes em relação ao chamado "poder de polícia".

Juízes eleitorais podem, sem que sejam acionados por terceiros ou pelo Ministério Público, determinar a retirada de propagandas que tragam alguma irregularidade na forma.

A resolução 23.610 determina que, a partir desta eleição, o juiz deixe de pautar suas decisões levando em consideração o conteúdo do que foi veiculado. Esse é mais um dado que empurra a responsabilidade de fiscalizar os pleitos para o cidadão comum.

Segundo a lei, o juiz "somente poderá determinar a imediata retirada de conteúdo na internet que, em sua forma ou meio de veiculação, esteja em desacordo com o disposto nesta resolução". Além disso, "caso a irregularidade constatada na internet se refira ao teor da propaganda, não será admitido o exercício do poder de polícia".

Um exemplo que pode levar um juiz a derrubar uma propaganda em rede social (e esta é uma prática que qualquer um pode denunciar ao Facebook e ao Instagram, bem como à Justiça Eleitoral): impulsionamento de conteúdo em propaganda política no período de campanha só pode ser feito por candidatos e partidos, nunca por pessoas físicas alheias à campanha.

Outro detalhe para ficar atento: a propaganda política na internet deve obrigatoriamente vir acompanhada de aviso de que se trata de campanha eleitoral.

Também existe a obrigação de informar o CPF ou CNPJ de quem está financiando ou promovendo aquele impulsionamento. Todo anúncio que não tenha esses dois dados deve ser retirado do ar, ou pela plataforma ou por recomendação da Justiça.

O poder de polícia dos juízes eleitorais, porém, não admite penalidades (multa por exemplo), o que pode ser insuficiente para pressionar uma campanha a se corrigir.

A mesma resolução de 2019 do TSE diz que, "no exercício do poder de polícia, é vedado ao magistrado aplicar sanções pecuniárias, instaurar de ofício a representação por propaganda irregular ou adotar medidas coercitivas tipicamente jurisdicionais". Cabe ao ofendido por conteúdo acionar a Justiça ou o Ministério Público sobre a irregularidade, para abertura de processo.

A remoção por conteúdos --e não pela forma de publicação ou impulsionamento fora do padrão-- só pode ser feita na Justiça por meio de representação. Ou seja, que um candidato recorra à Justiça ou que o próprio Ministério Público abra um processo.

Às voltas com a tramitação de um projeto de lei sobre fake news, congressistas brasileiros também dão andamento a um monitoramento relacionado ao tema.

Eles já moveram pelo menos 479 ações na Justiça pedindo remoção de conteúdo em veículos ou redes sociais. O número se concentra em 233 políticos, dos 594 eleitos para a Câmara dos Deputados e o Senado.

Entre os 513 deputados federais, 196 são autores de 354 ações judiciais para retirar conteúdos. São 293 os pedidos que alegam difamação e, em 87% deles, o réu é um blog, um veículo de comunicação ou uma rede social, como Facebook, Twitter e WhatsApp.

Bahia foi um dos clubes mais comentados nas mídias sociais em 2019, aponta estudo

 

Bahia foi um dos clubes mais comentados nas mídias sociais em 2019, aponta estudo
Foto: Divulgação / EC Bahia

Se o desempenho do Bahia dentro de campo não tem agradado, o torcedor tricolor tem um motivo para sorrir quando se trata de engajamento online. De acordo com estudo divulgado pelo Ibope Repucom, o Esquadrão de Aço foi o sétimo clube mais comentado nas mídias sociais.

 

O Bahia teve 10,5 milhões de menções diretas, 100 mil a menos que o Grêmio, sexto colocado no ranking. Os bons números do Tricolor na internet desbancaram outros grandes clubes como Santos, Vasco, Inter, Botafogo, Fluminense e Atlético-MG.

 

Na região Nordeste, o clube superou Fortaleza (4,7 milhões de menções), Ceará (4,5 milhões), Sport (1,1 milhões) e Vitória (400 mil).

 

O bom desempenho do Esquadrão de Aço nas redes sociais foi comemorado pelo gerente de negócios Lênin Franco. Para ele, o engajamento mostra a grandeza do clube e, aos poucos, dissocia o trabalho institucional do trabalho de campo.

 

Camisa com manchas de óleo teve grande repercussão na internet | Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

 

"A gente fica feliz com o resultado. É uma lista completa que mostra a grandeza do Bahia e quanto que o Bahia gera de notícia, principalmente na captação de patrocinadores e parceiros. Isso mostra o engajamento que o Bahia consegue nas redes sociais, que são hoje os principais veículos do clube. O Bahia ficou, por exemplo, na frente do Santos, que foi vice-campeão brasileiro. A gente consegue, aos poucos, dissociar o trabalho do campo do departamento institucional. Na medida que vamos fazendo essa dissociação, conseguimos crescer as receitas do clube", afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

As ações promovidas pelo clube no ano passado que ganharam repercussão nacional e mundial foram propulsores de tamanha presença digital. Com isso, o clube ganha capacidade de gerar retorno financeiro direto aos seus patrocinadores e abre espaço para conquistar mais parceiros no mercado.

 

"Os grandes picos que a gente tem no relatório são por conta das campanhas de ações afirmativas. Tem a do dia dos pais, camisas manchadas de óleo e o lançamento da linha 'Bahia clube do povo'. Temos de um lado as campanhas que impulsionam o clube e o retorno que a gente consegue trazer. Um outro relatório do Ibope diz que o Bahia gerou um valor de engajamento de R$ 33.341.000, Desse valor, R$ 3.440.000 foram específicos de retorno para os patrocinadores. É um dado forte que nos ajuda a captar novos patrocínios. Isso traz um público novo, que engaja nas ações do Bahia. Acaba virando um círculo virtuoso", explicou Lênin.

Confira os dados publicados pelo Ibope Repucom sobre o Bahia abaixo (clique aqui e veja o estudo completo):

 

Foto: Reprodução / Ibope Repucom


Na busca por aliados e um vice, Denice se reúne com Bacelar nesta sexta

 

Na busca por aliados e um vice, Denice se reúne com Bacelar nesta sexta
Foto: Montagem / Reprodução / Divulgação / Ag. Câmara

Pré-candidata do PT à prefeitura de Salvador, Denice Santiago se reúne na manhã desta sexta-feira (28) com o deputado federal e também pré-candidato Bacelar, do Podemos. 

 

O Bahia Notícias apurou com fonte que acompanha as articulações da campanha que, no encontro, Denice vai sondar a disposição de Bacelar para uma possível composição com ele na vice de sua chapa ou o apoio do Podemos à pré-candidatura petista. A realização da reunião foi orientada pelo governador Rui Costa e pela direção do PT.

 

O gestor pretende manter Denice no pleito da capital ao lado de mais duas pré-candidaturas aliadas: Olívia Santana (PCdoB) e Sargento Isidório (Avante). 

 

Nos bastidores, aliados avaliam que as conversas ocorrem tardiamente e podem significar grandes recuos para aliados de Rui. Bacelar, por exemplo, já anunciou seu pré-candidato a vice, o radialista Magno Lavigne (Rede), e ainda uma aliança partidária com o PTC, que iria se confirmar durante convenção no próximo dia 7 de setembro (leia aqui). 

 

O encontro desta manhã ainda debaterá programas de governo e será o primeiro de Denice com outros pré-candidatos da Base. 

 

A base do governador Rui Costa ainda apresentou a pré-candidatura de Eleusa Coronel, pelo PSD, e da deputada federal Lídice da Mata, pré-candidata do PSB.

 

O encontro desta manhã ainda debaterá programas de governo e será o primeiro de uma série de conversas que a pré-candidata terá com dirigentes de partidos da base de Rui, em busca de apoio. As reuniões começam a acontecer pouco antes do período de convenções partidárias, que começa em 31 de agosto e vai até 16 de setembro, nas quais as siglas lançam oficialmente seus candidatos ou definem quais nomes vão apoiar.

Witzel cobra posicionamento da OAB em processo: 'Estão criminalizando a advocacia'

 

Witzel cobra posicionamento da OAB em processo: 'Estão criminalizando a advocacia' 
Foto: Divulgação

O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que há uma “criminalização da advocacia” diante do questionamento do contrato do escritório de sua esposa, a advogada Helena Witzel, com empresas investigadas por desvios de verbas da Saúde do Rio. A suspeita é que as empresas tenham repassado verbas para o escritório de advocacia da primeira-dama.  

 

Ele quer providências da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Estão criminalizando advocacia. Quer dizer que filho de ministro, esposa de ministro, se estiver advogando, está recebendo alguma vantagem? A OAB precisa se pronunciar sobre isso". Witzel diz que o contrato de advocacia da esposa está sendo questionado “sem indicação de atos ilícitos” contra ele. “Que indicação que eu dei?”, questionou em pronunciamento à imprensa na manhã desta sexta-feira (28).

 

O afastamento de Witzel foi determinado pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Procuradoria-Geral da República (PGR) chegou a pedir a prisão do governador. Segundo o jornal O Globo, para embasar o pedido, a PGR citou a apreensão de um e-mail escrito pelo governador, com orientações para que os interessados no negócio redigissem o contrato com o escritório de Helena. Além disso, o órgão apontou a existência de suspeitas de obstrução da investigação. Uma testemunha disse aos investigadores que Witzel teria determinado uma operação de espionagem contra os procuradores que o investigam

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Fernando de Fabinho anunciado candidato a vice de Colbert

 Fernando de Fabinho anunciado candidato a vice de Colbert

Foto: Reprodução - Facebook @colbertprefeito
O ex-deputado Federal Fernando de Fabinho é o candidato a vice-prefeito de Feira de Santana na chapa encabeçada pelo atual prefeito e candidato à reeleição Colbert Martins Filho.
 
O anúncio foi feito agora há pouco pelo ex-prefeito e dirigente do Democratas José Ronaldo de Carvalho em uma live nas redes sociais.
 
Havia outros dois nomes na disputa, o ex-candidato a deputado federal Zé Chico e o vereador licenciado e ex-secretário Municipal de Serviços Públicos Justiniano França.
 
O ex-prefeito disse que o nome de Fabinho foi consensual nas discussões do grupo. Ele está afastado da política há uma década, porém ainda guarda muitas amizades no meio.
 
 Além de deputado federal por dois mandatos ele também foi deputado estadual, sempre eleito com o apoio do seu compadre José Ronaldo.

Aras dá 10 dias para delatores da J&F explicarem R$ 9,8 milhões pagos a Wassef

 

Aras dá 10 dias para delatores da J&F explicarem R$ 9,8 milhões pagos a Wassef
Foto: Reprodução / TV Globo

O procurador-geral da República, Augusto Aras, deu prazo de dez dias para que delatores da J&F esclareçam pagamentos feitos pela empresa ao advogado Frederick Wassef, que trabalhou para a família do presidente Jair Bolsonaro.

 

O escritório de advocacia Wassef & Sonnenburg recebeu, segundo a TV Globo apurou, R$ 9,8 milhões entre os anos de 2015 e 2020. As movimentações financeiras foram identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de acordo com o G1.

 

O prazo fixado por Aras é uma etapa da apuração preliminar aberta na semana passada pela PGR para saber se esses pagamentos tiveram efeito no acordo de colaboração premiada firmado pela procuradoria com os executivos da empresa.

 

A partir dos esclarecimentos apresentados pelos delatores, Aras pode decidir reforçar o pedido de rescisão dos acordos de colaboração que está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Em 2019, o procurador-geral defendeu a rescisão do acordo, firmado em 2017, e se posicionou contra uma renegociação com os delatores. Os dois procuradores-gerais anteriores a Aras, Rodrigo Janot e Raquel Dodge, também defenderam a rescisão.

 

Wassef é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, e os repasses da empresa para seu escritório foram revelados pela revista "Crusoé" na semana passada.

 

Segundo a revista, o presidente Jair Bolsonaro teria pedido a Aras para que o procurador conversasse com Wassef sobre o acordo de colaboração da J&F.

 

A PGR afirmou que Aras não recebeu nenhuma solicitação de Bolsonaro e "não participou de nenhum dos contatos que trataram de eventual proposta de repactuação do acordo de colaboração premiada da JBS com envolvimento do advogado Frederick Wassef".

 

Em nota, o advogado Frederick Wasseff negou ter tratado qualquer tema relacionado à JBS com o procurador Augusto Aras e disse que não atuou junto à PGR em nome da J&F no fim de 2019.

 

A J&F informou que o escritório de Wassef não representa nem se manifesta em nome da companhia junto à PGR, que os serviços prestados foram em inquéritos na esfera policial e que esses serviços foram pagos com a emissão de notas fiscais. A empresa disse ainda que os valores e detalhes do contrato são protegidos por sigilo legal.

 

Frederick Wassef se apresentava como advogado do presidente Jair Bolsonaro e costumava frequentar o Palácio do Planalto. Ele também trabalhou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos filhos do presidente, no caso das chamadas "rachadinhas" (confisco de parcela dos salários de assessores do gabinete na Assembleia Legislativa do Rio).

 

Fabricio Queiroz, suposto operador do esquema das "rachadinhas" e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, foi preso pela Polícia Federal em uma casa de Wassef, em Atibaia (SP).

Brasil ultrapassa 117 mil mortes e 3,7 milhões de casos acumulados da Covid-19

 

Brasil ultrapassa 117 mil mortes e 3,7 milhões de casos acumulados da Covid-19
Foto: Reprodução / Handout

O Brasil chegou a 3.717.156 casos do novo coronavírus, nesta quarta-feira (26). Segundo o balanço do Ministério da Saúde, o país registrou 47.161 novos casos da doença nas últimas 24 horas.

 

Ao todo foram 117.666 mortes, com as novas 1.086 mortes em razão da Covid-19.

 

O balanço também trouxe 690.642 pessoas estão em acompanhamento e outras 2.908.848 já se recuperaram da doença.

 

Veja:

 

Foto: Ministério da Saúde

TCU pede revisão mensal de beneficiários do auxílio emergencial

 

TCU pede revisão mensal de beneficiários do auxílio emergencial
Foto: Reprodução / Poder360

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Cidadania passe a reavaliar mensalmente a condição dos beneficiários do auxílio emergencial federal pago a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados afetados pela crise decorrente da pandemia da Covid-19.

 

Proposta pelo ministro Bruno Dantas, responsável pelo terceiro relatório de acompanhamento da Corte em relação ao auxílio emergencial, a medida visa a evitar o pagamento da ajuda mensal de R$ 600 a R$ 1.200 (no caso das mães chefes de família) para quem deixar de precisar do benefício ou descumprir os pré-requisitos legais, como o que limita a concessão do benefício a dois beneficiários por família. Cerca de 1,31 milhão de pessoas foram excluídas do programa desde o início, de acordo com a Agência Brasil. 

 

“Questão relevante nesta fase de acompanhamento é a necessidade do Ministério da Cidadania verifique regularmente a elegebilidade dos beneficiários que estão recebendo o auxílio. Ou seja, é importante que o governo verifique se os beneficiários que, em março, preenchiam os requisitos para recebimento do benefício, permanecem nas mesmas condições de vulnerabilidade”, apontou Dantas em seu voto, lembrando que, segundo dados oficiais, cerca de 2 milhões de pessoas conseguiram se reinserir no mercado de trabalho desde o início da pandemia. “Este contingente, é claro, não mais precisa do auxílio emergencial”.

 

O ministro-relator disse estar ciente dos custos de reprocessar, mensalmente, os dados relativos a mais de 66 milhões de beneficiários, mas argumentou que, frente à possibilidade de se evitar fraudes, “os benefícios financeiros e moral justificam tal medida”. Dantas ainda determinou que, após nova análise dos dados, sejam excluídos os eventuais beneficiários que possuam emprego formal ou que sejam titulares de outros benefícios federais de natureza previdenciária, assistencial ou trabalhista.

 

Durante a leitura de seu voto, o ministro Bruno Dantas chegou a classificar o programa de auxílio emergencial como uma iniciativa “bem sucedida” na “redução transitória da pobreza”, mas destacou a importância de “correções”, a fim de evitar irregularidades, como a inscrição de mais 70 mil militares para receber o benefício indevidamente, “enquanto 3.3 milhões de pessoas carentes foram indevidamente excluídas do programa” que, até junho, de acordo com o ministro-relator, já havia desembolsado a R$ 167,610 bilhões, ou 66% dos R$ 254 bilhões de créditos extraordinários que o Congresso Nacional abriu em favor do Tesouro Nacional.

 

Dantas também destacou que, dos R$ 254 bilhões de créditos extraordinários abertos para o pagamento do auxílio emergencial, cerca de R$ 130 bi impactam diretamente a Dívida Bruta do Governo Geral (a soma dos débitos de responsabilidade dos governos federal, estaduais e municipais) que, segundo nota do Banco Central do fim de julho, saltou de R$ 5,61 trilhões em fevereiro deste ano, para R$ 6,15 trilhões em junho, o que equivale a 85,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

“É importante que o Ministério da Economia elabore estimativas do impacto dos juros que incidirão sobre o aumento do endividamento público decorrente do total das despesas extraordinárias com medidas de respostas à crise”, recomendou Dantas.

 

Único ministro a comentar o voto do relator, o ministro Walton Alencar fez críticas ao volume de problemas identificados. Dada a dimensão da iniciativa de ajuda emergencial, Alencar chegou a dizer que, “em termos de montante de fraudes, não há nada superior a este programa de benefício social”.

 

“Existem 5 milhões de brasileiros que desrespeitaram as regras do setor no sentido da limitação expressa na lei, de dois beneficiários [por família contemplada]. Há famílias com cinco, até seis beneficiários. Não há condição moral de suporte de algum programa social dentro do Brasil. As fraudes andam par e passo com o programa”, comentou Alencar. “É muita gente, é muita fraude. E isto é o que estamos vendo. Porque no interior do Brasil, há prefeitos com um cordel de beneficiários que eles mesmo catalogam e inserem. A fraude é inerente ao sistema. Se não houver um adequado processamento de informações, tudo está fadado ao escândalos”, acrescentou o ministro.

Em jogo marcado por expulsões, Vitória perde para o Ceará e é eliminado da Copa do Brasil

 

Em jogo marcado por expulsões, Vitória perde para o Ceará e é eliminado da Copa do Brasil
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

Não deu para o Vitória. Em jogo marcado por expulsões e confusões, o Leão perdeu por 4 a 3 para o Ceará, nesta quarta-feira (26), no Barradão, e deu adeus à Copa do Brasil.

 

Agora, o time rubro-negro concentra suas atenções para a Série B. O Leão volta a campo no sábado (29) para enfrentar o Paraná, às 16h30, no Barradão, pela sexta rodada da competição.

 

O JOGO
O Vitória iniciou o jogo em desvantagem, já que perdeu o duelo de ida por 1 a 0. Então, o time rubro-negro começou a partida pressionando. Logo aos sete minutos, Carleto cruzou para a área e Luiz Otávio desviou de cabeça. Porém, Léo Ceará ficou com a sobra e arrematou de primeira e fez um belo gol no Barradão.


Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

 

Aos 13, Vico invade a área, Fernando Prass chegou para dividir e derrubou o atacante rubro-negro. O árbitro não teve dúvidas e assinalou pênalti. Thiago Carleto cobrou com perfeição e fez 2 a 0 para o Vitória.
O Ceará só chegou com perigo aos 21. Samuel Xavier acionou Rafael Sóbis, que finalizou da entrada área e a bola foi para fora.

 

Depois de um desentendimento na área entre Léo Ceará e Charles aos 30 minutos, o árbitro deu cartão vermelho para os dois direto. Com isso, as duas equipes ficaram com 10 atletas em campo cada uma.

 

Aos 31, Vina cobrou escanteio com veneno, Ronaldo espalmou e Leandro Carvalho aproveitou a sobra e Guilherme Rend tirou. Os jogadores do Ceará reclamaram de gol, mas o árbitro ignorou os protestos.

 

Vico disputou bola com Leandro Carvalho na área, se jogou e tocou na bola com braço. O árbitro assinalou pênalti e ainda expulsou o atacante do Vitória por reclamação. Rafael Sóbis cobrou aos 39 e Ronaldo defendeu. Sobral também tentou o rebote e mais uma vez o arqueiro rubro-negro fez a intervenção.

 

Rafael Sóbis recebeu de William Oliveira aos 46, avançou na área e foi derrubado por Fernando Neto. Mais um pênalti para o Ceará. Vina cobrou e estufou às redes.

 

Após o fim do primeiro tempo, Paulo Carneiro, presidente do Vitória, invadiu o campo e fez ameaças ao meia-atacante Vina, do Ceará (saiba mais aqui).


Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

 

Segundo tempo

A etapa final começou quente. Aos cinco, Leandro Carvalho ficou com a bola. Ele cruzou na pequena área, Vina já estava preparado para finalizar, mas Carleto se antecipou e acabou jogando contra o próprio patrimônio. 

 

Aos 11, Thiago Carleto mandou para a área em cobrança de falta, a zaga do Ceará afastou e Gabriel Furtado ficou com a bola. Ele arrematou da intermediária na trave.

 

Aos 15, Vina desarmou Maurício Ramos e mandou para Fernando Sobral, que bateu cruzado e fez o terceiro do Ceará

 

O Vitória empatou aos 19.  Maurício Ramos fez o corte na área, Jonathan Bocão ficou com a sobra e finalizou. Fernando Prass espalmou e Jordy Caicedo aproveitou o rebote e estufou as redes.

 

O empate em 3 a 3 já garantia a vaga para o Ceará. Porém, o Vozão queria mais. Aos 43, após cobrança de escanteio, Samuel Xavier avançou e tocou para Lima, que girou, finalizou e deu números finais ao jogo. Ceará bateu o Vitória por 4 a 3.

 

Vitória 4 x 3 Ceará
Copa do Brasil - 3ª Fase  (jogo de volta)
Data: 26/08/2020 (quarta-feira)
Local: Barradão, em Salvador (BA)
Horário: 21h30
Árbitro: Paulo Roberto Alves Júnior (PR-CBF)
Assistentes: Luciano Roggenbaum (PR-CBF) e Luiz Souza Santos Renesto (PR-CBF)
Quarto árbitro: Emerson Ricardo de Almeida Andrade (BA-CBF)
Analista de campo: Jailson Macedo Freitas (BA-CBF)
Gols: Léo Ceará, Thiago Carleto  e Jordy Caicedo (Vitória); Vina, Fernando Sobral, Thiago Carleto (contra) e Lima (Ceará)
Cartões amarelos: Maurício Ramos, Vico e Thiago Carleto (Vitória) Fernando Prass, Guto Ferreira, Gabriel Lacerda e Mateus Gonçalves (Ceará)
Cartões vermelhos: Léo Ceará e Vico (Vitória); Charles (Ceará)

 

Vitória:Ronaldo; Jonathan Bocão, Gabriel Furtado, Maurício Ramos (Júnior Viçosa) e Thiago Carleto (Mateusinho); Guilherme Rend (Jordy Caicedo), Fernando Neto (Felipe Garcia) e Marcelinho (Jean); Rafael Carioca, Léo Ceará e Vico. Técnico: Bruno Pivetti.


Ceará: Fernando Prass; Samuel Xavier, Gabriel Lacerda (Tiago), Luiz Otávio e Bruno Pacheco; William Oliveira (Fabinho) e Charles; Fernando Sobral, Vina e Leandro Carvalho (Mateus Gonçalves); Rafael Sobis (Bergson). Técnico: Guto Ferreira.

Congresso promulga Fundeb e já discute regulamentação do fundo

 

Congresso promulga Fundeb e já discute regulamentação do fundo
Foto: Reprodução/ Jornal GGN

O Congresso Nacional promulgou, nesta quarta-feira (26), a emenda constitucional que torna o Fundeb permanente e aumenta o papel da União no financiamento da educação básica. Parlamentares e o governo federal já se debruçam sobre a regulamentação para garantir a operacionalização do fundo.

 

O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), declarou promulgada, às 11h51, a emenda constitucional numerada como 108, de 2020. "Hoje asseguramos na Constituição brasileira a perenidade da educação", disse Alcolumbre.

 

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, não participou da solenidade. A pasta não se pronunciou oficialmente sobre a renovação do Fundeb e, questionada, não explicou o motivo da ausência do ministro.

 

As novas regras começam a valer a partir de 2021. A deputada Professora Dorinha (DEM-TO) prometeu protocolar ainda nesta quarta projeto de lei para regulamentar a emenda constitucional.

 

São previstos mais de 20 pontos para regulamentação do Fundeb, além de lei complementar que vai definir o SNE (Sistema Nacional de Educação). Meta atrasada do Plano Nacional de Educação, o SNE vai consolidar a articulação entre os sistemas de ensino e é considerado imprescindível para dar eficiência os novos recursos.

O Senado concluiu nesta última terça (25) votação do Fundeb no Congresso ao aprovar, por unanimidade, o mesmo texto definido pela Câmara em julho.

 

Principal mecanismo de financiamento da educação básica, o Fundeb reúne parcelas de impostos e recebe uma complementação da União. O complemento é direcionado a estados e municípios que não atingem valor mínimo a ser gasto por aluno a cada ano.

 

Criado em 2007, ele tinha vigência até este ano e por isso precisou ser renovado. O complemento federal atual é de 10% —cerca de R$ 16 bilhões no ano— e passará para 23%, de modo escalonado, até 2026.

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ressaltou que o impacto para os cofres da União será gradual. Na sessão, ele falou que a escolha de priorizar a educação passa também pela vontade política para implementação.

 

"Quando decidimos que a educação é prioridade e precisa de mais recursos, é decisão da política colocar mais recursos em uma área sabendo que outras áreas terão menos prioridade. Essa foi a decisão quase unânime na Câmara e unânime no Senado", disse.

 

Além da alta na complementação, o texto traz inovações que exigem um aparato legal inédito. Haverá agora, por exemplo, um formato híbrido de distribuição de valores, separação de recursos da complementação direcionados à educação infantil e também por critério de melhoria da oferta educacional.

 

Segundo a deputada Professora Dorinha, o projeto de regulamentação será sucinto e deixará para outra lei alguns pontos, como a definição dos critérios de melhoria que farão jus ao recebimento de recursos destinados a esse fim. Essa regra passará a valer a partir de 2023.

 

"Até em virtude da pandemia e do pouco tempo que temos até o fim do ano, vamos definir o essencial e jogar para 2021 a atualização de outros critérios", disse a deputada.

 

Apesar da distância do governo Jair Bolsonaro (sem partido) no trâmite no Congresso, Dorinha disse que já tem mantido conversas com técnicos do MEC (Ministério da Educação) para as definições.

 

Em 2021, a complementação da União chegará a 12%, o que vai significar um incremento de R$ 3,2 bilhões —o recurso deve estar no orçamento do próximo ano.

 

Questionado, o MEC informou que diferentes áreas do ministério têm trabalhado para "viabilizar a adequação dos parâmetros operacionais do novo modelo de financiamento". A pasta ressalta que dialoga com o Congresso para a regulamentação.

 

O texto final previu o CAQ (Custo-Aluno Qualidade) como padrão mínimo de qualidade da oferta escolar. O CAQ é um dispositivo que indica o financiamento necessário para chegar ao padrão a partir da realidade de cada escola, como escolas com quadras e laboratórios, quadra e número adequado de alunos por sala. O que significa mais investimentos.

 

A regulamentação do CAQ deve ocorrer, segundo Dorinha, no projeto de lei complementar do Sistema Nacional de Educação, já sob relatoria do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE).

 

"O sistema vai dar eficiência ao gasto. Ações de formação de professores, seleção, concursos e transporte escolar são pautas que podem ser feitas em conjunto", diz Idilvan. "Aumento de recurso é importante, mas o sistema é fundamental na eficiência".

 

Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, diz que a inclusão do CAQ representa uma escolha política pela priorização da qualidade da escola pública e da valorização dos profissionais da educação. A regulamentação, diz, precisa "ocorrer com aprofundamento devido e necessário".

 

O movimento Todos Pela Educação elencou 20 pontos ligados à operacionalização do novo modelo, que envolvem, por exemplo, a fiscalização e ponderações de valores por aluno por etapa, modalidade e nível socioeconômico.

 

Também há outros cinco elementos que devem ser definidos por leis complementares, como novas regras para o piso salarial do magistério, além do CAQ.

 

"O desafio agora é termos profundidade, em pouco tempo de discussão, para garantir a operacionalização do Fundeb", diz Lucas Hoogerbrugge, gerente de Estratégia Política do Todos Pela Educação. "A PEC traz uma série de novidades, haverá necessidade de criar coisas do zero".

 

Com relação ao sistema híbrido de distribuição, os recursos equivalentes aos 10% atuais da complementação continuam sob as mesmas regras (a partir da realidade dos estados e de respectivos municípios).

 

Dos recursos extras, 2,5% vão para municípios que obtiverem bons resultados. O texto prevê o cumprimento de condições de gestão, com melhora em atendimento e redução de desigualdades, cujo formato depende da regulamentação.

 

Os 10,5% restantes serão distribuídos com base no gasto municipal (o que atinge cidades pobres em estados mais ricos. Metade desses recursos (5,25%) terá de ser investido na educação infantil, o que foi proposto pelo governo.

 

A expansão do Fundeb vai possibilitar uma alta de 55% no gasto mínimo por aluno no país, chegando a R$ 5.679,90 em 2026.

 

A alta nos recursos vai permitir tirar 46% dos municípios de uma situação crítica de financiamento. A expansão atingirá 17 milhões de alunos. A rede pública soma 38 milhões de matrículas da educação básica.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Assista o Prefeito de Serrinha Adriano Lima

 

Economia Estados e municípios poderão pegar mais R$ 6 bi em empréstimos

 

Economia Estados e municípios poderão pegar mais R$ 6 bi em empréstimos
Foto: Reprodução / Agência Brasil

Os estados e os municípios poderão contrair mais R$ 6 bilhões em empréstimos no sistema financeiro. Em reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta segunda-feira (24) a elevação do limite de crédito dos governos locais para 2020.

 

Com a decisão, o limite global de contratação de operações de crédito pelos governos locais passou de R$ 12 bilhões para R$ 18 bilhões. Desse total, o teto das operações com garantia da União, quando o Tesouro Nacional cobre eventuais inadimplências, passou de R$ 4,5 bilhões para R$ 7,5 bilhões. O limite das operações sem garantia do governo federal subiu de R$ 7,5 bilhões para R$ 10,5 bilhões, segundo a Agência Brasil. 

 

A União tem um limite de contratação de crédito de R$ 400 milhões, que não foi alterado nessa reunião. Dessa forma, o teto total de operações de crédito pelos três níveis de governo – federal, estadual e municipal – subiu de R$ 12,4 bilhões para R$ 18,4 bilhões.

 

A medida não tem impacto fiscal para a União, porque as mudanças valeram para os entes públicos locais. Em nota, o Ministério da Economia informou que o novo limite está alinhado com a projeção de resultado primário para os estados e os municípios e a meta de resultado para as empresas estatais federais, conforme estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020. No início do ano, o governo decidiu zerar a meta fiscal para os governos locais.

 

Por causa do estado de calamidade pública aprovado no início da pandemia do novo coronavírus, o governo federal está dispensado de cumprir meta de primário em 2020. O resultado primário representa o déficit ou o superávit nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

 

Todo ano, o CMN fixa valores máximos que a União, os estados e os municípios podem pegar emprestado no sistema financeiro. A utilização desse limite poderá ser acompanhada pelas instituições que integram o sistema financeiro e pela sociedade, por meio do site do Banco Central.

 

Essa é a segunda vez em 2020 em que o CMN eleva os limites de crédito para estados e municípios. A última vez em que o teto foi reajustado tinha sido em junho.

Retomada na Uesb prevê auxílio para alunos e formação digital para professores

 

Retomada na Uesb prevê auxílio para alunos e formação digital para professores
Foto: Reprodução/Google Maps

Com aulas suspensas desde 19 de março devido a pandemia da Covid-19, a comunidade acadêmica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) se prepara para retomar as aulas de modo remoto. O protocolo de volta às atividades inclui planos em três vertentes para possibilitar que alunos e professores se adaptem à nova realidade. Entre eles um auxílio para compra de equipamentos e dados móveis para estudantes em situação de vulnerabilidade socieconômica; formação de professores; e a definição de datas e do novo calendário acadêmico, conforme explica o pró-reitor de graduação da instituição Reginaldo Pereira.

 

"Uma comissão elaborou o plano de acessibilidade e inclusão digital dos alunos da Uesb; a segunda o plano de formação dos professores em tecnologia digitais; e a terceira a minuta de resolução para regulamentar o ensino remoto", disse Pereira. 

 

O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) vai apresentar os relatórios das comissões nesta nesta quarta (26) e quinta-feira (27), e na ocasião será definida a data de retorno das aulas para conclusão do semestre 2019.2. 

 

Os 7,2 mil alunos com matrículas ativas e professores dos três campus da Uesb, Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, vão terminar o semestre de modo remoto, através de atividades online. As aulas presenciais ainda não têm previsão de retorno.

 

Reginaldo explica que o plano de inclusão de acessibilidade dos alunos tem como foco aqueles universitários em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A ideia, que ainda será deliberada pelo Consepe e a comunidade acadêmica, prevê a oferta de bolsas para compra de equipamentos, como computadores e tablets, além de um recurso para bolsa de auxílio para aquisição de dados móveis. 

 

"Além disso estamos preparando toda a equipe para apoio psicossocial desses alunos, professores, se necessário, e para estudantes nossos que possuem deficiência. Está tudo nesse plano", completa o pró-reitor de graduação. 

 

O trabalho da segunda comissão foi o de elaborar um plano de formação de professores. Ele prevê um curso com carga horária de 80 horas com atividades online. O objetivo é tornar familiar aos professores o uso da tecnologia e das ferramentas digitais nas aulas e avaliações. "Cerca de 55% dos professores responderam um questionário nosso indicando que tem interesse em fazer esse curso de formação para aprender a lidar com o ambiente virtual de aprendizagem", disse Reginaldo.

 

A Uesb adotou a plataforma G Suíte, do Google for Education, que permite criação de salas de aula, fóruns, videochamadas e outras ferramentas. Mas os professores que sentirem vontade poderão adotar outras ferramentas.

O que impede o Brasil de dividir as riquezas através de um projeto de renda básica? Saiba

 

O que impede o Brasil de dividir as riquezas através de um projeto de renda básica? Saiba
Foto: Reprodução

A pandemia do novo coronavírus lançou luz sobre uma série de questões sociais e econômicas que margeavam o debate político no Brasil. Dentre elas está o debate sobre a adoção de uma política de renda básica no país. A proporção que tomou o auxílio emergencial de R$ 600, política implementada como apoio a trabalhadores informais, desempregados e pessoas de baixa renda durante a pandemia demonstra que o tema não pode permanecer limitado ao campo teórico. 


Diferente de um programa de renda mínima, que prevê auxílio a determinado grupo ou grupos sociais, mas age de forma setorizada, a exemplo do Bolsa Família, uma proposta de renda básica tem também como objetivo combater a pobreza, mas o motivo fundamental tem como base a ideia de que a riqueza de uma nação é resultado de uma construção coletiva, portanto, deve ser dividida entre todos os cidadãos, de forma universal.


Estudioso do tema, Fabio Waltenberg, professor do curso de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), avalia que o impedimento para que o Brasil atual idealize um projeto macro de renda básica está muito mais atrelado à questões do campo político. “Do ponto de vista do orçamento, partindo do que se investe em programas como o Bolsa Família, que é extremamente baixo, o Brasil teria condições de duplicar, triplicar o investimento, mas para fazer isso algumas reformas são necessárias. Seria preciso tributar mais os milionários, lucros e dividendos, tributar as grandes fortunas, heranças”. 


“Tira dos muitos ricos. Não estou falando de classe média, mas dos muitos ricos. Tiraria um pouquinho deles e conseguiria financiar.  O Bolsa Família custa R$ 35 bilhões por ano. Você conseguiria chegar até R$ 100 bilhões, eventualmente R$ 120 bilhões, e ter um programa um pouco mais amplo, mais generoso também”, explica o especialista. 


A dificuldade, aponta Waltenberg, é o poder político que desproporcionou o que esses agentes afortunados da sociedade detêm. 


“Então, têm um Congresso favorável à eles, um governo de modo geral favorável aos seus interesses, controlam a mídia. Basta falar em reforma tributária que traga mais justiça fiscal, uma reforma progressiva, que, no mesmo momento, vem que se tributar fortuna vai criar uma fuga de investimento, vai todo mundo embora, tudo vai acabar.” 


Para exemplificar o entrave, ele toma como exemplo as discussões em torno do Renda Brasil, programa pelo qual o governo federal deve substituir o Bolsa Família após finalizar o período de aplicação do auxílio emergencial. 


“Temos então os dois problemas. O econômico nem é tão grave porque é possível equacionar, mas o político é difícil porque é mexer com interesses muito grandes. Tanto é isso, que agora na discussão da renda que vem depois do auxílio emergencial tem algumas propostas que são um pouco perigosas. A proposta de acabar com o abono salarial, acabar com o seguro-defeso, com alguns programas que já existem e aí pega esse dinheiro e joga para dentro do Renda Brasil porque vai aumentar”. 


Na verdade, diz Waltenberg, está se retirando de pobre para dar para o pobre ou de quase pobre para pobre. “O interessante é se fosse lá no 1% mais rico. Mas realmente esbarra em uma situação que muito difícil politicamente diante do poder desproporcional que essas pessoas têm. A estrutura de poder é o que torna difícil avançar nesse sentido”, sugere.


Diferente de Waltenberg, o economista e coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, acredita que as questões orçamentárias denotam o principal entrave para um avanço brasileiro numa perspectiva de criação de uma renda básica de caráter universal. 


“O entrave sempre vai ser sempre econômico. Do ponto de vista político, ninguém seria contra a existência de uma renda universal básica, embora eu particularmente acredite que o processo tem que ser focalizado, como é o Bolsa Família. A gente tem que focalizar políticas assistenciais no país”, defende Balistiero. 


Para ele, a grande questão de universalizar é a não existência de orçamento para isso. “Uma política focalizada custa pouco e é mais efetiva. O Bolsa Família custa 1% ou 2% do PIB. Se você acabar com o Bolsa Família você não resolve nenhum problema fiscal do país. É um programa de ampla repercussão social é que não custa nada diante do todo e de fato chega em quem mais precisa”, especifica.
 

“Toda essa discussão que está ocorrendo agora, ela é muito mais política do que econômica. É política porque temos um programa de renda mínima no Brasil há bastante tempo, que depois foi unificado com o Bolso Família. O Bolsa Família é um programa bom, reconhecido internacionalmente, que afeta 50 milhões de pessoas, ¼ da população brasileira, e permite que a pessoa deixe uma situação de extrema pobreza para uma situação que consegue ter uma condição mínima de vida.” 


DEBATE NO LEGISLATIVO

Em julho deste ano, o Congresso criou a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica. O colegiado conta com 217 membros, entre senadores, deputados federais e membros da sociedade civil, de acordo com publicação da Câmara dos Deputados. O grupo é presidido pelo deputado João Campos (PSB-PE). O requerimento para criação da frente foi assinado por 205 congressistas. 


O requerimento de criação da frente afirma que é “uma iniciativa de deputados federais e senadores que visa o estudo, desenvolvimento e aprovação de uma proposta de política pública de proteção social nos moldes de uma renda básica que possa articular universalização com equidade e garantir proteção à população afetada pela crise econômica decorrente da pandemia da COVID-19”. 


Um dos 205 congressistas a assinar o requerimento para criação da frente e membro do colegiado, o deputado federal baiano Afonso Florence (PT) destaca que o debate é muito importante e a organização da estrutura do Legislativo “muito necessária, já que tem havido um desmonte nos programas de assistência social”. 


O parlamentar aproveita para criticar o que chama de “desmonte do Bolsa Família”, já que deverá será substituído por uma nova proposta que vem sendo elaborada pela equipe econômica do governo Bolsonaro. 


“O programa do Bolsa Família já tem uma cobertura ampliada, tem flexibilidade para combater a extrema pobreza, trabalha sob as diferentes variáveis, por jovens, por crianças. Trabalha com o conceito de renda familiar por pessoa. Ele é variável de acordo com a renda”, pontua o parlamentar, ressaltando que se insere como uma proposta de renda mínima. 


Para Florence, no entanto, o campo da política é tem lugar central no impedimento de avanços ou elaboração de novas propostas. Relaciona como forma de concretizar sua fala as discussões da PEC 187, que está no Senado. “O governo que usar os fundos, o superávit das operações do Banco Central para pagar dívida pública”. 


“O assunto é político porque quando faz um renda mínima, como exemplo do Bolsa Família, a pessoa mais pobre não trabalha pela valor do salário só para cobrir as necessidades materiais. Representa mais cultura, mais acesso aos bens, ao celular, ao tablet, roda a economia. O problema é que a elite do atraso que as pessoas com uma condição de vida muito aviltadas para venderem sua força de trabalho para que tenham muito lucro. A questão não é orçamentária. Tem dinheiro nos fundos, mas eles querem pegar os mais de R$ 1,2 trilhão, que é a soma total, para pagamento da dívida. Tem dinheiro que não gasta na saúde e na educação que não gasta por conta do teto dos gastos”, analisa Florence.

 

A EXPERIÊNCIA DE MARICÁ 

A cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, foi a primeira cidade brasileira a consolidar e sustentar de forma equilibrada um programa de renda básica, denominado Programa Renda Básica de Cidadania (RBC). O projeto é operacionalizado pela Secretaria de Economia Solidária do município e garante aos que moram na cidade há pelo menos três anos uma renda mensal. 


Durante a pandemia, o valor de R$ 130 foi ampliado para R$ 300. O valor é pago em Mumbucas, moeda digital de circulação restrita a Maricá, e um em cada quatro habitantes do município é beneficiário. Atualmente, são 42,5 mil. A Mumbuca é administrada por um banco comunitário chamado Banco Mumbuca e só pode ser utilizada na cidade de Maricá, através de um cartão ou um aplicativo de celular.


Além da renda disponibilizada aos habitantes, a proposta contempla ainda um programa de microcrédito de apoio ao setor da economia solidária, além de bolsas e contas de poupança para estudantes da rede pública; apoio financeiro para estudos em instituições privadas de ensino superior;  um sistema de transporte público gratuito nos limites da cidade; uma ampla renda básica de 300 mumbucas por mês para residentes indígenas, um fundo soberano, criado em dezembro de 2017 e capitalizado por royalties de petróleo, com a intenção de garantir a perpetuidade desses programas.


A experiência de Maricá é objeto de estudo de um grupo de pesquisadores, sob coordenação do professor Fabio Waltenberg. 

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