Nascido em Salvador, o atacante Fernando Pedreira, do Kitchee, conhecido como Nando, iniciou o seu processo de naturalização para se tornar cidadão honconguês e assim poder defender a seleção de Hong Kong.
O jogador já está há sete anos no território, o que já o credencia para se tornar cidadão honconguês. No entanto, ele precisa abdicar da nacionalidade brasileira, pois a região administrativa da China não permite dupla nacionalidade.
De acordo com Fernando, ele já ingressou com pedido no Itamaraty para abrir mão do registro oficial de brasileiro.
“Já comecei o processo no Brasil. Preciso desistir do passaporte brasileiro para poder adquirir o passaporte de Hong Kong, assim como é na China”, relatou Fernando, em entrevista ao Bahia Notícias.
Foto: Divulgação/ Kitchee
O atacante revelou que já existiram conversas iniciais sobre defender a seleção de Hong Kong. “Tenho sete anos aqui em Hong Kong e já fui sondado. Para isso, preciso fazer o processo de abrir mão da nacionalidade brasileira. Gostaria muito de representar Hong Kong. Foi aqui que tive oportunidade de mudar a minha vida e da minha família. Sou muito grato ao povo de Hong Kong, que me acolheu muito bem”, destacou.
Quando desembarcou na região no ano de 2013, Fernando passou por dificuldades. “O início não foi fácil, passei por alguns apertos quando cheguei. Morei em um apartamento minúsculo. Quando minha esposa veio, passamos para um pouco maior, de 15 metros quadrados, que ainda assim é pequeno. Graças a Deus as coisas foram melhorando, tivemos nosso filho aqui e hoje moramos em uma casa com espaço suficiente. Estamos totalmente adaptados à cultura e aos costumes do país. Hong Kong é maravilhoso”, comentou.
Segundo Fernando, o futebol de Hong Kong tem evoluído satisfatoriamente nos últimos anos. “Aqui tem melhorado muito. A Liga teve mais visibilidade depois que Forlán [em 2017] veio jogar aqui. Uma pessoa simples e de qualidade fora do normal”, pontuou.
Por conta do coronavírus, o futebol está suspenso no território. Fernando contou como tem sido a rotina em meio à pandemia. “A Covid-19 afetou o país de várias formas e no futebol também. Estamos sem jogar desde março. Em junho teve um tempo sem nenhum caso e a vida já estava voltando ao normal, mas nas últimas semanas os casos reapareceram e com números muito maiores que antes. Espero que volte a baixar, pois os treinos pararam novamente e não existe previsão. Hong Kong tem um cuidado muito grande com a saúde de todos. Desde o início todos usam máscara. É raro encontrar alguém sem máscara aqui desde janeiro. Quando voltamos do Brasil, tivemos que fazer a quarentena de verdade, com GPS no pulso para não sairmos de casa de maneira nenhuma. No aeroporto, você faz o teste de saliva. Se der positivo, você vai direto para o hospital, mesmo se não tiver nenhum sintoma”.
Foto: Arquivo pessoal
No Brasil, Fernando passou por clubes como Jacuipense, Juazeiro, CRB, Ceilândia-DF e Madre de Deus. Em Hong Kong, ele atuou no primeiramente no Citizen e na sequência no Yokama FC. Desde 2015, ele defende o Kitchee.
“Me sinto muito bem em Hong Kong. Quero agradecer a Stefan [atacante do Biu Chun Rangers]. Ele é meu amigo e me indicou para cá. E também a Jorginho Carvalho [ex-Corinthians e que era auxiliar do Citzen) e meu empresário Alexandre [da Costa Rosa] que também viabilizou minha transferência para Hong Kong. Sou grato a todos que me ajudaram”, finalizou.
Fernando é ídolo no Kitchee. Lá ele conquistou os seguintes títulos: League Cup (2015/16), FA CUP (2017/18 e 2018/19), Community Cup (2017/18 e 2018/19) e Hong Kong Premier League (2017/18). O jogador também coleciona prêmios individuais como atleta do ano em Hong Kong na temporada 2016/2017 e o mais valioso na Sapling Cup 2017/18.
Foto: Divulgação/ Kitchee
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