sexta-feira, 16 de outubro de 2020

BA tem 71% mais indígenas que SC, mas recebe 25% menos verba para combate à Covid

 

BA tem 71% mais indígenas que SC, mas recebe 25% menos verba para combate à Covid
Foto: Reprodução / Resenha Notícias

Durante a pandemia do novo coronavírus, a Fundação Nacional do Índio (Funai), destinou valores aos estados brasileiro para o combate e prevenção da Covid-19 entre a população indígena. A Bahia é terceiro estado com maior número de autodeclarados índios, mas recebeu 25% a menos do valor pago a Santa Catarina, apesar de ter 71% a mais de índios em seu território.

 

Os dados obtidos via Lei de Acesso a informação (LAI) pelo Bahia Notícias apontam que o estado do sul do país teve R$ 1.162.219,62 em despesas pagas, divididas em duas unidades gestoras. Já a Bahia recebeu R$ 881.417,26, também em duas unidades gestoras, desde abril, quando o governo federal começou a destinar verbas para o combate à pandemia entre indígenas até o dia 8 de outubro de 2020. 

 

Em números gerais, de acordo com o último censo do IBGE, em 2010, vivem na Bahia 56.381 indivíduos, representando 16 grupos étnicos, o que totaliza 6,9% da população indígena brasileira. Já em Santa Catarina, também segundo o IBGE, são 16.041 índios, que correspondem a 2% da população nacional. Enquanto a Bahia é a terceira no ranking, neste quesito os catarinenses aparecem na modesta 15ª posição. Contudo, nos investimentos, as posições se invertem. Santa Catarina aparece em quinto, enquanto a Bahia é a sexta colocada.

 

Foto: IBGE

 

Outra unidade da federação com menor população a receber valor maior que a Bahia foi o Mato Grosso. O estado do Centro-Oeste teve R$ 2.866.755,37em despesas pagas, 30% a mais que a Bahia, que possui 13.843 índios a mais. O total pago pelo governo Bolsonaro para controle do coronavírus junto a indígenas aos 27 estados brasileiros e o Distrito Federal foi de R$ 18.432.228,73 até este mês.

 

Até esta quinta-feira (15), oito indígenas morreram na Bahia em decorrência da Covid-19. Este número contabiliza todo o período da pandemia. O total de infectados é de 1.394 indígenas no estado. A quantidade representa 0,42% do número total de infectados pelo vírus na Bahia. Estes indígenas estão distribuídos em 36 aldeias ou regiões, segundo dados disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

 

Foto: Sesab

 

Além dos estados citados, receberam a verba para o combate ao novo coronavírus Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, São Paulo, Tocantins, Maranhão, Distrito Federal, Ceará e Amazonas.

 

DETALHAMENTO DA BAHIA
O estado recebeu aporte federal por meio de duas unidades gestoras, que são chamadas de coordenações regionais. A primeira é do Baixo São Francisco, situada em Paulo Afonso, que divide sua jurisdição os índios do norte e oeste da Bahia e alguns povos de Pernambuco. 

 

A entidade recebeu R$ 417.874,03 da Funai. Na apresentação contida no site da Funai, a coordenação estima que atende 44.369 mil índios, distribuídos em 44 terras indígenas e com 17 etnias distintas, sendo: Tuxá, Kiriri, Kaimbé, Pankaru, Atikun, Fulni-ô, Payayá, Pataxó, Xacriabá, Pankararu, Pankaiwká, Truká, Tumbalalá, Xucuru-Kariri, Pankararé, Kantaruré e Kambiwá.

 

A segunda associação baiana a receber recursos da União é a Coordenação Regional do Baixo Sul, que obteve um aporte de R$ 463.543,23, e tem sede em Eunápolis. Com uma população estipulada de 18.127 indivíduos, esta coordenação tem como unidades subordinadas as Coordenações Técnicas Locais de Itamaraju, Porto Seguro I (Santa Cruz Cabrália) e Porto Seguro II, Prado, Itabuna, Ilhéus, Pau Brasil e Camacan. As etnias Tupinambá de Olivença, Tupinambá de Belmonte, Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe habitam tradicionalmente esta região em Terras Indígenas (TI) denominadas de Águas Belas, Fazenda Bahiana, Caramuru-Paraguassu, Tupinambá de Olivença, Tupinambá de Belmonte, Coroa Vermelha, Mata Medonha, Imbiriba, Barra Velha (Aldeia Mãe), Aldeia Velha e Cahy Pequi, além de outras que estão em estudo.

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