Os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Salvador cresceram acima da meta estabelecida pelo Ministério da Educação desde a edição de 2007 para o 4º e 5º ano. Para a 8ª série/ 9º ano, a cidade voltou a ultrapassar a meta em 2019, após três edições não ter atingido o número. As notas, todavia, são aquém da demanda por melhor qualidade no ensino infantil e fundamental na capital baiana. Parte dos investimentos do próximo gestor ou gestora devem se concentrar em aumento do número de vagas de creches e também do ensino de tempo integral. Conheça as propostas dos candidatos a prefeito para a área de educação:
BACELAR (Podemos):
"Está aprovado que as mães têm papel fundamental no desenvolvimento educacional dos filhos. Elas dedicaram 30% do tempo para a educação dos filhos quando o homem dedica apenas 10%. Vamos fazer um projeto de educação integrada, com comunidades educadoras. Onde a escola será o centro da vida comunitária. E faremos o acompanhamento individual dessa criança no ambiente familiar. Não só para acompanhar o desenvolvimento da criança, mas para verificar e apontar soluções para os problemas familiares. Outro grande projeto é a educação em tempo integral. Onde a educação deu certo é onde tem tempo integral. E nós precisamos transformar a rede de Salvador, de uma educação de quatro horas diárias, para uma educação com a carga horária de mais de sete horas."
BRUNO REIS (DEM):
"Melhorar a qualidade e universalizar o acesso para a creche, para crianças de dois a três anos. Tendo em vista que já universalizou a educação infantil de 4 a 5 anos. Vamos seguir reduzindo a distorção entre idade e ano, no Programa Acelera, em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Vamos seguir reduzindo a evasão escolar através do programa Agentes da Educação. E nós vamos alfabetizar até o segundo ano do ensino fundamental todas as crianças com seis anos de idade. Quando a criança começa bem, ela vai terminar bem."
CEZAR LEITE (PRTB):
"Nós temos o desejo de formar convênios com o governo federal para trazer as escolas cívicos militares. A parte de docência será feita pelos civis professores, para instruir de forma qualificada principalmente em portugues e matemática e a gestão feita pelas Forças Armadas, para trazer a disciplina e a ordem. Precisamos colocar nessa linha. Com Salvador travada por 7 meses, muitas escolas infantis da periferia fecharam. Esses alunos que eram pagos pelo pais, vão para a escola pública, vai ter uma onda. Precisamos ter voucher para absorver esses alunos. Teremos essa meta. Vamos discutir o cenário da educação domiciliar. E vamos inserir creches bilíngues para crianças surdas, pois ela perde uma janela de aprendizado de 12 anos. Elas precisam ser alfabetizadas mais cedo."
HILTON COELHO (PSOL):
"Romper o cabo de guerra entre as educadoras e educadores e a gestão municipal. Para nós, suspender essa lógica da afirmação e reafirmação de pacotes é importantíssimo. Temos que substituir isso pela afirmação das diretrizes pedagógicas de um plano real de reestruturação e ampliação da rede, que pegue das creches ao fundamental II, e a discussão da carreira da educação. Esse debate será feito numa grande conferência, que, ao final, vai eleger o secretário ou a secretária de Educação, com um plano construído pela cidade."
MAJOR DENICE (PT):
"Educação é fundamental para pensar na sociedade do futuro e, por isso, eu estou construindo e aumentando o número de vagas nas creches, além de consolidar a parceria da prefeitura com mais creches comunitárias. Em paralelo a isso, dobrar o número de escolas para estar em tempo integral. Essas escolas estão acolhendo essas crianças para iniciar o seu processo de construção deste novo homem ou dessa nova mulher na nossa cidade, e também vai gerar um pouco mais de autonomia a essas mulheres. Trabalhar também como a escola de formação do servidor para acompanhar esse servidor da educação e das outras áreas também, mais em específico da educação nesta situação."
OLÍVIA (PCdoB):
"Nós vamos implantar uma rede municipal de creches públicas e municipais sob o comando da prefeitura, com equipe que vai garantir um trabalho decente nessas creches. Isso faz com que a educação chegue mais cedo na vida infância mais pobre da população de Salvador e, ao mesmo tempo, contribui com a emancipação das mulheres que vão poder trabalhar sabendo que suas crianças estarão protegidas. Vamos implantar também uma rede integral e integrada, com esporte, cultura e garantir o programa “Dever de Casa”, que é uma tutoria para que os adolescentes do ensino fundamental possam ter esse suporte para as suas atividades escolares. Também vamos implantar o programa de educação de jovens e adultos em um novo modelo, garantindo os cursos profissionalizantes e qualificação de mão de obra em paralelo com o aprendizado dos conteúdos escolares."
PASTOR SARGENTO ISIDÓRIO (Avante):
"A questão da educação passa pelas crianças. O filho de rico com uma hora é capaz de falar 11 mil palavras, o filho de um pobre na mesma hora é capaz de falar duas mil palavras. Então, a diferença é grande. Salvador precisa ter creches ampliadas. Nós temos aí padres com espaços nas suas paróquias que podem alojar um bocado de criança por meio de um convênio, de uma parceria. Nós temos pastores e centros espíritas e até terreiros que tem área privilegiada e às vezes só funciona na hora do culto deles. Dez por cento de utilização desses templos ficam subutilizados.Padre que sabe que tem lá a copa, tem cozinha, tem tudo, sabe o que eu to dizendo. Então, a prefeitura vai, tecnicamente, depois de ouvir Ministério Público, a Procuradoria e a própria Câmara [Municipal de Vereadores], vai estabelecer esse convênios imediatos para retirada de crianças ali mesmo no bairro. Eu não abro mão de que a gente amplie a escola integral para que os meninos estudem num turno e no outro vá aprender folclore, vá aprender cultura, vá fazer qualquer tipo de esporte porque isso desencaminha das drogas. Respeitar, valorizar os professores, conversar com eles. Se possível, ter um secretário de Educação da própria prefeitura. Eu devo trabalhar com muito funcionário efetivo que está lá dentro porque os prefeitos passam, os cargos efetivos ficam, a gente tem de aproveitar esse povo."
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