Com participações importantes em estudos de vacinas contra a Covid-19, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) têm enfrentado dificuldades financeiras durante a pandemia do coronavírus. A chegada da doença agravou o cenário com o "subfinanciamento" e falta de recursos para instituições como a Osid. O aumento no preço de materiais hospitalares e a necessidade de adaptar as unidades de saúde no período deixou as contas no vermelho.
Ao todo, 83 hospitais filantrópicos e Santas Casas da Bahia enfrentam dificuldades. A luz no final do túnel pode ser a aprovação de um projeto no Congresso Nacional para a liberação de recursos para as entidades deste tipo em todo o país. Em setembro, as instituições já haviam sinalizado que não conseguiriam pagar as contas de 2021 se o aporte não chegar.
Ao Bahia Notícias, o deputado baiano, Antônio Brito (PSD), aponta que o projeto deve entrar em pauta de votação na Câmara e ser aprovado entre esta semana e a próxima.
"É um projeto que inclui para as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos R$ 2 bilhões este ano, porque já foi feito o mesmo ano passado. Esse projeto já foi aprovado em regime de urgência, já foi aprovado no Senado e agora só falta aprovar na Câmara para ir para sanção do presidente da República. Eu estive nessa semana conversando com o presidente Arthur Lira (PP) para ver como está o andamento disso e incluir na pauta dessa semana de votação", sinalizou Brito.
"Por parte da área econômica do governo eles alegam a falta de recurso, mas isso tem sido feito empenhado pelo ministro [Marcelo] Queiroga, tem sido dirigente e decisivo, também o ministro João Roma. Deverá destravar e esse projeto deve ser aprovado no mais tardar nessa ou na próxima semana", acrescentou o Congressista.
A possibilidade foi comemorada pela superintendente da Osid, Maria Rita Lopes Pontes. De acordo com ela, o destino de uma eventual chegada de recursos seria o pagamento de um programa de gestão hospitalar e despesas que foram assumidas pelas Obras.
"Muita alegria porque a gente atravessa dificuldades principalmente final de ano com os compromissos que temos. É uma excelente notícia, dá um alívio principalmente nesse período de pandemia com todas as dificuldades que todos os filantrópicos estão atravessando. A gente fica muito feliz", contou Maria Rita ao BN.
Segundo levantamento, as Santas Casas e hospitais filantrópicos são responsáveis por mais da metade dos atendimentos de alta complexidade prestados pelo SUS em todo o país. A cada cinco procedimentos deste tipo realizados no Brasil, três (60%) são feitos em unidades como essas.
Na Bahia a proporção é ainda maior. Essas entidades respondem por 75% dos atendimentos de alta complexidade. Em relação à média complexidade o índice já foi de 51%, mas nos últimos três anos vêm caindo. Segundo Dora Nunes, presidente da Federação das Santas Casas de Hospitais Filantrópicos da Bahia, a implantação das Policlínicas Regionais de Saúde contribuiu para que as unidades filantrópicas passassem a responder pelos atuais 40% dos procedimentos deste tipo.
A OSID NA PANDEMIA
Em julho deste ano as Obras Sociais Irmã Dulce foram incluídas em uma parceria para estudo da vacina anti-Covid para contribuição com testes clínicos do imunizante da farmacêutica Sanofi Pasteur no Brasil (leia mais aqui).
A parceria para condução do estudo foi feita com o Centro de Pesquisa Clínica (Cepac) da Osid com previsão de 37 voluntários participantes. À época, a instituição informou que o protocolo clínico necessitava da aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Antes, em julho do ano passado, as Obras também participaram de testes conduzidos pelo laboratório americano Pfizer em parceria com a BioNTech. Os estudos aconteceram no Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) (leia mais aqui).
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