Em 2021, uma mulher foi violentada a cada cinco horas. As informações são do novo boletim da Rede de Observatórios da Segurança, que analisou dados de cinco estados monitorados a partir do que é veiculado na imprensa: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. No ano em que a Lei Maria da Penha completa 15 anos, foram registrados 1.975 casos de violência contra a mulher.
A rede tipifica a violência contra mulher em 10 categorias, entre elas feminicídio, tentativa de feminicídio, ameaça/agressão e violência sexual/estupro. A Bahia ocupa o quarto lugar em número de casos registrados. Foram 200 episódios de violência contra a mulher, uma queda de 31% em relação ao ano anterior.
Na região Nordeste, a Bahia lidera o número de registros de violência sexual, com 29 casos computados. Vale lembrar que o número pode ser ainda maior, já que muitas vítimas não realizam a denúncia por medo e vergonha.
Quando falamos somente de feminicídio, o estado registrou 66 casos em 2021, seis a mais que no ano anterior. Em 65% dos casos, os autores eram companheiros ou ex-companheiros das vítimas. As principais motivações, segundo o relatório, são discussões (21%), términos (14%) e ciúmes (8%). Na Bahia, nove casos foram atrelados a “suposta traição”.
A Rede de Observatórios também monitora números de transfeminicídio, o assassinato de mulheres trans. Foram 27 violências do tipo, mas a Bahia não registrou nenhum caso. Os pesquisadores avaliam que isso pode ser resultado da invisibilidade dos casos na mídia.
Cerca de 85% dos crimes veiculados nos jornais não trazem informação sobre a raça da vítima de violência. Mas, se esses casos forem desconsiderados, mulheres negras representam 50,7% dos registros, seguido por mulheres brancas (48,6%) e indígenas (0,7%).
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