Desde que chegou ao Vitória, João Burse não perdeu. Foram quatro jogos na Série C do Brasileirão, com três triunfos e um empate. O desempenho deu ao Leão a chance de brigar novamente pelo G-8 da competição. Neste momento, a equipe ocupa a 10ª colocação, com 21 pontos, um a menos que o Aparecidense, oitavo colocado. A receita para evolução, de acordo com o treinador, foi dar confiança aos jogadores.
"Nós, seres humanos, quando estamos sem confiança, não executamos com qualidade. Primeiro foi definir o plano de jogo, como vamos atacar, quais as referências de cada posição. Definindo tudo isso, começamos a praticar. Por meio de cobrança, cada vez que ele pratica isso ganha confiança e consegue transferir isso para o jogo. Cada semana é de dar mais estímulo. O jogo nos traz lições, de coisas que funcionaram e podemos continuar estimulando e coisas que não funcionaram e vamos mostrar no vídeo. Tudo isso a gente ajusta", afirmou, nesta segunda-feira (18), em entrevista ao BN Na Bola.
Antes da chegada de Burse, o Vitória estava mais próximo da zona de rebaixamento para a Série D do que da zona de classificação para a próxima fase. Quando desembarcou na Toca do Leão, o profissional fez questão de conversar com os atletas, um por um, para diagnosticar os problemas.
"Tomo cuidado nas equipes que comando de logo no início tomar 10 minutos com cada atleta do elenco, membro da comissão técnica, conversar, quais as funções que fez, quais clubes passou, que lado se sente melhor, como está a família... tudo isso influencia no rendimento. Sou chato no bom sentido, quando chega no treinamento temos aquelas duas horas para tirá-lo da zona de conforto para chegar no jogo e fazer aquilo que trabalhamos durante a semana", destacou.
Mesmo diante das dificuldades apresentadas, o treinador conta que não hesitou em voltar para o Rubro-Negro. "A ligação durou 15 segundos. Rodrigo [Pastana, ex-executivo de futebol] me ligou: João, quero você, você vem? Vou. Não é um convite, é uma convocação. Sempre acreditei. Mas pé no chão. Nossa final de campeonato agora é contra o Ferroviário", disse.
O jogo contra o Ferroviário é no próximo domingo (24), às 17h, fora de casa. A equipe cearense é a 17ª colocada da Série C, abrindo a zona de rebaixamento. Depois de ter vencidos concorrentes diretos pelo G-8, Burse pontuou que não é momento de baixar a guarda. "Temos encarado como uma final independente do lugar na tabela", declarou.
O profissional aproveitou ainda para comentar a festa feita pela torcida rubro-negra no Barradão, diante do Paysandu. De acordo com o que divulgou o Vitória, mais de 26 mil pessoas estiveram presentes no estádio.
"Desde nossa concentração, nos levaram até o estádio. Poucas pessoas vivenciam. É uma experiência fantástica. Eu já tinha vivido isso e alguns atletas não. Isso nos deixa muito motivados. Foi aquela festa linda dentro do estádio. Que bom que correspondemos com vontade, dedicação, entrega. É normal um jogador ou outro não ter o rendimento esperado, mas eles estavam comprometidos com o que programamos para o jogo. Os atletas se dedicaram muito ao sistema", celebrou.
Por fim, ele se disse satisfeito com o elenco que possui, mas não descartou novas contratações.
"Como sempre tenho falado, estamos abertos a contratações, mas por características diferentes. Hoje temos o Dionísio, que é um médio de chegada. Um canhoto, Nascimento. Léo, que faz primeiro volante, João Pedro que faz primeiro, mas hoje não temos ninguém para substituir Dionísio. Ou um atacante de extremo que tenha força para chegar com arraste, no fundo. Não é fácil, o mercado está difícil. Dentro das características que temos, vamos continuar dando confiança e trabalho", explicou.
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