terça-feira, 12 de julho de 2022

Pacheco cobra tanto Bolsonaro quanto Lula por repúdio à violência

 

Pacheco cobra tanto Bolsonaro quanto Lula por repúdio à violência
Foto: Reprodução / Senadoleg

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrou nesta segunda-feira (11) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu principal adversário nas eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (PT) tenham responsabilidade com suas bases e que repudiem a violência política no país.
 

Pacheco falou antes do início de uma sessão do Congresso para votar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Ele foi questionado sobre ataques com motivação política, após a morte de um militante petista por um policial penal bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR).
 

O presidente do Senado qualificou as cenas de "repugnantes, chocantes, expressão pura, infelizmente, do momento político de muito ódio, de muita intolerância". "As pessoas estão se matando, matando umas as outras por motivo ideológico, motivo político", disse.
 

A seguir, ele falou sobre a responsabilidade dos líderes políticos. "Especialmente daqueles que disputam a eleição e que têm debaixo de si uma grande militância política, uma aceitação e adeptos no Brasil todo. E me refiro ao presidente Bolsonaro e ao presidente Lula", disse.
 

Antes de chegar à Presidência, Bolsonaro era um dos políticos que insuflavam o antipetismo. Ele já chegou a usar termos como "fuzilar a petralhada" —fato que foi lembrado por eleitores em meio à repercussão do caso em Foz do Iguaçu.
 

Em sua primeira manifestação sobre o caso, Bolsonaro disse que dispensa o "apoio de quem pratica violência contra opositores", mas, no mesmo pronunciamento, atacou a esquerda.
 

Lula, por sua vez, foi criticado por bolsonaristas nas redes sociais após agradecer ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, em seu discurso em ato com apoiadores em Diadema. Maninho é réu junto com o filho sob a acusação de tentativa de homicídio qualificado contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, empurrado na rua em 2018.
 

O presidente do Senado, por outro lado, disse que não seria "irresponsável" de apontar que os discursos dos líderes estejam influenciando atos de violência nesse período pré-eleitoral.
 

Pacheco, em suas declarações, disse ser responsabilidade deles "provocar um pouco de paz no país" e permitir que se faça uma eleição com discussão de ideias e de propostas. "Essa responsabilidade dos líderes políticos, especialmente esses mais expressivos, é fundamental para o país e é algo que a sociedade espera muito."
 

O senador afirmou ainda ter "absoluta certeza" de que os dois políticos repudiam esses atos de violência. "Ninguém em sã consciência seria capaz de aplaudir um ato desta natureza", ressaltou. "O que invoco de fato é que líderes políticos dessa importância, especialmente dos candidatos que têm grande aceitação popular, precisam ter um discurso de proposta, de ideias, de menos confronto e menos exposição do outro."
 

O presidente do Senado lembrou que os dois pré-candidatos têm quase 80% das intenções de voto. "A responsabilidade deles é muito grande, de ter responsabilidade na fala, na forma de conduzir, não adiantar jogar a culpa um para os outros. Não é o caso. Eles têm de repudiar qualquer ato de violência, seja praticado por um lado, seja praticado pelo outro." Para ele, as campanhas precisam, sim, reforçar a segurança.
 

Pacheco defendeu que arbitrariedade não vence eleições, e sim convencimento, diálogo, discussão, "até as vezes de algum acirramento." "Mas não se pode levar para essa cultura de ódio, a ponto de chegar em um ponto tão violento como foi esse acontecimento de Foz do Iguaçu."
 

Pacheco citou também a responsabilidade das forças de segurança de não menosprezar ameaças a autoridades públicas. "É preciso ter uma atuação muito presente para poder combater esse mal na raiz."
 

Segundo o presidente do Senado, o projeto que o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) deve apresentar para aumentar a pena de homicídio por intolerância política vai receber a devida atenção da Casa. "Mas isso não recupera o que já se perdeu até aqui desse acirramento, a ponto de se ter violência no Brasil."

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